Digestivo nº 364 >>>
Cansados de serem acusados, pelos jornalistas, de não saberem apurar fatos nem analisar informações, os blogueiros decidiram se organizar e começar a dar respostas. A primeira delas talvez seja a revista Feed-se, em PDF, totalmente concebida, escrita, editada, diagramada e distribuída (divulgada) por blogueiros brasileiros. Os temas, naturalmente, se referem à blogosfera: AdSense (ou monetização), SEO (ou ranking no Google), probloggers (profissionalização), blogcamp (eventos e discussões), e lifehacking (o blog como terapia). Os textos, inspirados no formato "post", são curtos e diretos, raramente ultrapassando uma página da Feed-se. O tom é bem humorado, longe, porém, da imparcialidade e da sisudez do jornalismo de mainstream. Na verdade, os princípios do considerado "bom jornalismo" se tornam mais diluídos, à medida que se avança na leitura. Por força do hábito do "hyperlinking", as referências a blogs e outros blogueiros, pelos autores das matérias, são constantes. Portanto, o maior mérito da revista talvez seja revelar um universo, por vezes, inacessível aos leitores leigos, que visitam a blogosfera e, atônitos, não entendem o que se passa nela. A comunicação na internet, entre grupos, muitas vezes se torna hermética, o que leva ao menosprezo — por parte de quem está de fora — de fenômenos como os próprios blogs, os podcasts, os wikis e as redes sociais (entre outros). A Feed-se é de graça, basta fazer o download. Mais do que conquistar jornalistas ranzinzas, oxalá consolide melhor a blogosfera brasileira e seu valor intrínseco.
>>> Revista Feed-se
Olá! Achei bem interessante o texto sobre a FEED-SE, pois não foram poucas as vezes que desisti de ler um blog interessante por ter a nítida sensação que eu estava sobrando ali. O blogueiro escrevia para outro blogueiro, não para a simples mortal aqui... Agora mudou, obrigada!
Eureka! O "Bonde da História" se torna uma "Barca Furada" diante do "Trem das Evidências!" Maravilha! Nós, que há bem pouco tempo nem sabíamos o que era "lifehaking" (ontem, pra ser mais exato!), hoje já nos sentimos estimulados a vestir a camisa!