DIGESTIVOS
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Sexta-feira,
6/8/2004
Os exus da rede
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 187 >>>
Se alguns sites se transformaram em catacumbas onde ninguém mais mergulha fundo, outros estão mostrando que têm história (e não simplesmente um arquivo morto), ao editar seu conteúdo em livro. O “Webinsider”, de Vicente Tardin, encaixa-se neste último caso e acaba de lançar o primeiro volume da coleção que leva seu nome: “Hermes, o deus da cybercoisa”, de Fernand Alphen (editora Brasport). Se o título assusta um pouco, o subtítulo explica tudo: “Crônicas do início da internet”. Assim como Tardin, Alphen é um sobrevivente do “boom” e da bolha, que resolveu publicar seu testemunho, dos primórdios até hoje. São textos descompromissados, escritos no calor da hora, que ficam datados em alguns momentos, mas que ainda guardam “insights”. Alphen nunca foi um profissional diretamente ligado à WWW (leia-se: um profissional de informática ou um “web-alguma-coisa”). Compõe, na verdade, um terceiro contingente (considerando os jornalistas como o segundo grande grupo): o dos publicitários e dos profissionais de comunicação das agências, que – como tantos colunistas do mesmo “Webinsider” – vêm lutando desde o começo para que a internet se afirme como mídia e para que, principalmente, seja vendável. Na coletânea, é uma batalha página a página. Vencida, pode-se dizer, de 1997 para cá. Alphen ficou igualmente conhecido como polemista virtual, depois de jogar com a ambigüidade do “spam” e depois de defender, por exemplo, o sexo virtual. Tardin, pelo seu lado de editor, agüentou o trote e soube atravessar as “flame wars” em que o “Webinsider” se meteu graças a pontos de vista nada ortodoxos. Agora colhe os louros dessa vitória. Seu site vai virar ainda mais alguns livros e, abrindo essa frente, quem sabe não sirva de modelo para – através do tempo – revelar os que têm e os que não têm credibilidade.
>>> Hermes, o deus da cybercoisa - Fernand Alphen - 116 págs. - Brasport
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Julio Daio Borges
Editor
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