Digestivo nº 213 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

busca | avançada
52329 visitas/dia
1,9 milhão/mês
Mais Recentes
>>> Circuito Contemporâneo de Juliana Mônaco
>>> Tamanini | São Paulo, meu amor | Galeria Jacques Ardies
>>> Primeiro Palco-Revelando Talentos das Ruas, projeto levará artistas de rua a palco consagrado
>>> É gratuito: “Palco Futuro R&B” celebra os 44 anos do “Dia do Charme” em Madureira
>>> CEU Carrão recebe o Festival Ubuntu nos dias 15, 16 e 17 de Novembro.
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> Do lumpemproletariado ao jet set almofadinha...
>>> A Espada da Justiça, de Kleiton Ferreira
>>> Left Lovers, de Pedro Castilho: poesia-melancolia
>>> Por que não perguntei antes ao CatPt?
>>> Marcelo Mirisola e o açougue virtual do Tinder
>>> A pulsão Oblómov
>>> O Big Brother e a legião de Trumans
>>> Garganta profunda_Dusty Springfield
>>> Susan Sontag em carne e osso
>>> Todas as artes: Jardel Dias Cavalcanti
Colunistas
Últimos Posts
>>> Lisboa, Mendes e Pessôa (2024)
>>> Michael Sandel sobre a vitória de Trump (2024)
>>> All-In sobre a vitória de Trump (2024)
>>> Henrique Meirelles conta sua história (2024)
>>> Mustafa Suleyman e Reid Hoffman sobre A.I. (2024)
>>> Masayoshi Son sobre inteligência artificial
>>> David Vélez, do Nubank (2024)
>>> Jordi Savall e a Sétima de Beethoven
>>> Alfredo Soares, do G4
>>> Horowitz na Casa Branca (1978)
Últimos Posts
>>> E-books para driblar a ansiedade e a solidão
>>> Livro mostra o poder e a beleza do Sagrado
>>> Conheça os mistérios que envolvem a arte tumular
>>> Ideias em Ação: guia impulsiona potencial criativo
>>> Arteterapia: livro inédito inspira autocuidado
>>> Conheça as principais teorias sociológicas
>>> "Fanzine: A Voz do Underground" chega na Amazon
>>> E-books trazem uso das IAs no teatro e na educação
>>> E-book: Inteligência Artificial nas Artes Cênicas
>>> Publicação aborda como driblar a ansiedade
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Daniel Mazini, country manager da Amazon no Brasil
>>> Samba da benção
>>> O novo GPT-4o
>>> Um olhar sobre Múcio Teixeira
>>> Entrevista com Guilherme Fiuza
>>> Susan Sontag em carne e osso
>>> A Associated Press contra a internet
>>> The Newspaper of the Future
>>> Por que não perguntei antes ao CatPt?
>>> 3 Grandes Escritores Maus
Mais Recentes
>>> Coleção Dragon Ball Com 11 Volumes de Akira Toriyama pela Panini
>>> 12 Semanas Para Mudar Uma Vida de Augusto Cury pela Planeta (2007)
>>> Vida Pregressa de Joaquim Nogueira pela Companhia Das Letras (2003)
>>> O Menino Maluquinho de Ziraldo pela Editora Melhoramentos (2008)
>>> Na Margem Do Rio Piedra Eu Sentei E Chorei de Paulo Coelho pela Planeta (2006)
>>> A Gaiola De Ouro de Camila Läckberg pela Arqueiro (2020)
>>> Atlas de Anatomia Humana 2 volumes - 20ª ed. de Johannes Sobotta pela Guanabara Koogan (1993)
>>> Michaelis Dicionário De Sinônimos E Antônimos (Nova Ortografia) de André Guilherme Polito pela Melhoramentos (2009)
>>> A Xamã De Salto Alto de Anna Hunt pela Rocco (2013)
>>> Amor E Vida de Thomas Merton pela Wmf Martins Fontes (2004)
>>> Africa Explicada Aos Meus Filhos de Alberto Da Costa E Silva pela Agir (2008)
>>> Sete Desafios Para Ser Rei de Jan Terlouw pela Ática (2012)
>>> Big Magic: Creative Living Beyond Fear de Elizabeth Gilbert pela Bloomsbury Publishing (2015)
>>> Juca E Chico. História De Dois Meninos Em Sete Travessuras de Wilhelm Busch pela Pulo Do Gato (2012)
>>> Tratado De Enfermagem Medico-Cirurgica - 4 Volumes [Capa comum] [2009] Varios Autores de Vários Autores pela Gen/ Guanabara (2009)
>>> Psicopedagogia Da Linguagem Escrita de Ana Teberoisky pela Vozes (1993)
>>> Pedagogia Da Autonomia de Paulo Freire pela Paz E Terra (1996)
>>> Sociologia e Filosofia de émile Durkheim pela Martin Claret (2009)
>>> A Revolução Francesa de Paz E Terra pela Paz E Terra (2005)
>>> Histórias Das Mil E Uma Noites - Coleção Conte Um Conto de Ruth Rocha pela Salamandra (2010)
>>> Quem Vai Decifrar O Código Leonardo? de Thomas Brezina pela Ática (2015)
>>> Violencia Do Rosto de Emmanuel Levinas pela Loyola (2014)
>>> Emília No País Da Gramática de Monteiro Lobato pela Ciranda Cultural (2019)
>>> Deserto, Desertos de Jean-Yves Leloup pela Vozes (2003)
>>> Um Caldeirão De Poemas de Tatiana Belinky pela Companhia Das Letrinhas (2002)
DIGESTIVOS

