Digestivo nº 345 >>>
E até a Economist não resistiu e mandou brasa em uma capa sobre o Google. Esperamos pelo grande dossiê que desvendaria os labirintos do Googleplex, mas, tirando um editorial como sempre brilhante, nenhuma outra informação além do que já obtivemos antes, na internet e em outros periódicos. De certa forma, quando o Google chega definitivamente ao mainstream, parece que acaba justamente sua fase de "mudar o mundo". O tom geral, até na Economist, é aquele da grande empresa que, agora, tem de sobreviver, perpetuando performances de crescimento histórico, depois de lançar suas ações na bolsa. O Google, como um universo em expansão, é provável que diminua de ritmo em algum momento e opte, no médio prazo, pelo "foco" ou mesmo pela retração. Até Eric Schmidt, o arquiteto responsável pela atual forma "tentacular" (CEO), admite à reportagem que o Google cresceu além da conta. Deveria admitir, também, que levou longe demais sua obsessão em derrotar Steve Ballmer, o número 2 da Microsoft. (Derrotou?) O fato é que o Google, o mesmo que ontem encantava a todos, hoje assusta um pouco (até a quem está dentro do Googleplex). Seu maior desafio - além de tentar contentar os acionistas - é sobreviver, conservando sua hegemonia, na chamada Web 2.0. Por isso, as aquisições estratégicas como do YouTube, a presença da sua publicidade entre a geração MySpace e algum lançamento sempre mirabolante (estilo Google Earth), tentando antecipar o futuro. Mas será que alguma empresa mantém o "monopólio" da inovação, por mais que sua cultura se preocupe com esse assunto? Faz parte da rebeldia da internet derrubar o gigante da vez - e o Google tem de tomar cuidado para não virar, de repente, Golias na mira de zilhões de Davis...
>>> Who's afraid of Google?
É, parece que o Google quer dominar o mundo. Se conseguir atingir seu objetivo de criar o GPhone isso não ficará muito longe. Dominando a internet e a telefonia celular, o Google estará muitas e muitas vezes na capa e nas páginas da Economist.