Digestivo nº 181 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

busca | avançada
68733 visitas/dia
2,4 milhões/mês
Mais Recentes
>>> Exposição Negra Arte Sacra celebra 75 Anos de resistência e cultura no Axé Ilê Obá
>>> Com Patricya Travassos e Eduardo Moscovis, “DUETOS, A Comédia de Peter Quilter” volta ao RJ
>>> Op-Art – Ilusão e Inclusão na Galeria Espaço Arte MM
>>> Grupo Nós do Morro abre Oficina de Artes Cênicas com apresentação da Cia. TUCAARTE
>>> Livia Nestrovski & Fred Ferreira
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> A vida, a morte e a burocracia
>>> O nome da Roza
>>> Dinamite Pura, vinil de Bernardo Pellegrini
>>> Do lumpemproletariado ao jet set almofadinha...
>>> A Espada da Justiça, de Kleiton Ferreira
>>> Left Lovers, de Pedro Castilho: poesia-melancolia
>>> Por que não perguntei antes ao CatPt?
>>> Marcelo Mirisola e o açougue virtual do Tinder
>>> A pulsão Oblómov
>>> O Big Brother e a legião de Trumans
Colunistas
Últimos Posts
>>> Filha de Elon Musk vem a público (2025)
>>> Pedro Doria sobre a pena da cabelereira
>>> William Waack sobre o recuo do STF
>>> O concerto para dois pianos de Poulenc
>>> Professor HOC sobre o cessar-fogo (2025)
>>> Suicide Blonde (1997)
>>> Love In An Elevator (1997)
>>> Ratamahatta (1996)
>>> Santo Agostinho para o hoje
>>> Uma história da Empiricus (2025)
Últimos Posts
>>> O Drama
>>> Encontro em Ipanema (e outras histórias)
>>> Jurado número 2, quando a incerteza é a lei
>>> Nosferatu, a sombra que não esconde mais
>>> Teatro: Jacó Timbau no Redemunho da Terra
>>> Teatro: O Pequeno Senhor do Tempo, em Campinas
>>> PoloAC lança campanha da Visibilidade Trans
>>> O Poeta do Cordel: comédia chega a Campinas
>>> Estágios da Solidão estreia em Campinas
>>> Transforme histórias em experiências lucrativas
Blogueiros
Mais Recentes
>>> O gênesis na argila
>>> O pensamento biônico
>>> YouTube, lá vou eu
>>> A Carmen Miranda de Ruy Castro
>>> Então, foi Natal
>>> Oblomov, de Ivan A. Gontcharov
>>> É Julio mesmo, sem acento
>>> O acerto de contas de Karl Ove Knausgård
>>> A vida do livreiro A.J. Fikry, de Gabrielle Zevin
>>> O retalho, de Philippe Lançon
Mais Recentes
>>> Capitao Cueca e o Ataque das Privadas falantes, outro romance epico de Dav Pilkey de Dav Pilkey pela Cosac (2001)
>>> Tecnicas De Desenho de Peter Jenny pela Gustavo Gili Brasil (2025)
>>> Matemática Financeira Capa comum de por Lilia Ladeira Veras (Autor) pela Atlas (1991)
>>> Depois Do Caos de Maria De Regino pela Editora (1991)
>>> As Perspectivas Do Brasil E O Novo Governo fórum nacional de por Jooao Paulo Dos Reis Velloso (Autor) pela Nobel (1990)
>>> Medical Molecular Genetics (First Edition) IMS integrated medical sciences de Patricia A Hoffee PhD pela Fence Creek Publishing (1998)
>>> Immunology for Medical Students de Roderick Nairn; Matthew Helbert pela Mosby (2002)
>>> The One de Kiera Cass pela Harper Collins Usa (2014)
>>> An Abundance Of Katherines de John Green pela Penguin Books (2008)
>>> Memórias De Um Sargento De Milícias de Manuel Antônio De Almeida pela Saraiva (2009)
>>> Alice No País Das Maravilhas de Jo Casey & Laura Gilbert pela Caramelo (2010)
>>> Lua Nova - Guia Oficial Ilustrado Do Filme de Mark Cotta Vaz pela Intrinseca (2009)
>>> Looking For Alaska de John Green pela Penguin Books (2006)
>>> Demi Lovato: 365 Dias Do Ano de Demi Lovato pela Best Seller (2014)
>>> Edicao E Design de Jan V. White pela Jsn Editora (2006)
>>> O Casamento de Nicholas Sparks pela Arqueiro (2012)
>>> Enquanto Houver Vida Viverei de Julio Emilio Braz pela Ftd (1998)
>>> Holocausto Brasileiro de Daniela Arbex pela Geracao Editorial (2013)
>>> O Castelo De Vidro - The Glass Castle de Jeannette Walls pela Nova Fronteira (2007)
>>> Preliminar: Os Altos E Baixos De Lee Fiora de Curtis Sittenfeld pela Galera Record (2008)
>>> Paixão de Lauren Kate pela Galera Record (2011)
>>> A Fantástica Fábrica De Filmes de Ana Carolina Garcia pela Senac Rio (2011)
>>> Memórias De Uma Vida Interrompida de Suleika Jaouad pela Sextante (2022)
>>> A Decisão: Cristos Planetários Definem O Futuro Espiritual Da Terra de Samuel Gomes pela Dufaux (2018)
>>> Notícias De Chico de Samuel Gomes pela Dufaux (2018)
DIGESTIVOS

