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Sexta-feira,
6/7/2007
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Redação
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Flip: Jim Dodge e Will Self
A mesa com Jim Dodge e Will Self foi a primeira que vi do início ao fim até agora. E, mesmo concordando com o Julio quando ele diz que não dá pra dizer que tal mesa foi a melhor de toda a Flip sem ter visto todas - ou ao menos a maioria -, digo que é bem provável que a conversa do Arthur Dapieve com Dodge e Self seja a mesa mais divertida de todo o evento.
Os autores leram trechos de suas obras (Dodge leu um trecho de Fup e Self de Como vivem os mortos; depois Jim leu um poema belíssimo, não digo agora o título porque esqueci na pousada, mas dá pra encontrar no Google procurando "I believe Jim Dodge") e falaram de literatura, é claro. Mas também de política e do problema ambiental que o mundo inteiro vem enfrentando há não sei nem mais quantas décadas.
Ao ser perguntado sobre a política ambiental do governo Bush, "se é que existe alguma", como disse o Dapieve, Dodge respondeu: "já ia perguntar no que você está falando", como se dissesse que não existe uma "política ambiental" no governo Bush.
Uma das melhores perguntas foi pro Self, sobre terrorismo. Depois de dizer que nada o preocupa, Dapieve perguntou: "o terrorismo não o preocupa?" O escritor inglês, que estava com um excelente senso de humor, disse que não, o terrorismo não o preocupa. O que o preocupa é a possibilidade de escorregar no sabonete no meio do banho e quebrar a cabeça no chão. Chegou até a declarar "guerra aos sabonetes", mas depois ele falou muito sério e tal. Se preocupa, sim, com o terrorismo, mas se preocupa mais com as mortes de inocentes que, segundo ele, George W. Bush e Tony Blair causaram no Oriente Médio.
A melhor frase da mesa, na minha opinião, foi do Self, só não consigo lembrar de onde ou por que ela veio: "A televisão é o supositório cultural da sociedade. Você enfia lá e cada vez sai mais merda".
O homem está coberto de razão. Ou não?
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Rafael Rodrigues
6/7/2007 às 12h25
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A Flip como Ela é... I
Chegamos atrasados, só pra manter a tradição. Várias polêmicas me segurando em São Paulo (basicamente a discussão sobre publicar em papel ou não, agora misturada com a matéria do Estadão). Mas eu consegui me libertar, me reunir com o Rafa Rodrigues, ir para a casa dos pais da Carol e embarcar pra Parati. A viagem foi tranqüila. Apesar da Marginal Pinheiros. Alcançamos Parati em cima da hora para o show da Orquestra Imperial (já estava rolando a fala da Bárbara Heliodora, não checo a grafia de nada hoje, OK?). A pousada do Rafa se escondeu de nós o quanto pôde, desistimos de procurar e seguimos direto pra Orquestra na Praça.
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O Amarante estava cantando um daqueles clássicos do samba, com o mesmo paletó branco do último show do Los Hermanos (sobre o qual estou devendo uma Nota, aliás...). Uma fala bem enrolada, a Carol não reconheceu a princípio e teimou comigo (que não era ele). Era; mas achei o Amarante meio triste e "perdido" no palco, sem a guitarra, sem a bateria, enfim, sem a sua banda. Talvez tenha sido só impressão minha. No back stage, depois, ele estava sorridente e perguntou como foi a "palestra" em forma de música (afinal, estamos na Flip e, não, no Palace - os músicos todos insistem em falar "Palace", não adianta...). No palco, ele vinha pra frente, cantava, ia pra trás, pegava um instrumento, pegava outro, dançava, mas, a meu ver, não se "achava".
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Tenda da Matriz lotada, pelo menos, cheia de curiosos, que foram "saindo fora" ao perceber que a Orquestra era meio experimental. A Carol identificou o Kassin e o Domenico de longe mais rápido do que eu; o primeiro sempre ao baixo, em forma de Gibson Les Paul, e o segundo à bateria, sem cantar desta vez. Tocaram, basicamente, o EP inteiro da Orquestra Imperial, sem a música instrumental inteira ("Pop Corn"?, chamei o selo, Ping Pong, de Pop Corn, e o Amarante, depois, me corrigiu rindo da confusão...). A Orquestra Imperial é grande, o Kassin ou o Domenico nos disse que são, só de músicos, 19 (dezenove) pessoas. Duas vocalistas, uma bem branca e magra (desculpe, não guardei os nomes) e uma bem morena e provocante, fazendo o papel de "musas".
