Digestivo nº 216 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

busca | avançada
89046 visitas/dia
1,9 milhão/mês
Mais Recentes
>>> Hospital Geral do Grajaú recebe orquestra em iniciativa da Associação Paulista de Medicina
>>> Beto Marden estreia solo de teatro musical inspirado em Renato Russo
>>> Tendal da Lapa recebe show de lançamento de 'Tanto', de Laylah Arruda
>>> Pimp My Carroça realiza bazar de economia circular e mudança de Galpão
>>> Circuito Contemporâneo de Juliana Mônaco
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> Do lumpemproletariado ao jet set almofadinha...
>>> A Espada da Justiça, de Kleiton Ferreira
>>> Left Lovers, de Pedro Castilho: poesia-melancolia
>>> Por que não perguntei antes ao CatPt?
>>> Marcelo Mirisola e o açougue virtual do Tinder
>>> A pulsão Oblómov
>>> O Big Brother e a legião de Trumans
>>> Garganta profunda_Dusty Springfield
>>> Susan Sontag em carne e osso
>>> Todas as artes: Jardel Dias Cavalcanti
Colunistas
Últimos Posts
>>> Lisboa, Mendes e Pessôa (2024)
>>> Michael Sandel sobre a vitória de Trump (2024)
>>> All-In sobre a vitória de Trump (2024)
>>> Henrique Meirelles conta sua história (2024)
>>> Mustafa Suleyman e Reid Hoffman sobre A.I. (2024)
>>> Masayoshi Son sobre inteligência artificial
>>> David Vélez, do Nubank (2024)
>>> Jordi Savall e a Sétima de Beethoven
>>> Alfredo Soares, do G4
>>> Horowitz na Casa Branca (1978)
Últimos Posts
>>> Escritor resgata a história da Cultura Popular
>>> Arte Urbana ganha guia prático na Amazon
>>> E-books para driblar a ansiedade e a solidão
>>> Livro mostra o poder e a beleza do Sagrado
>>> Conheça os mistérios que envolvem a arte tumular
>>> Ideias em Ação: guia impulsiona potencial criativo
>>> Arteterapia: livro inédito inspira autocuidado
>>> Conheça as principais teorias sociológicas
>>> "Fanzine: A Voz do Underground" chega na Amazon
>>> E-books trazem uso das IAs no teatro e na educação
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Laymert politizando novas tecnologias
>>> Quem sabe eu ainda sou uma garotinha
>>> Gabeira sobre os protestos
>>> A Symphonia da Metropole
>>> Bar ruim é lindo, bicho
>>> A crise dos 28
>>> Animismo
>>> Expectativas e apostas na Copa de 2010
>>> Paixão e sucata
>>> A pulsão Oblómov
Mais Recentes
>>> Germinal (capa dura) de Émile Zola pela Abril (1979)
>>> Rezas e Oferendas Poderosas de Dinan Dhom Pimentel pela Ideia Jurídica (2014)
>>> Quem Me Educa? de Dante Donatelli pela Arx (2004)
>>> Gabriela, Cravo E Canela de Jorge Amado pela Companhia das Letras (2017)
>>> Memórias Da Emília de Monteiro Lobato pela Lafonte- (2019)
>>> O Livro Do Amor - Vol. 1 de Regina Navarro Lins pela Best Seller (2012)
>>> Um Garoto Consumista Na Roça de Julio Emilio Braz pela Scipione (paradidaticos) (2021)
>>> Educação Básica Politica e Gestão da Escola de Sofia Lerche Vieira pela Liber Livro (2009)
>>> O Que Frida Faria? de Arianna Davis pela Principium (2021)
>>> As Aventuras De Benjamim. O Muiraquitã de Camila Franco, Marcela Catunda, Blandina Franco pela Companhia Das Letrinhas (2011)
>>> As cores da escravidão de Ieda De Oliveira pela Ftd (2013)
>>> Pântano De Sangue de Pedro Bandeira pela Moderna (2006)
>>> Pântano De Sangue de Pedro Bandeira pela Moderna (2006)
>>> Os Colegas de Lygia Bojunga pela Casa Lygia Bojunga (2008)
>>> Diga Não À Violência! de Fernando Carraro pela Ftd (2017)
>>> Paris E Uma Festa de Ernest Hemingway pela Bertrand (2013)
>>> O Segredo Do Violinista de Eva Furnari pela Moderna (2010)
>>> Homossexualidade, Reencarnação e Vida Mental de Walter Barcelos pela Boa Nova (2020)
>>> As Nove Mulheres De Ravensbruck de Gwen Strauss pela Nova Fronteira (2022)
>>> Mecanismos da Mediunidade de Francisco Cândido Xavier pela FEB Editora (2010)
>>> Marketing Educacional Em Ação de Sonia Simoes Colombo pela Penso - Grupo A (2005)
>>> O Poder Dos Quietos de Susan Cain pela Agir (2012)
>>> Poder No Pensamento Social, O: Dissonancias de Fernado Nobre pela Ufmg (2008)
>>> Sexo No Cativeiro. Como Manter A Paixao Nos Relacionamentos de Esther Perel pela Objetiva (2018)
>>> A Democracia Grega de Martin Cezar Feijó pela Ática
DIGESTIVOS

