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Quarta-feira,
7/12/2005
Adults’ Songs
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 256 >>>
Todo mundo reclama da baixa qualidade da música contemporânea – daquela divulgada pela mídia estabelecida, diga-se de passagem –, mas as pessoas estão preparadas, por exemplo, para o jazz? Não foi o que pareceu durante o evento São Paulo Music Masters, promovido pelo Tom Brasil Nações Unidas, e que trouxe músicos do calibre de Chick Corea, Robert Cray e Billy Cobham. Se jazz é quase sinônimo para improviso, a platéia não parecia querer saber de músicos improvisando, e foi saindo de fininho do meio para frente do show... Chick Corea, por exemplo, certamente um dos maiores expoentes do piano durante o século XX, não deixou por menos: anunciou logo, ao microfone, que todo o material sonoro, a ser apresentado, seria praticamente inédito – e que a audiência abandonasse as ilusões de reconhecer algum trecho, alguma melodia, algum som. Prometeu e cumpriu. O máximo que fazia, além de tocar poderosamente teclados variados, era enunciar a peça que seria executada. Era – para ele mesmo – difícil de definir suas tão recentes composições. A primeira, a que abriu, era “North Africa” – provavelmente evocando, em seu título, e em sua estruturação, a ligação do Brasil, via Rubem Dantas, o percussionista do grupo, com os ritmos latinos, todos aparentados à Mãe África, desde o jazz, claro. Mais para o meio, Corea anunciou certos “ghouls”, que, pela pronúncia, formavam a imagem mental de criaturas emprestadas da ficção científica. Pois quando os “ghouls” efetivamente emergiram, os ouvintes iam e voltavam do banheiro sem saber se a performance estava no meio, no começo, no fim – ou se já havia passado ao bis. Incompreensões à parte, foi uma noite de grande música – com destaque para, além de Chick Corea, o baixista Carles Benavent e o baterista Tom Brechtlein.
>>> Chick Corea & Touchstone (entrevista) | Tom Brasil
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Julio Daio Borges
Editor
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