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O João Donato entrou com um boné cor-de-rosa e eu não esperava nada dele, ouvi dizer que anda completamente "xarope", mas parece que ontem não estava, não. Tocaram, dele, "Maçã" (não sei se esqueco do artigo aqui), "A Bruxa de Mentira..." (parceria com o Gil, que conta a história da música no seu Acústico) e "Suco de Maracujá" (será que é isso, o título? Parceria com Martinho da Vila, com dois Ls?, bem divertida...). Então, João Donato, meio enrolando a língua também, anuncia que quer tocar "aquela", com seu parceiro... Kassin. "Cadê o meu parceiro? Cadê o Kassin?". Aí, entoam "Quem bom voltar..." etc., do disco Futurismo, com Kassin aos vocais. A Carol vibrou. (O CD não sai da nossa vitrola...)
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Ainda teve, antes do bis, "Eu quero um samba feito só pra mim...", clássica na voz do João Gilberto; "Bananeira", hit dos anos 2000, na voz da filha do João, Bebel Gilberto; e, no meio de uma gozação (que, na Orquestra, a gente nunca sabe se é séria), "Nasci para bailar...". E eu fiquei pensando que o Donato estava lá, meio viajando nos teclados, mas dividindo o palco com aquela moçada toda, por volta dos 30 anos, depois de ter "emparelhado" com o Tom Jobim, quase antes da bossa nova, depois de ter pirado na eletrônica dos anos 70, depois de tudo. Mal comparando, era como se o João Gilberto resolvesse tocar com o filho do Caetano, o Moreno, que, aliás, é da Orquestra Imperial, e que zanzava ontem pelo palco também.
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Eu falei isso para o Domenico, quando, inacreditavelmente, ele dividia um "pasteloni" (ou "pastelloni"?) comigo, com a Carol e com o Rafa, à beira do rio. E ele concordou. Disse que "só no Brasil acontece essas coisas". Gerações de músicos se misturando, gerações de artistas... Contou de um amigo português, igualmente artista plástico (o Domenico, além da baterista, pinta), que não acreditou quando entrou no ateliê do Luiz Zerbini (estou chutando totalmente a grafia aqui...). Disse, ao Domenico, que isso jamais acontecia em Portugal, entre artistas, e que ele nunca havia entrado no ateliê de outra pessoa, ainda mais de outra geração... (O Domenico ficou rindo ainda porque o Wilson das Neves avisou que o Donato nunca toca o combinado no ensaio, e, ontem, aconteceu de novo: Donato improvisou.)
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Lembro pouco do set list do bis. Escancararam enfim a Tenda da Matriz, eu, a Carol e o Rafa entramos, e ficamos, à beira do palco, apreciando a Orquestra Imperial. Formalmente, o show já havia acabado; só sobraram, na platéia, os que realmente apreciaram a coisa. Eu me apoiei no palco e fiquei embaixo do pessoal dos sopros. Tirei algumas fotos. A Carol tirou várias do Amarante... Então o show acabou. Eles desceram do palco e eu percebi uma oportunidade de abordá-los, enquanto a Carol e o Rafa ficaram meio sem ação, titubeando. O "segurança" vacilou e eu puxei eles pro back stage. Queriam uma foto com o Amarante. Em Parati, é mais fácil falar com as pessoas. Então abordamos nossos heróis logo depois do show...