Quarta-feira, 2/3/2005
Digestivo nº 216
Julio Daio Borges
+ de 4900 Acessos
+ 4 Comentário(s)




Música >>> Aviso aos Navegantes
Foi Zuza Homem de Mello ou foi Nelson Motta quem disse que Elis Regina era a nossa única cantora completa? E que as cantoras atuais tinham algumas qualidades, mas, não, todas – como ela? O fato é que, por mais que haja intérpretes, faltam interpretações que dêem conta dela... Elis Regina Carvalho Costa. É a sensação que fica (de novo) depois de assistir ao MPB Especial de 1973, vulgo Ensaio de Fernando Faro, lançado em DVD graças a uma parceria entre a TV Cultura e a gravadora Trama. Lá está Elis Regina, acompanhada de César Camargo Mariano, Paulinho Braga e Luisão, dominando o tempo como só, talvez, João Gilberto. Contando histórias de uma outra época. De um outro Gil, de um outro Caetano, de um outro Milton, de um outro Chico, de um outro Edu. Articulada como poucas: usando gírias mas, ao mesmo tempo, fazendo questão do português correto. Sem papas na língua, revelando intimidades sobre a família, expondo pontos de vista sobre seus colegas, relembrando episódios dolorosos sem falsificação. Nua e crua... As armações contemporâneas são tantas, as maquinações, tão constantes, as empulhações, quase regra geral, que fica difícil acreditar no surgimento de outra artista, ou de outra geração de artistas, que – nesta mídia que aí está – rompa com o que quer que seja. Ou, mesmo sem romper, produza algo de novo ou de minimamente autêntico. Hoje, as arestas são aparadas por uma “produção” que pasteuriza qualquer coisa (afinal, os “produtores” são sempre os mesmos). Hoje, o cânone musical é tão violento (e a exigência comercial, tão eminente) que o grau de liberdade para lançar compositores inéditos é praticamente zero. Hoje, a audiência está tão estupidificada (e o mass media, tão comprometido com esse esquema) que se uma nova Elis Regina surgisse agora, talvez se condenasse ao anonimato ou talvez se limitasse à mediocridade da trilha sonora de novela. E por mais que se fale em Maria Rita – e por mais que ela seja filha dela –, o DVD lamentavelmente comprova que estamos a anos-luz de distância e que não existe base de comparação entre elas. [Comente esta Nota]
>>> MPB Especial/Ensaio - Elis Regina - Trama
 



Imprensa >>> A revolução antiindustrial
Existe um único consenso entre a imprensa de esquerda e a imprensa de direita: o consenso de que a imprensa vai mal. Todos reclamam de pensamento único, todos reclamam de interesses em jogo, todos reclamam de manipulação da informação. E todos, nesse ponto, têm razão. Engrossando o coro dos descontentes, está Bernardo Kucinski, autor do chomskiano Jornalismo na era virtual, professor da ECA e integrante do atual governo desde 2003. Apesar do título, que sugeria um auspicioso volume sobre jornalismo na internet, com referendo de Alberto Dines, a obra, publicada pela editora da Unesp, divide-se em três capítulos com pequenos ensaios cada, dois ou três deles apenas sobre a atividade jornalística na Web. Kucinski é um otimista, no sentido de que compara a sua formação em redação, ou melhor, o modus operandi de seus colegas de então, com os recursos tecnológicos de agora e conclui que não poderíamos estar melhor. Ao contrário de seus colegas de ideologia, combate fortemente a noção de “exclusão digital”, dizendo que seria o mesmo que excluir os analfabetos da invenção de Gutenberg (justamente, a imprensa). Sim, a internet não muda o mundo, porque exclui grande parte dele hoje (os sem-computador); mas, não, essa não é uma realidade permanente, na medida em que se investe no barateamento do computador pessoal e na dita “inclusão digital”. Esse é o pensamento de Kucinski; e, nesse ponto, está alinhado com o futuro. Já não está quando procura ressuscitar o que ele mesmo chama de “jornalismo romântico”; e não está, também, quando atribui à universidade um papel superdimensionado na formação ética do jovem foca. Afinal, o próprio Kucinski reconhece que fala para as paredes quando se dirige a profissionais na ativa (alunos de seus cursos de pós-graduação) e procura introduzir uma certa “razão ética”; e o mesmo autor da complexa expressão reconhece o corporativismo e a explosão das faculdades de jornalismo, que em nada contribuíram para a qualidade do produto final (o jornal). Compensam, ainda, suas conhecidas análises do atual jornalismo econômico (embora ele implique um pouco com a era neoliberal). No fim, os insights valem pela aparente falta de estrutura no pensamento nas quase 150 páginas de Jornalismo na era digital. [Comente esta Nota]
>>> Jornalismo na era virtual - Bernardo Kucinski - 143 págs. - Unesp
 