Quarta-feira, 9/2/2005
Digestivo nº 213
Julio Daio Borges
+ de 8600 Acessos
+ 1 Comentário(s)




Cinema >>> Dormindo com o inimigo
A monogamia passa por uma reavaliação. Desde que Freud abriu as comportas da sexualidade, os relacionamentos passam por uma reavaliação. A liberação dos anos 60, na verdade, cobrou seu preço e o amor livre, que não se implementou 100% (mas quase), produziu uma nova geração de desorientados. Não que devam retornar o moralismo e a hipocrisia – isso não –, mas os repentes da nova relação homem-mulher, pelo menos, quebram a cabeça de casais até hoje (sem esperança de solução). E pelo que se pode depreender de exemplos recentes, como o filme Closer (Perto Demais), os questionamentos entraram numa nova fase. A fase da traição (palavra forte), das ligações ilícitas (juridicamente falando) ou das experiências de uma relação aberta, quase aberta ou aberta na prática. Mike Nichols, um subproduto de Bergman (digam o que disserem os entusiastas), quer provar que todo mundo tem o seu lado podre ou algo de podre, no que se refere à própria sexualidade. Desejos inconfessos, realizações para se envergonhar, comportamentos anômalos. São os baixos instintos (antigos) e ou as trevas (como Nélson Rodrigues preferia chamar). Bem, então o diretor sugere que desde o freqüentador de prostíbulos e de chats pornográficos até o escrevinhador metido a sensível, desde a stripper até a fotógrafa sofisticada, todos são humanos e todos agem mal, não importando quem são na vida real. Todos traem, todos podem ser promíscuos e todos ferem uns aos outros com palavras em nome da “verdade”. Apesar de pouco profundo, até grosseiro na apresentação, o longa é desconfortável (e assim instigante) porque – por mais que não se aceite aquilo como realidade – tripudia em cima do até então sagrado valor da fidelidade e da lealdade. Tudo em nome de uma certa coerência consigo próprio e com os próprios sentimentos (chavão). A mesma que atira desconhecidos de rua para uma vida em comum e que transforma uma sessão, de trabalho profissional, numa aventura afetivamente aterradora. A única conclusão proveitosa a se tirar é a seguinte: num mundo amoral (e não imoral, necessariamente), resta apenas a ética particular. Quem não conseguir forjar a sua, e principalmente resistir nela, está condenado ao descontrole dos apaixonados crônicos. [Comente esta Nota]
>>> Closer
 



Música >>> Primeiro de Janeiro
O trabalho de resenhista de CDs, num país musical como o Brasil, dá a impressão de nunca cair na monotonia e de oferecer sempre experiências inusitadas. Ainda assim, por mais preparado e vivido que esteja o crítico de música diante do mercado do disco, não tem como não se surpreender ante uma produção como Canção do sol nascente, do violonista Camilo Carrara. Numa iniciativa inédita (de verdade), Carrara se propôs a registrar, em violão solo, o cancioneiro do país do sol nascente, ou seja, do Japão. Foi como um insight que o percorreu por alguns instantes e que o direcionou para a pesquisa de partituras, escassas apesar da significativa colônia japonesa no Brasil. Entre centenas de peças compostas para a voz humana, selecionou 24 e alternou-se entre as cordas de nylon e as cordas de aço. O resultado é indescritível e embora as composições sejam 100% nipônicas, talvez por causa do intérprete (100% nacional), o ouvinte encontra laivos de música daqui, do Brasil. O resultado, então, é de um estranhamento reconfortante. Quem, por exemplo, ouviu-o no programa de rádio do maestro Júlio Medaglia, em meio ao trânsito, deve ter se sentido invadido por um súbito prazer sensorial – sem, no entanto, imaginar de onde vinham e para onde iam aquelas sonoridades. Respeitoso com relação às tradições do Japão, Camilo Carrara pesquisou e manteve as sugestões de imagens, junto a cada título, transferindo-se, de pai para filho, de geração em geração: “A libélula vermelha”; “A escola dos peixes barrigudinhos”; “Duna”; “O luar do castelo em ruínas”; “Picanço na árvore seca”; e “Porto da embarcação que parte” – entre outras. Medaglia, sempre um crítico renitente da indústria musical, vez por outra se depara com uma genuína novidade e é obrigado a recuar, em um milímetro, com suas convicções. Camilo Carrara com Canção do sol nascente foi um desses casos. E se até os velhos estão se curvando, o que dirão os jovens de eager young minds? [Comente esta Nota]
>>> Canção do sol nascente - Camilo Carrara - Azul Music
 