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O Amarante estava meio tonto, quando eu pedi uma foto. Puxei ele pelo paletó branco, mas ele topou. Saímos eu e a Carol, o Rafa disparou o gatilho. (Depois vocês vêem, ficou boa...) Em seguida, o Rafa e ele. O Amarante abrindo os braços, o Rafa com um sorriso de orelha a orelha. Ficou boa também. Os dois são fotogênicos. (Depois, vocês igualmente vêem...) O Amarante nos contou que a Orquestra Imperial toca, no meio de agosto, no antigo Palace, mas ele não sabia precisar a data. Não ficamos perguntando muito sobre o fim do Los Hermanos; respeitamos o luto dele, embora ele estivesse de branco... Não, ele não se lembrava do nosso encontro, em 2005 (achava que tinha sido em 2004), no restaurante Celeiro, no Rio. Disse, ainda, que não tinha maiores projetos (fora a Orquestra).
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Não, eu não perguntei porque eles "nunca" tocam "Ana Júlia" (não sei se falta um "n" aqui ou se tem acento no "u"...). Até porque eles tocaram, no último show... A Carol estava animada e quis tirar foto, também, com o Kassin. O Kassin até abaixou para tirar foto conosco, porque ele é grandão. E muito, muito acessível. Fiquei impressionado. E humilde. Eu disse a ele que concordava - com o Alexandre Matias - que Futurismo era provavelmente o melhor disco de música brasileira do ano passado (ano passado, porque saiu, em 2006 - primeiro no Japão). Disse, ainda, que quem me falava muito dele, com muito carinho, era o Guilherme Werneck. "Pô, você.. Só nas altas esferas... Alexandre Matias, Guilherme Werneck..." Como se ele - Kassin - não fosse a quintessência da música brasileira contemporânea. Disse que vai me avisar dos próximos shows "fora do circuito".
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A noite já teria sido inesquecível, com o Kassin contando a história da música "Nara" (sobre sua filha), e o Amarante dando detalhes do álbum da Orquestra Imperial, mas paramos na frente do Pasteloni, pra tomar um ar, quando resolvemos encarar um pastel, já na madrugada, sem jantar direito, e lá estava o Domenico. A Carol, animadíssima, queria falar com ele. Fomos. O Domenico se empolgou tanto, quando eu lembrei de "Olhos de Tigre" ("Eye of the Tiger", na versão em português com Moreno e Kassin), que veio até sentar na nossa mesa. E foi a melhor conversa da noite; como se não bastasse(m) as outras duas... Contou da escola "muito louca", onde conheceu Moreno e Kassin, contou da vida de músico, contou da filha. Parecia, de repente, um brother nosso, dividindo as agruras da vida. E a Carol terminou a noite espantada com a simplicidade deles. E o Rafa dormiu boquiaberto. Era apenas o primeiro dia da Flip...
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Hoje, a primeira mesa foi meio decepcionante (depois de tudo isso). A Cecilia Giannetti - minha entrevistada na matéria do Estadão - estava muito, muito nervosa e reclamou, de leve, por ser confundida com a "geração internet" (mas eu a conheci na internet; e você?). Em seguida, leu algo do seu livro novo, que nós, no "Link", demos em primeiríssima mão (o Matias não acreditou quando encontrei a capa no site da Cultura...). Algo sobre "porcos de silício", mas ela cai naquele conto de apelar para a violência reinante, "ficcionalizando-a", numa esperança de "conscientização" - o que eu acho sem efeito nenhum, porque, simplesmente, não é a vida dela, Cecilia Giannetti. Eu preferiria, por exemplo, ler histórias sobre a sua banda de rock (no livro). De Berlim, ela basicamente reclamou, não endeusou o projeto Amores Expressos.
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O Fabrício Corsaletti fez o gênero "bicho grilo" e protestou quando a Beatriz Resende (nunca sei se é com "z"), mediadora elegantíssima, chamou ele de "erudito". Depois desse corte, a Beatriz praticamente não falou mais nada (ah, o Cassiano Elek Machado, diretor de programação da Flip 2007, anunciou que ela prepara um livro sobre todos esses autores, denominado, muito apropriadamente, de Contemporâneos - que me soou, pelo que ela adiantou, meio elogioso demais; eu sou chato, eu sei, podem falar...). O Fabrício ainda teve o dom de esquecer uma pergunta que havia sido feita a ele, quando a Cecilia embarcou num monólogo sobre Berlim. Aí, eu lembrei do Rafa ontem, no carro, contando que o João Filho - um dos heróis de outras edições da Flip - simplesmente "esqueceu" de uma mesa numa bienal na Bahia. (Depois essa geração reclama de "falta de reconhecimento"...)
