Digestivo nº 401 >>>
Depois do batido terrorismo dos "ingressos esgotados" — que infelizmente virou norma nos eventos musicais em São Paulo —, o Little Joy se apresentou corretamente na Clash Club com lotação pra lá de suportável. Antes o início do show, era possível cruzar com lendas da cena musical das últimas décadas, como Fabio Massari, que vinha "observar o fenômeno", e Arnaldo Antunes, que dançava na pista e depois adentrava no camarim, para desejar boa sorte. Rodrigo Amarante estava visivelmente mais alegre, por retornar aos palcos brasileiros. E a platéia retribuía, cobrando, previsivelmente, números solo do Los Hermanos — a exemplo do que fez Camelo, em sua apresentação paulistana —, mas Amarante preferiu se restringir ao repertório da "banda nova" (o qual praticamente desculpou por ser curto, num set de aproximadamente uma hora, incluindo o bis). Fabrizio Moretti estava, igualmente, mais solto — até porque quase ninguém se lembrou da sua vinda como baterista dos Strokes — e até cantou, cheio de vergonha, uma cover do The Kinks. Binki Shapiro era a mais compenetrada do trio, afinal não entendia a língua (nem as piadas entre a platéia e os outros dois integrantes). Cantou impecavelmente seus números e foi aceita, inclusive, pelas mulheres da audiência, que a qualificaram como "fofa". Além desse clima de fraternidade contagiante, o Little Joy se mostrou bem ensaiado com seus músicos de apoio, e foi uma pena que não tivesse mais nada para tocar (fora outro cover, também alegre, e uma nova composição que levantou, novamente, o povo). Se Amarante procurava a felicidade — depois de um casamento de dez anos com o Los Hermanos — parece que encontrou. Que o Little Joy siga emanando suas boas vibrações.
>>> Little Joy ao vivo no Morning Becomes Eclectic
Little Joy não sai do meu som desde o dia em que lançaram sua página no Myspace. Tô ficando doente, viciado, só consigo sair de casa depois de escutar algumas músicas do cd, só consigo dormir depois de escutar outras... próximo passo: reencarnação.