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Quinta-feira, 24/6/2010
Digestivo nº 465
Julio Daio Borges
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Além do Mais >>> E a Apple virou mainstream (e Steve Jobs, também)...
E por falar em Steve Jobs, ele esteve nas manchetes do Twitter, nas últimas semanas... Primeiro, com a Apple superando a Microsoft em valor de mercado... Jobs, comentou na conferência D8, mostrando-se estudadamente surpreendido mas, bem à sua maneira, fingindo que aquilo não era "tão importante"... Era, sim. Tanto que Bill Gates foi, também, obrigado a comentar, na frente de seu pai, no programa Larry King Live — mas, irônico, preferiu lembrar que a Apple teve "altos & baixos"... (Como se dissesse: "a Apple já quase quebrou; a Microsoft, não".) O fato é que, agora, a Apple não pode mais posar como uma empresa "diferente", de nicho de mercado, porque atingiu a massa (pelo menos nos EUA). Nem pode mais fazer comerciais atacando o "sistema" — como, na época do computador pessoal, atacava a IBM —, porque, na era pós-PC, a Apple virou o sistema. E Steve Jobs, o rebelde de outrora, já age como tirano geek, expulsando a Adobe de seus produtos (iPad e iPhone), numa carta excessivamente pessoal (em que tenta se justificar em vão)... Sem falar na permanente obsessão por controle (monitorando, e punindo, o vazamento de informações)... E, mais recentemente (na mesma D8), ao defender o velho mainstream editorial, e atacar, entre outras coisas, a blogosfera... Tudo bem que se o establishment não tivesse comprado a ideia do tablet, provavelmente ele se restringiria um objeto de culto (como o Kindle)... Mas demonizar a blogosfera é, justamente, conferir-lhe um poder que ela, talvez, nem tem... O tiro saiu pela culatra para Steve... Assim como o do Flash (o que é suficientemente justo não precisa ser justificado). Steve Jobs deveria assinar uma carta de intenções, como a do Google (quando abriu capital na bolsa): "Don't be evil". Não seja, literalmente, "do mal" (não seja a próxima Microsoft); não se associe — como os geeks adoram — ao "lado negro da força"... Mas a corrupção do mainstream talvez seja inexorável. E poder sempre corrompe... (absolutamente até). E por falar em frasista...: para Oscar Wilde, uma das tragédias da vida é "não conseguir o que se quer"; outra, justamente, é conseguir... E agora, José? E agora, Steve? [2 Comentário(s)]
>>> Apple supera Microsoft como maior empresa de tecnologia do mundo
 



Literatura >>> Gênio, de Harold Bloom
Se Borges foi um dos maiores leitores do século XX, talvez Harold Bloom então seja um dos maiores leitores deste incipiente século XXI. E Gênio, sua pequena enciclopédia das maiores mentes criativas da história da literatura, talvez não tenha sido devidamente lido, quase dez anos depois. Harold Bloom escrevia em 2001 (pós-Torres Gêmeas) e falava do alto de seus 71 anos (81 — ele repetiria — era a "idade ideal" para Dante). Como vinha de sua maior obra, Shakespeare: a Invenção do Humano (1998), estava impregnado do teatro do Bardo: comparava Shakespeare a quase todo mundo. Assim, Cervantes fizera o romance equivalente a Shakespeare (Dom Quixote), Tolstoi criara os personagens mais vivos depois de Shakespeare e só Chaucer poderia ser o antecessor à altura de Shakespeare (entre outras comparações). Também: foram décadas lecionando o Bardo, e falando sobre ele, quase diariamente. Assim como Richard Dawkins é considerado o maior representante de Darwin hoje, Harold Bloom talvez seja o maior especialista em... Shakespeare. Mas nem só do Bardo vive o Gênio. Interessante Bloom não incluir gênios vivos (e considerar Saramago um gênio — o que nos deixa meio preocupados). Interessante também que ele, Bloom, um dos maiores estudiosos da religiosidade judaico-cristã, tenha, em tão boa conta, Nietzsche ("o maior pensador moral de todos os tempos"; será mesmo?). Também Freud, que considera, inclusive, um escritor de gênio (#exagero). Bloom agrupa seus gênios a cada capítulo, e o dos alemães ainda tem Thomas Mann (que Borges não tinha em boa conta) e Goethe (o "super-homem" de Nietzsche). 100 gênios é muita coisa, mesmo para Bloom. E ele se sai melhor com aqueles mais próximos de si, como Samuel Johnson ("o primeiro grande crítico") e Emerson (admiração compartilhada com Nietzsche, e Borges). Seus melhores momentos são os primeiros gênios do livro: além de Shakespeare, Cervantes e Tolstoi, Virgílio, Santo Agostinho e Dante. Em seguida, O Javista (ou o "autor" do Velho Testamento), Sócrates/Platão (esqueceu de Aristóteles?), São Paulo, Dr. Johnson e os nossos alemães de sempre (faltou Schopenhauer). Mais adiante, Kafka, Tchekov (o maior contista), Wilde ("a primeira celebridade"), Emerson (reloaded), Hugo, Baudelaire e Rimbaud (também Valéry). Ainda, Homero, Camões (que desejava Vasco da Gama maior que a Odisseia e a Eneida), Joyce, Stendhal, Pessoa e Fitzgerald. E, para terminar (a nossa seleção da "seleção de Bloom"), Flaubert, Eça, Machado, Borges (de novo), Balzac e Dostoievski. A inclusão do Bruxo do Cosme Velho foi comemorada em prosa e verso por aqui, mas não soa tão empolgante no livro, embora Bloom o considere "o maior escritor de origem africana de todos os tempos" (leia-se: negro). Sua empolgação com Eça é tocante, quase ouvimos as gargalhadas de Bloom com A Relíquia e intuímos que todo o Jorge Amado saiu dali. O que teria pensado Bloom de Nélson Rodrigues? Dizem que recusou Guimarães Rosa, porque não lhe restava mais tempo para lê-lo... [2 Comentário(s)]
>>> Gênio
 