Artes >>> Tralha
Marlésia e Fernícia eram duas dançarinas de boate de quinta categoria. A espelunca, comandada por Herminiano, tinha como principal cliente Nevair, que engravidou Marlésia e Fernícia ao mesmo tempo, casando-se com a primeira. O afastamento de Nevair que, casado, se desligou do inferninho, obrigou Herminiano, agora empresário falido, a conceber um plano diabólico. Com a barriga de Marlésia, chantagearia Nevair ad aeternum – este, querendo preservar a integridade da família recém-constituída, esconderia a existência do filho bastardo. Uma mesada vitalícia garantiria o silêncio por parte de Herminiano, o parasita. Do casal efetivamente casado, nasceria o protagonista dessa história incrível, que é contada no álbum Mariposa, o mais recente do bastante elogiado Marcatti, pela Conrad. Reconhecido por sua coerência desde os anos 80, pode ser lembrando, também nos anos 90, por haver assinado aquelas escatológicas narrativas onde podólatras se esbaldavam em sujeira e sexo. O mundo cão é sua especialidade e o nome de Marcatti pode ainda ser associado a duas capas que ele concebeu para LPs do grupo Ratos de Porão – bem antes do estouro de João Gordo na televisão. Já o protagonista de seu livro – voltando à vaca fria – era um menino tímido, apaixonado por Valência na escola, que não lhe dava a menor bola. Tinha cara de moleque e, portanto, não interessava à garota experimentada. Um dia, porém, nosso herói redescobre Marlésia – na rua da amargura, trabalhando de faxineira no colégio. É ela quem o arrasta para o sofá e arranca sua virgindade à força. Sexualmente dependente dela, passa a freqüentá-la com regularidade, até instalar-se na sua casa. O relacionamento, contudo, têm sobre eles um efeito mágico. Enquanto Marlésia rejuvenesce, por alimentar-se de seus orgasmos, o protagonista da história amadurece e conquista o coração da sempre ansiada Valência. Como esse trio resolve suas diferenças e qual a solução encontrada por Marcatti só lendo o leitor descobrirá. Longe de ser alta cultura, Mariposa é um divertido passatempo, mais para nos teletransportar até aqueles verdes anos... [Comente esta Nota]
>>> Mariposa - Marcatti - 80 págs - Conrad
 
>>> O CONSELHEIRO TAMBÉM POLEMIZA NO PARALELOS
E NO SUPLEMENTO LITERÁRIO DE MINAS GERAIS


Foi longa a saga do texto "Literatura feminina brasileira hoje", de autoria do Editor do Digestivo Cultural, que finalmente saiu na edição de janeiro de 2005 do Suplemento Literário de Minas Gerais, comandado por Fabrício Marques. Sem versão on-line ainda (no site do Suplemento), o texto foi reproduzido na íntegra no site Paralelos, de Augusto Salles, onde mereceu uma réplica intitulada "Literatura feminina: a conversa infinita – Impressões a partir da resenha de Julio Daio Borges: um diálogo imaginário de Christiane Tassis".
 
Julio Daio Borges
Editor
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

ENVIAR POR E-MAIL
E-mail:
Observações:
COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
15/2/2005
17h55min
O texto da moça (ela deve ter menos de trinta anos, ou aparenta ter, ao menos nas fotos e nas letras) me chocou profundamente. Antes de tudo pelo seu caráter anódino. Não diz nada, só insinua com bastante elegância e nenhuma prova concreta, sem sequer posicionamento algum. O texto da autora Christiane Tassis, ou Chris Kitti (seria uma referência a Hello Kitti?) me parece uma tentativa de sedução vazia, com até mesmo elogios a sua própria voz(!) que antes de ser certamente metafórico é infeliz, muito infeliz em meu entender. O texto de Julio me divertiu, o da moça me chocou por sua inépcia. Um abraço, de uma escritora que se esconde temendo ser tomada por apenas uma pessoal retrucadora, mas que antes disso, está aburdamente chocada.
[Leia outros Comentários de Marina Cássia]

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Súmulas da Agu. Comentadas
Nilma de Castro Alves
Saraiva
(2013)



1968 o ano que não terminou
Zuenir Ventura
Nova Fronteira
(1988)



o princípio das nacionalidades nas relações Internacionais
Maria da Conceição Oliveira Campos
Delrey
(2003)



Livro Literatura Brasileira O Gesto e o Quadro
Roberto Delmanto
Saraiva
(2018)



Der Golem os Cantos de Oppenheimer - 1ª Edição
Costa Jairo
Povo Distribuidora
(2000)



Livro Linguística Nao Erre Mais!
Luiz Antonio Sacconi
Atual
(1990)



Revista Móbile 10
Revista Móbile
Sem



A Mulher de Trinta Anos
Honorè de Balzac
Círculo do Livro
(1973)



Livro Qual É O Seu Lugar No Mundo?
Leila Navarro
Gente
(2004)



O Livreiro De Cabul
Asne Seierstad
Record
(2006)





busca | avançada
52329 visitas/dia
1,9 milhão/mês