Quarta-feira, 30/6/2004
Digestivo nº 181
Julio Daio Borges
+ de 3100 Acessos
+ 1 Comentário(s)




Música >>> Janelas abertas
Em entrevista ao “Metrópolis” (da TV Cultura), Zélia Duncan evocou a era dos artistas que se autoproduzem – a era atual. E ela não poderia ficar de fora dessa história. “Eu me transformo em outras”, seu mais novo CD – pela Duncan Discos e também pela Universal – segue a receita dos álbuns em que o artista é o próprio produtor; e o diretor artístico; e o empresário... Algo como o escritor que edita os próprios livros; o pintor que é o próprio “marchand”; o ator que é a própria companhia de teatro. E qual o resultado, para a arte, se o artista – de agora em diante – concentra os meios e as etapas de produção nas suas próprias mãos? É ainda muito cedo para tirar quaisquer conclusões (precipitadas). De início, perde-se a mediação. Partindo para exemplos práticos: são os discos que ultrapassam as 20 faixas, como o de ZD, onde fica claro que eles “funcionariam” muito melhor se reduzissem o repertório pela metade (ou para pouco mais da metade). Neste caso específico, imperdíveis são “Capitu” (de Luiz Tatit) e “Jura secreta” (uma das maiores interpretações de La Duncan em todos os tempos), mas ninguém sentiria falta de, por exemplo, a “faixa-título”, “Quem canta seus males espanta” (de Itamar Assumpção). Outra conseqüência da onda de artístas-produtores é a falta de homogeneidade dos trabalhos, em que, aparentemente, “tudo é válido”. Zélia mesmo afirmou que a unidade por trás de “Eu me transformo em outras” passa apenas por ela e pela banda que a acompanha (muito afinada, por sinal). Não há nenhuma garantia de que “Nova ilusão” combine com “Doce de coco”, e de que “Tô” possa ser entoada ao lado de “Meu rádio e meu mulato”. Prevalece o andamento do choro (o bandolim é onipresente) e às vezes a cadência do “blues” (a salada se completa com gaita em “Dream a little dream of me”). Uma “obra aberta”? Quem sabe. Algum dia, porém, os artistas (ou o público) ainda vão sentir saudades do produtor, do editor, do empresário, do mediador – afinal, essas figuras não existiram durante tanto tempo à toa. [Comente esta Nota]
>>> Eu me transformo em outras - Zélia Duncan - Duncan Discos/Universal
 