Internet >>> TechCrunch Disrupt
Dois titãs da blogosfera — ou melhor, da internet — norte-americana se desentenderam e o mundo ganhou duas novas conferências, a TechCrunch Disrupt e The Launch. Jason Calacanis, no tempo em que aderiu a The Gillmor Gang (e estava saindo da AOL), aproximou-se de Michael Arrington, ajudando-o a estruturar o TechCrunch financeiramente e, lançando, em sociedade, a conferência TechCrunch 20 (depois 40 e 50) para startups. O tempo passou, Mike Arrington cresceu, Jason fundou o Mahalo (e o TWiST), e a TechCrunch 50 começou a ficar pequena demais para os dois. Arrington foi político e abriu espaço para Jason na sua Disrupt. Mas Jason, falastrão, deixou escapar que Arrington queria mais do que 50% da conferência original (o que precipitou a separação). Fora diferenças de pontos de vista: como os ataques reiterados de Calacanis a Mark Zuckerberg, e as defesas, ostensivas, de Arrington ao... Facebook. O fato é que a TechCrunch Disrupt foi uma das melhores conferências do ano, que já teve a D8, com Steve Jobs (e Steve Ballmer). A Disrupt teve a criatividade de homenagear um veterano entrevistador, como Charlie Rose. Teve a presença, ilustre, do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg (hoje um político, mas ontem um homem de tecnologia). Pelo menos uma entrevista surpreendente, com Steve Case (fundador da AOL), que quase comprou o Yahoo! por 2 milhões de dólares (antes da "bolha"). Sem contar as revelações, como Dennis Crowley, do FourSquare, e a mesa sobre social commerce. Jack Dorsey, fundador do Twitter, foi humildemente apresentar sua nova startup, Square, enquanto a CEO do mesmo Yahoo! quase saiu no tapa com o host. Outras mesas, como a de conteúdo para novas plataformas (leia-se: iPad), confirmaram a TechCrunch Disrupt como uma das principais conferências de internet e tecnologia desta nova década. Jason Calacanis tem energia de sobra, mas vai ter muito trabalho para sobrepujar esses resultados com The Launch... [Comente esta Nota]
>>> TechCrunch Disrupt
 



Televisão >>> Lost Season Finale
E Lost acabou. Talvez já tivesse acabado em alguma temporada anterior, quando a sobreposição de camadas de "realidade" tornou o final simplesmente impraticável. Primeira metade do avião; outra metade do avião (2ª); outra metade da ilha (3ª); saída da ilha (a ilha dentro de nós) (4ª); a ilha no tempo, retorno à ilha (5ª); morte da ilha, morte do elenco, morte do seriado. "Se a morte é o fim, então, para acabar, temos de matar", devem ter pensado, e "mataram". A solução deus ex machina foi simplista, para uma série em que se havia investido tanto... Segundo Nietzsche, o sonho é o grande culpado pela nossa irracionalidade. Se no sonho foi "possível", inconscientemente passamos a acreditar que é possível também em vigília. Freud assimilou a mensagem, e criou a psicanálise (ainda que finja não ter lido Nietzsche direito). Ao matar todos os personagens, ou simplesmente revelar que estavam todos mortos, os criadores de Lost apelaram para o vale-tudo do sonho. Daí o final alternativo, em que tudo não passava de... um sonho de cachorro... De certo modo, Lost sempre se alimentou das reticências. E, nesse fator "wiki", residiu, desde o começo, boa parte de seu sucesso. Onde fãs, no sonho que é a internet, podiam construir hipóteses, teorias, soluções para Lost. Talvez por isso J.J. Abrams, um dos criadores da série, quando foi editar a Wired, só tenha falado em mistério, mistério, mistério... Eram as mesmas reticências. Quando teve de preenchê-las, J.J. Abrams mostrou que não estava preparado. Afinal, nas temporadas anteriores, nunca fora necessário... Sempre havia mais uma temporada, para preencher as lacunas. E mais uma. E mais uma... Até que acabou. Como tudo acaba. E J.J. Abrams acabou junto... ;-) [Comente esta Nota]
>>> Lost
 

 
Julio Daio Borges
Editor
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