Digestivo nº 366 >>>
E, no centenário do Bruxo, as mais belas edições de Machado estão saindo, agora, pela editora Globo. Quando um autor cai em domínio público, sua editora original perde a exclusividade. E no caso de Machado de Assis, um clássico, edições "novas" são produzidas todos os anos. Como em 2008 são 100 anos de sua morte, é bastante provável que as principais editoras brasileiras apareçam com suas versões "atualizadas" para, ao menos, as obras-primas do Bruxo do Cosme Velho. Entre versões didáticas e reedições, neste primeiro semestre, superou as expectativas a caixa da editora Globo. São os três volumes mais conhecidos desde os vestibulandos até os estudiosos (pela ordem de lançamento): Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891) e Dom Casmurro (1899). Cada um com uma introdução de um renomado estudioso de Machado no exterior: Abel Barros Baptista, Willi Bolle e John Gledson (respectivamente). Além do fino acabamento da Globo, desde a tipografia até a escolha do papel, cada volume ganhou nova capa de João Baptista da Costa Aguiar, o grande artista do livro brasileiro (que, entre outras coisas, criou a identidade visual da editora Companhia das Letras). Com fotos do Rio da época do Bruxo, a caixa convida à leitura, contrastando o respeito filológico às versões fixadas pelo próprio autor, no início do século passado, com a atualidade dos recortes, literários, de um Brasil que permanece entre nós. Se este centenário pudesse convencer cada leitor brasileiro a revisitar, espontaneamente, uma obra, que seja, de Machado de Assis, nosso País já terá avançado na consciência de si próprio, e a efeméride estará plenamente justificada. E, dentro do que essa celebração tem de mais importante — os livros de Joaquim Maria Machado de Assis —, a editora Globo tem feito a sua parte.
>>> Caixa Machado de Assis
Oportunas suas considerações acerca do Bruxo do Cosme Velho. Nós, brasileiros, deveríamos reconhecer em Machado a essência do maior e melhor escritor do mundo.