Literatura >>> Onde está todo mundo?
Yury Hermuche é desta nova geração eletrônica. Quando se formou, multimídia, em jornalismo, arquitetura e tocando guitarra numa banda, perguntaram-lhe: “Yury, o que vai ser?” Na época, ele estava perto de lançar Perigondas (1999), seu primeiro livro de contos. Hoje, continua se esparramando em múltiplas direções, densamente envolvido com internet, como convém, e lançando agora seu segundo livro de contos, Sobre Viagens e Fugas, mais uma vez de forma independente. Corre à boca pequena que ele é o webmaster dos webmasters (ou o webdesigner dos webdesigners) lá na editora Abril, mas, enquanto isso, continua tocando guitarra numa banda que rigorosamente não se apresenta (com colegas da FAU/USP) e segue na admiração forte por Julio Cortázar (uma vez, num bar, já há alguns anos, disse que sua missão na Terra era divulgar Todos os fogos o fogo)... Essa mistura de vivências está refletida no pequeno volume de nove narrativas curtas. Mais uma grande influência do cinema (aliás, comum a muita gente). Talvez por trabalhar com imagens, entre outras coisas, Yury escreva como se filmasse – descrevendo cenas pontuais, saltando de uma situação a outra, encerrando tomadas e clicks, mais do que parágrafos ou frases. Talvez, também, seja essa sua ambição secreta. Há poucas semanas, deixou escapar que uma citação na Playboy se havia convertido numa possibilidade de realizar um curta (a partir de um conto seu). Claro que o olhar de arquiteto está igualmente presente. A voz, por trás dos textos, é de um urbanóide confesso. Mas, aparentemente de maneira paradoxal, os melhores momentos de Sobre Viagens e Fugas não são os instantes ou até os instantâneos, mas a prosa caudalosa onde Yury se solta, se arrisca e se perde – como em “Ao redor do corpo”, uma história metalingüística e autobiográfica em que o autor fala de sua saga para a publicação e de uma gravidez indesejada. Podia tranqüilamente constar de qualquer coletânea badalada de autores novos... E é uma pena que a geração internet não absorva de papel tanto quanto absorve de tela. Seria uma verdadeira revolução nas letras. [Comente esta Nota]
>>> Sobre Viagens e Fugas - Yury Hermuche - 157 págs.
 
>>> EVENTOS QUE O DIGESTIVO RECOMENDA



>>> Palestras
* Cultura brasileira: O jeito de ser e viver de um povo - Marleine Paula Marcondes e Ferreira de Toledo
(Seg., 28/2, 19h30, VL)

>>> Noites de Autógrafos
* A fôrma e a forma: as palavras e as imagens do design -
Claudio Ferlauto
(Qua., 2/3, 18h30., CN)
* A herânca escultória da tipografia - Norberto Gaudêncio Junior
(Qua., 2/3, 18h30, CN)
* Tipografia comparada: 108 fontes clássicas analisadas e comentadas - Cláudio Rocha
(Qua., 2/3, 18h30, CN)
* Media training: melhorando as relações da empresa com jornalistas - Nemércio Nogueira
(Qui., 3/3, 18h30., CN)

>>> Exposições
* Exposição de Guillermo von Plocki
(De 1º a 15 de março, de Seg. a Sáb, CN)

>>> Shows
* New York, Broadway, Paris - Traditional Jazz Band
(Sex., 4/3, 20hrs., VL)
* Espaço Aberto - Olivia
(Dom., 6/3, 18hrs., VL)