Artes >>> Libertinos Líricos
Quem hoje navega pela internet e acha que ela é a própria manifestação do inconsciente coletivo (ou da total ausência de superego) deve saber que quem começou com essa história – de botar o bacalhau pra fora – foi, nos Estados Unidos, entre outros, Robert Crumb. Crumb é o traço por trás de “Fritz the Cat”, “Zap Comix” e, atualmente, reeditado pela Conrad, “Mr. Natural”. Na bem-comportada sociedade dos EUA nos anos 50, ele e seu irmão (que enlouqueceu e se suicidou – muito depois) colocaram suas idéias em ebulição. Crumb confessou seus desejos mais bárbaros (sexuais?) em histórias de machismo, até racismo, e subversão. Seus personagens copulam como coelhos (na era do “sexo livre”), masturbam-se a céu aberto, falam o que pensam – não protelando quaisquer vontades; não guardando nenhum recalque. Era a “liberação”. E era a “contracultura”. Robert Crumb hoje mora na França (numa cidade de que não quer dar o nome) e saiu dos Estados Unidos justamente por se preocupar com a “corrupção” a que sua filha adolescente poderia estar exposta. Não é irônico? Reclamou das drogas e, aliviado, confessou que, na terra de Napoleão, o máximo que ela poderia encontrar – para fumar – seria haxixe. Faça o que eu digo, mas não o que eu faço (ou o que, um dia, eu disse para fazer). Já Mr. Natural é um velhinho sacana de barba, que mente compulsivamente sobre sua biografia, e que não consegue escapar do estigma de “guru” – personificado pelo seu maior “cliente”, Flakey Foont. Natural conta lorotas sobre a “nova era”, para seduzir as moças desavisadas, e não se furta a explorar ingênuos e crianças – a fim de obter sempre mais prazer. Uma visão, sem escrúpulos, do macho branco adulto? Pode ser. Felizmente, Crumb, um artista prolífico, é o retrato de uma época – e julgá-lo sob as lentes do presente “politicamente correto” é uma total perda de tempo. Crumb lembra nossa adolescência de hormônios descontrolados. E só por isso já vale a pena. [Comente esta Nota]
>>> Mr. Natural - Robert Crumb - 119 págs. - Conrad
 



Além do Mais >>> Il Giustino
As pessoas falavam pelos corredores que o seu “forte” não era música barroca. E, realmente, Bach nos parece mais distante do que Mozart ou Beethoven. Mas não tão distante. A Cultura FM, por exemplo, tem programas inteiros dedicados ao gênero, e Marta Fonterrada, no seu “Música em toda parte”, deixa escapar um sorriso e um maldisfarçado “gosto” ao anunciar – como sempre faz: “E, agora, Bach...”. Pois não foi diferente na Sala São Paulo, com a Venice Baroque Orchestra, sob a condução de Giuliano Carmignola, pelo Mozarteum Brasileiro. Houve um predomínio de Vivaldi – aquele que se fez um dia duvidar se os germânicos eram mesmo os maiores em música (há, também, os italianos...). Carmignola teve, inclusive, seu momento Paganini, ao empunhar o violino em fúria e fazer a orquestrar parar, a fim de lhe dar passagem, durante os três concertos depois do intervalo. Quem precisava se convencer da importância do barroco, teve aí o seu instante de glória. A Sala silenciou. No bis, as tradicionais “Quatro Estações” (representadas por um movimento apenas), embora não fossem mais necessárias. Os “Mestres Venezianos” (além de Vivaldi: Albinoni, Tartini e Galuppi) tinham dado conta do espetáculo. E se a ascendência de Carmignola sobre o “ensemble” pudesse, de repente, parecer estranha ao interpretar uma época em que justamente – por exemplo, na estatuária – os artistas (como Aleijadinho) não assinavam seu nome, o livreto conseguiria deixar os ouvintes “descansados”: Eddynio Rossetto explicava, exato, que o próprio “concerto” e a forma “solo” enfatizaram precisamente os “contrastes” – que fizeram do barroco quase sinônimo de “conflito” interminável. Assim, mesmo que a obra se impusesse sobre seu autor (apesar de “Antonio fa presto”, o Vivaldi), o virtuose, subitamente, despontaria – desembocando, séculos depois, na era da interpretação quase pura, os anos 1900s, de maestros, instrumentistas e prima-donas. E se Bach tinha sido a estrela que despontara num céu encoberto, o barroco tinha inaugurado algumas das principais formas que nos chegaram. [Comente esta Nota]
>>> Mozarteum Brasileiro
 
