Digestivo nº 460 >>>
É clássica, e até piegas, a frase de que "os homens não entendem as mulheres". Acontece que, desde meados do século passado, os homens andaram meio "fora de moda". Quer dizer, a revolução, na vida profissional (e na sexual), era das mulheres, e ninguém dava muita trela para os problemas psicológicos deles. As mulheres, segundo as históricas reivindicações, tinham sido oprimidas durante séculos - era, simplesmente, a vez delas. (Os homens que se adaptassem ao novo modelo.) Como se sabe, não funcionou 100% a contento. A teoria do Dr. Golberg é que, embora tenham conquistado posições no mercado de trabalho, as mulheres ainda esperam dos homens que tomem a maioria das iniciativas, no que diz respeito a relacionamentos homem-mulher, e, quando acontecem problemas, quem tomou a iniciativa, geralmente, assume a responsabilidade pelos erros. Os homens, ultimamente, reclamam que são mais cobrados - pelas mulheres, agora, "independentes" -, mas que continuam assumindo, sozinhos, as responsabilidades pelo sucesso no relacionamento. Dr. Herb Golberg pensa que os homens estão numa encruzilhada e que é preciso resgatá-los com urgência. E os prejuízos, para o gênero masculino, incluem, ainda, problemas nos relacionamentos com os filhos e dificuldade para estabelecer (e manter) laços de amizade. Com a "competição" profissional das mulheres, os homens se voltaram cada vez mais "para fora" - para a posição que ocupam na sociedade -, abdicando progressivamente de sua intimidade, do seu "self", que foi sempre um domínio mais naturalmente governado pelas mulheres. Em resumo: se tudo falhar, as mulheres têm sempre a esfera da vida privada, para se resguardar (um porto seguro há séculos); enquanto que os homens - além de não poderem falhar socialmente -, estão perdendo a última ligação com a sua intimidade e com o seu "eu". O livro do Dr. Golberg é mais interessante, e bombástico, logo no começo; e talvez seja, na parte técnica, mais indicado a psicólogos do que a leigos - mas conhecê-lo é uma grande oportunidade de reconhecer que a revolução dos anos 60 teve sérias consequências.
>>> Tudo o que os homens não entendem: mulheres, relacionamento, amor
Na verdade, não creio que seja tão difícil assim entender nós, mulheres. Acredito que a confusão paira num outro âmbito, ou seja, o ciúme e a inveja por parte da maioria dos homens (rsrs) a despeito da fecunda atuação que desempenhamos hoje na sociedade, fruto de lutas homéricas em busca de reconhecimento, de respeito e, principalmente, da efetivação dos nossos direitos, tendo como meta a participação no processo de conscientização da humanidade diante de tantas arbitrariedades praticadas contra seres discriminados, como o negro, o índio, o gay, o velho e a mulher propriamente dita, nesse sentido, surge um novo cenário, inaugurando um novo o propósito, de iluminar cabeças retrógradas, de mudar paradigmas de contagiar... Com efeito, nos dias atuais, a mulher tem plena consciência do seu poder, dos seus direitos, do seu papel na sociedade, na política, enfim, mas o que ela quer mesmo, é ser vista através do romantismo...