Digestivo nº 467 >>>
O mais recente "furo" em termos de notícias sobre o mercado editorial brasileiro foi dado pela IstoÉ Dinheiro que, na semana do dia 14 de julho, anunciou o lançamento do Alfa, o leitor de livros eletrônicos da Positivo Informática. Maior fabricante de computadores do Brasil, a Positivo teve um insight parecido com o de Steve Jobs: enxergou que caminhamos para um "mundo pós-PC", onde quem vai dominar serão os fabricantes de dispositivos móveis. A revista afirma que o leitor de e-books é apenas a ponta do iceberg de um movimento que prevê o lançamento de televisores, celulares e... tablets! Leitor da recente biografia não-autorizada de Jobs, Hélio Rotenberg, presidente da Positivo, reconhece que vai concorrer até com o superpoderoso iPad. Ambicioso, Rotenberg acredita que seu Alfa é mais fácil de usar que o Kindle, da Amazon, embora não ofereça conectividade Wi-Fi na primeira versão (prevista para agosto), só em 2011. A vantagem do Alfa, para as editoras brasileiras (que, até agora, fizeram cara feia para o Kindle), é que a Positivo não quer ser "dona" do formato, e promete um leitor compatível, por exemplo, com as recentíssimas iniciativas da Livraria Cultura e da Saraiva. Rotenberg, sabiamente, percebeu que, sem a adesão maciça do mercado editorial brasileiro, nenhum leitor eletrônico vai decolar no País. Que o diga o leitor da Gato Sabido, que atrai acessos, mas não vendas (proporcionalmente), já que faltam títulos. Mesmo o Kindle carece de mais títulos em português (ou seja: mesmo a gigante Amazon sofre com a retaliação de nossas editoras). A desvantagem do Alfa, no entanto, é o preço, de 750 reais (considerando-se, novamente, que o Kindle está sendo vendido por menos de 200 dólares agora). E como se não bastasse a Positivo, outro fabricante nacional, a Mix Tecnologia, também promete entrar na briga. E as nossas editoras... será que vão, finalmente, comprar a ideia do livro eletrônico? ;-)
>>> O concorrente brasileiro do Kindle
Sabe, Julio, qual é o medo das editoras brasileiras? "Morrer", feito o JB e outros tantos jornais de papel por aí... Não vejo a hora dessa coisa explodir!!!
Decerto que as as editoras, assim como livrarias e livreiros, não gostam muito da ideia, porém há um outro lado que deve ser temido, o distanciamento ainda maior de pessoas da leitura. Assim como os livros possuem preços, às vezes elevados para muitos, imagine essa nova tecnologia... Ok, crianças podem ler na escola através desse suporte tecnológico, mas será que só a leitura de escola basta? E nas férias? Diante da nossa realidade, estamos bem distantes do avanço tecnológico).