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Quinta-feira,
1/8/2002
Everybody runs
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 93 >>>
Com a morte de Stanley Kubrick, ninguém melhor para falar do futuro que Steven Spielberg. A comparação não surge à toa: desde "Inteligência Artificial" (uma parceria post-mortem entre ambos) que Spielberg vem se apresentando como discípulo do diretor de "2001 - Uma Odisséia no Espaço". Depois dos fiascos de George Lucas (em suas tentativas desastradas de retomar "Star Wars"), o autor de "E.T." conquistou a supremacia no cinema premonitório. Ainda mais agora, com esse "Minority Report" ("A Nova Lei", na versão brasileira). Além de todo o aparato tecnológico, o filme é também uma resposta a "Matrix" (1999), em termos filosóficos (se é que isso se pode afirmar em matéria de sétima arte). Tom Cruise, ou John Anderton, é o novo Keanu Reeves, o novo Neo. Antes de salvar o mundo, porém, ele tem de provar a sua inocência - à maneira do "Fugitivo" (1993) de Harrison Ford. Ano 2054: foi inventado um sistema que prevê homicídios, graças ao uso de "precognitivos" (médiuns); Cruise, ou Anderton, é um dos policiais envolvidos no experimento (ele e sua equipe impedem que os crimes aconteçam, localizando o potencial homicida e prendendo-o por antecipação); tudo vai infalivelmente bem até que o próprio Anderton é incriminado - então tem de correr contra o tempo. São mais de duas horas de uma trama intrincada e de uma das melhores perseguições dos últimos tempos. Ficamos aliviados em saber que daqui a cinqüenta anos, a Sinfonia Patética (nº 6) de Tchaikovsky ainda será ouvida em alto e bom som. Para além da seriedade e do cientificismo (habitual), Spielberg introduz cenas engraçadas, onde o herói é ridicularizado, apenas para lembrar ao espectador que se trata de ficção. Apesar dos milhões de dólares gastos, da moral da história e do americanismo (também habitual), é inegável que o homem evoluiu desde "Inteligência Artificial" (2001). Não custa conferir, portanto.
>>> Minority Report
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Julio Daio Borges
Editor
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