>>> EVENTOS QUE O DIGESTIVO RECOMENDA

>>> Palestras
* Consolo divino para o desamparo humano - Leonardo Boff
(4ª f., 30/6, 19h30, VL)

>>> Noites de Autógrafos
* Nômada - Rodrigo Garcia Lopes
(2ª f., 28/6, 18h30, CN)
* Carne crua - Ana Ferreira
(3ª f., 29/6, 18h30, CN)
* Dia dos Mortos - Marcelo Ferroni
(5ª f., 1º/7, 19hrs., VL)
* Maldição e Glória: a vida e o mundo do escritor Marcos Rey - Carlos Maranhão (Sáb, 3/7, 11hrs., CN)

>>> Exposições
* Andréa Anholeto
(de 1º a 15 de julho de 2004, CN)

>>> Shows
* Música das Nações - Trio Retrato Brasileiro
(2ª f., 28/6, 20hrs., VL)
* Blues in the night II - Traditional Jazz Band
(6ª f., 2/7, 20hrs., VL)
* Espaço Aberto - Péricles Cavalcanti
(Dom., 4/7, 18hrs., VL)

* Livraria Cultura Shopping Villa-Lobos (VL): Av. Nações Unidas, nº 4777
** Livraria Cultura Conjunto Nacional (CN): Av. Paulista, nº 2073
*** a Livraria Cultura é parceira do Digestivo Cultural



>>> Circuito Erdinger & Kiss FM
Acontece nesta quarta-feira, dia 30/6, a partir das 21 hrs., no Galpão 695 (Avenida Luiz Villare, nº 695 - Santana - Tel.: 11 6281-6833), onde estará se apresentando a banda Rock Story.

* a Erdinger é parceira do Digestivo Cultural
 
Julio Daio Borges
Editor
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

ENVIAR POR E-MAIL
E-mail:
Observações:
COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
5/7/2004
13h10min
O disco "Eu me transformo em outras" - de Zélia Duncan - padece mesmo de direção mais apurada. Repertório, os autores, arranjos e músicos de primeira porém com resultado final beirando o banal tudo porque a interpretação de ZD é tão somente burocrática, não emociona, não decola, pelo contrário, a interpretação retira o brilho de peças que já se tornaram clássicas por outros intérpretes nem sempre melhores, mas certamente mais adequados. Outro aspecto negativo foi a conveniência mercadológica de gravar este disco quase todo de sambas enquanto o gênero é pauta de trilha sonora de novela, ou seja, quando o mercado está prontinho para consumir samba. Fácil viver assim.
[Leia outros Comentários de VValdemar Pavan]

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Lady Death - N° 1
Chaos Comics
Mythos
(1999)



Solutions Upper-intermediate-students Book
Tim Falla e Outros
Oxford University Press
(2017)



Ao Paraíso
Hanya Yanagihara
Companhia Das Letras
(2024)



Compañeros 4 - Libro del Alumno - Curso de Español
Francisca Castro e Outros
Sgel
(2016)



Desconstrução e ética: Ecos de Jacques Derrida
Paulo Cesar Duque-Estrada
Loyola
(2004)



O Roteiro De Deus: Dois Estudos Sobre Guimarães Rosa
Heloisa Vilhena De Araujo
Mandarim
(1996)



Livro Timidez Não É Doença
Carmen Bavoso
Gutenberg
(2004)



Historias das religiões - TOMO II
Charles Francis
Bloch
(1944)



Guia do neurótico normal
Allan Frome
Nova Fronteira
(1980)



Ecologica
Felipe Chaimovich
Mam
(2010)





busca | avançada
68733 visitas/dia
2,4 milhões/mês