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Sexta-feira,
14/6/2002
Shoo-rás-ko
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 86 >>>
A gastronomia brasileira já tem os seus embaixadores nos Estados Unidos. Concorrendo de igual para igual. Os irmãos Coser e Ongaratto, da churrascaria Fogo de Chão, estão fazendo a América desde 1997, com filiais em Dallas, Houston e Atlanta. Na terra do Tio Sam, já estão entre as dez principais “steak houses” do país, embora no Brasil mantenham a discrição e modéstia dos quatro gaúchos que chegaram a São Paulo, em 1984, para vencer. E venceram. Quem diria que um projeto inaugurado em 1979, no bairro Cavalhada, de Porto Alegre, a partir da tradição dos tropeiros do Sul (que armavam a fogueira num buraco, assando as peças em volta), de repente, se espalharia por todo o continente (com a ambição de se expandir também pela Europa)? Arri Coser, um dos quatro cavaleiros do Fogo de Chão, credita esse sucesso à qualidade dos alimentos comercializados (eles possuem acordos diferenciados com fornecedores e frigoríficos) e à persistência num mesmo tipo negócio, justo numa época em que a diversificação, imposta goela abaixo, fez com que a concorrência perdesse o foco. De fato, na capital paulistana, o Fogo de Chão virou sinônimo de rodízio, e de churrasco; apesar dos arrivistas de sempre, e até de outras casas anteriores a eles, a consagração ainda é unânime. Coser não sente, tampouco, que a “abertura”, para a importação, tenha atrapalhado os seus negócios (alegação bastante comum entre os donos de restaurante); pelo contrário: esse movimento foi responsável pelas bases hoje fixadas nos EUA (se a globalização ocorreria de qualquer modo, por que não tirar dela o maior proveito?). Além dos cortes conhecidos por todos (picanha, alcatra, maminha, fraldinha, filé mignon, bife ancho e ponta de agulha), o Fogo de Chão oferece um completo buffet de saladas, uma grande variedade de bebidas e uma boa gama de sobremesas. Sem contar a atenção e a educação excepcional de maîtres e garçons. É natural escutar o portunhol, de argentinos e sul-americanos entusiasmados, e o inglês, de turistas os mais diversos. A diferença está em saber que o português também está sendo levado para lá, para outras paragens, por Coser e Ongaratto. Nem só de Itamaraty vivem as nossas embaixadas.
>>> Fogo de Chão (Brasil) | Fogo de Chão (fo-go dèe shown, EUA)
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Julio Daio Borges
Editor
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