* Livraria Cultura Shopping Villa-Lobos (VL): Av. Nações Unidas, nº 4777
** Livraria Cultura Conjunto Nacional (CN): Av. Paulista, nº 2073
*** a Livraria Cultura é parceira do Digestivo Cultural

 
Julio Daio Borges
Editor
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

ENVIAR POR E-MAIL
E-mail:
Observações:
COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
2/3/2005
09h40min
Realmente o apelo comercial hoje em dia, esta cada' vez mais exigindo certas posturas... por exemplo, depreciar qualquer outro artista ou cantora brasileira e exaltar exageradamente Elis Regina... Não quero colocar aqui em questão o potencial de uma cantora como Elis Regina. Meu caro, a MPB atual esta' um pouco escondida, mas é só prestar um pouco de atenção. Temos excelentes cantoras e porque não dizer completas!!! Não esqueça que tivemos, que tivemos não!, que temos a Nara Leão, que é absolutamente indiscutível, Maria Bethânia, que sempre produziu trabalhos impecáveis, hoje independente contínua mostrando a que veio! E Maisa? E Dolores Duran? Silvia Telles? Etc... Hein? Será que você saberia me dizer qual dessas não é completa? Você teria coragem? Isso porque não fui mais além para falar de outras como Araci de Almeida e até mesmo Ângela Maria, tão pouco apreciada e tão pouco respeitada hoje em dia, a qual Elis nesse mesmo “Ensaio” elege como a sua maior referencia... Acho que apelo comercial tem limite! Você deve concordar comigo!! Obrigado
[Leia outros Comentários de Marcos]
2/3/2005
18h04min
Julio, sabemos que Maria Rita não tem a estatura da mãe Elis Regina, mas não seria ela, ainda assim, uma luz no fim do tunel na caverna cada vez mais tenebrosa do vazio musical brasileiro ou mesmo mundial (nos termos que voce coloca)?
[Leia outros Comentários de jardel]
2/3/2005
21h46min
Concordo totalmente com o texto do Julio. Como a Elis é autêntica e sincera! Como a Maria Rita é um produto que pode ser retirado de uma prateleira, de tão massificada e pasteurizada que é. Além disso o repertório da MRita é bem medíocre e inferior ao da Marisa Monte, por exemplo. Hoje em dia virou moda gostar da MR, especialmente entre os "yuppies" e classe média alta. Sem dúvida há outras excelentes cantoras, como Araci de Almeida, Elizeth Cardoso, Marisa Monte, Rosa Passos, Nara Leão etc. Agora fica a questão: se Elis vivesse no século XXI, possivelmente seria tão "marqueteada" quanto outras cantoras atuais...o mercado é que muitas vezes dita o gosto popular...
[Leia outros Comentários de Carlos]
9/3/2005
15h14min
O mercado se tornou uma entidade abstrata, quase metafísica de tão impalpável, mas não devemos esquecer que quem sustenta o mercado somos nós, criaruras autômatas que assistem televisão e por consequência "compram" marias-ritas, enlatadas, pasteurizadas e até mastigadas... Elis Regina é insuperável para a MPB assim como Louis para o jazz, por serem únicos. Completo é um termo apropriado para quem acredita que a MPB vai ressurgir das cinzas e a que a Rede Record vai voltar a transmitir os grandes festivais de antigamente... Existe música boa acontecendo, bem como ótimas cantoras... e essas certamentes não estão sentadas ao lado das filhas dos sertanejos nos programas de variedades da TV.
[Leia outros Comentários de Ana ]

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Fora de Órbita
Woody Allen
Agir
(2007)



Cooperativas de Trabalho - Manual de Organização
Vergílio Perius / org.
Unisinos
(1997)



E Se For Você 588
Rebecca Donovan
Globo Alt
(2016)



Jesus, Filho de Deus
J. Sobrinho
Vozes
(1982)



Livro História do Brasil O Dia Em Que Getúlio Matou Allende e Outras Novelas do Poder
Flávio Tavares
Record
(2004)



Em defesa dos trabalhadores e do povo Brasileiro 406
Em defesa dos trabalhadores e do povo Brasileiro
Anita Garibaldi
(2000)



Livro Infantil O Poço do Visconde Edição Comentada
Monteiro Lobato
Globinho
(2010)



Livro Princess Collection A Treasury Of Tales
Disney
Disney Press
(2006)



12 Grandes médiuns brasileiros 446
Daniela Hirsch
Harper Collins
(2016)



Soja nutrição e saúde com receitas práticas e saborosas
Conceição Trucom
Alaúde
(2005)





busca | avançada
89046 visitas/dia
1,9 milhão/mês