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Quarta-feira,
27/1/2010
Literatura em 2000-2009
Julio
Daio Borges
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+ 1 Comentário(s)
Digestivo nº 451 >>>
O início da década do novo século, obviamente, seria "assombrado" pela literatura do século anterior. Assim, os primeiros anos da década de 2000 assistiriam a reedições de monstros como Guimarães Rosa (pela Nova Fronteira , com direito a exposição no Museu da Língua , Centenário e 50 anos do Grande Sertão ); Nélson Rodrigues (que continuaria crescendo pós-Ruy Castro, com edições de Caco Coelho , e mudança da Companhia das Letras para a Agir ); Rubem Fonseca (com bons livros de contos , romances medianos e também migração para a Agir ); e Dalton Trevisan (com obras como Pico na Veia e Macho Não Ganha Flor , merecendo, ainda, o epíteto de mestre do conto , e mantendo-se na Record). Mais para o final da década, seriam reeditados, igualmente, Jorge Amado , Vinicius de Moraes e Jorge Luis Borges , pela Companhia das Letras. Graças ainda à editora de Luiz Schwarcz — acompanhada de quase todas as grandes —, a década de 2000 ficaria conhecia como aquela em que o livro de bolso, finalmente, decolou no Brasil (com selos como Companhia de Bolso e Sabor Literário ). Também a década dos eventos literários, capitaneados pela Flip ; e dos prêmios literários, com destaque para o Portugal Telecom . A Geração 90 continuaria assombrando, com seus autores de qualidade duvidosa , e a chamada Geração 00 ficaria eternamente associada à internet (aos sites literários e aos blogs ). O principal autor internacional do período continuaria sendo Philip Roth (mais um Nobel-que-não-foi). E o principal autor nacional do período seria Milton Hatoum , com Dois irmãos , Cinzas do Norte e Órfãos do Eldorado . Ainda se destacariam, na prosa, Cíntia Moscovich , Michel Laub e Daniel Galera ; na poesia, Paulo Henriques Britto , Douglas Diegues e Fabrício Carpinejar (este oscilando um pouco); e, na crônica, Ricardo Freire , Antonio Prata e Ana Elisa Ribeiro . A principal editora a surgir, entre as tantas ligadas à internet, seria a Livros do Mal — que, além do mesmo Galera, revelaria Daniel Pellizzari e Clarah Averbuck . O principal crítico literário, no Brasil, se revelaria Sérgio Rodrigues , de NO. e NoMínimo ; e, dos anos 2000, Paulo Polzonoff Jr. , com passagens pelo Rascunho , por este Digestivo , por blogs e por livros como O Cabotino . A década veria, ainda, a consolidação de editoras (como, por exemplo, as aquisições do Grupo Ediouro); e a chegada das espanholas, como Planeta e Prisa-Santillana. E se pairou a ameaça da digitalização de volumes, promovida pelo Google, o livro atravessaria a década longe da pirataria (ao contrário de CDs e DVDs, no mesmo período). A nova década, contudo, acenaria com o Kindle — e o negócio do livro, então, mudaria para sempre...
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Julio Daio Borges
Editor
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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
27/1/2010
09h40min
Julio, você esqueceu de citar o Cronópios nestas retrospectivas. Embora possa soar cabotino de minha parte, não posso deixar de assinalar que a importância do site e o que ele movimentou foi inegável.
*
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