Digestivo nº 356 >>>
Em vez de ficar especulando se a internet ajuda na escola ou atrapalha, Júlio César Araújo convidou quase vinte especialistas e produziu um livro: Internet & Ensino — Novos Gêneros, Outros Desafios, no ano passado, pela editora Lucerna. Apesar da explosão do e-learning ou ensino à distância no Brasil (que só perde para o e-commerce), pouco se discute sobre os impactos da Web no aprendizado, mostrando que já existem ferramentas revolucionárias e especialistas na área. Internet & Ensino preenche esse gap, essa lacuna, abordando, justamente, formas como o chat, manifestações como a ortografia internética (internetês?), os ezines, o estudo de línguas estrangeiras on-line, formatos como a homepage, novidades como o "leitor de Web" e, inescapavelmente, a prática do copy/paste ou copia/cola. Às vezes em linguagem mais acadêmica, às vezes experimentando com os próprios gêneros, o livro felizmente evita a abordagem paternalista (tão comum a quem antecedeu a internet e se sente ameaçado por ela), tratando de tirar as práticas no ciberespaço do "gueto", até porque, entre os jovens, elas são dominantes. Os autores de Internet & Ensino ainda reforçam: mais que fazer frente ao discurso estabelecido, a WWW proporciona novas formas de expressão, novos meios de interação e de formação da identidade humana. E se num primeiro momento a internet mostrou que vai ser o repositório para o conhecimento, num segundo momento, talvez, tenhamos de pensar em como lidar com esse "novo" conhecimento eletrônico.
>>> Internet & Ensino
É, sem dúvida, a internet veio pra ficar... Isso é, ao meu ver, uma faca de dois gumes, para profissionais, estudantes, crianças, adultos... Essa forma de interação e aprendizagem, de troca de conhecimentos, informações... Até que ponto isso é bom para nós? Será que realmente estamos aprendendo? Ou estamos à mercê da internet e de sites de pesquisa onde podemos copiar, colar...? A era das tecnologias é agora, mas estamos preparados para ela? Podemos estar preparados num Brasil ainda com atraso na educação?
Após a "explosão do e-learning ou ensino à distância no Brasil (que só perde para o e-commerce)", certamente aos e-trancos e e-barrancos, o Brasil vai agregar conhecimento e informação consistentes ao chamado Ensino formal. Os avanços nunca foram (nem jamais serão) homogêneos, mas serão inversíveis...