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Eu pensei que a salvação da lavoura seria a amiga do nosso Guilherme Conte, a Veronica Stigger, mas ela foi igualmente uma decepção. Veio vestida para o "SP Fashion Week" e com um cabelo... eu fiquei pensando se ela não errou, seriamente, de profissão (depois, colo uma foto dela aqui...). Alta, magra, cheia de looks. E uma voz de Iris Letieri (dessa, não sei a grafia mesmo), a moça que anunciava, antigamente, os vôos no aeroporto. O Mike Paton, do Faith No More - eu sei que a referência, aqui, não é nada erudita - se apaixonou pelos seus anúncios e quis se casar com ela, quando veio para o segundo Rock in Rio. Voltando pra literatura, a Veronica leu uma bobagem sobre uma tal de Domitila, que se mutilava - um conto que dava as horas, que era cheio de clichês da música popular (Roberto Carlos) e do cinema (até Máquina Mortífera, do Mel Gibson...). Gente do céu, isso não é literatura!
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Agora está rolando Augusto Boal e Eduardo Tolentino e eu tenho de acabar este Post porque ele está longo. A Carol e a Marília viram o Lobão e o Chacal, eu perdi, tentando ver meus e-mails, conversar com a Débora e tentando escrever... Não consegui fazer tudo isso, óbvio. Vou ao Jim Dodge, o da Fup - resolvi - e ao Will Self, aquele do livro com cara de macaco na capa (eu sei que pega mal eu soar tão mal informado aqui, mas, agora, ou escrevo ou checo as informações... O que vocês preferem?). Mais à noite, Kiran Desai, cujo livro parece muito bom, e William Boyd (segundo a programação; sobre quem eu sei pouco...). Ah, e o Nélson está em todo lugar. Amanhã vou perguntar, ao Ruy Castro, o que ele acha dessa popularização súbita. Parece que o Jabor furou; encontraram outra cueca cheia de dólares, de algum parlamentar, e ele não quer perder esse comentário na CBN e no Jornal Nacional por nada neste mundo...
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Julio Daio Borges
5/7/2007 às 16h08
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Bob Dylan por Bryan Ferry
Estou bastante habituada à voz fanhosa de Bob Dylan. Ele não seria quem é sem aquela voz, aquela gaita e seus arranjos inconfundíveis. Elementos que qualificam, diferenciam e conferem uma "marca-estilo Dylan" incomparável. Mas o que ouvi neste finde foi um Dylan imperdível. Os fãs ardorosos e os indiferentes também (nunca é tarde demais) podem deleitar-se com o tratamento luxuoso que Bryan Ferry deu em Dylanesque à música de Bob Dylan. Não percam.
Cinqüentona Assumida, em seu blog, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
5/7/2007 à 00h57
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Internet e Sexo
Dizem as más linguas que a internet foi inventada pelos acadêmicos, para os acadêmicos. Parece que a idéia orininal era criar uma rede de comunicação entre as universidades. Isso até que pode ter sido o ímpeto original. Do mesmo jeito que o ímpeto original da Coca-cola era ser um remédio para o estômago.
Hoje, a internet é a casa do sexo. Nada de assustador. Sendo um instrumento, ela só faz nos ajudar a conseguir o que realmente queremos.
Os mecanismos de busca da internet são, pra mim, a nova fonte de pesquisa de qualquer pessoa seriamente interessada em entender o macaco-nu. Veja só. Procurei no e-mule um livro sobre hipnose e qual não foi a minha surpresa quando me deparei com uma infinidade de vídeos de sexo. Associados à hipnose. E isso é praticamente com tudo. A menos que você procure algo intrinsecamente brochante (que não sei o que seria) quase toda busca vai ter links, ou arquivos associados ao sexo.
Fiquei pensando, será que a verdade é o sexo? Pro macaco nu...
Rafael Britto, em seu blog, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
4/7/2007 à 00h48
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Umas & Outras
Acompanho o Digestivo Cultural desde o início, fico feliz de ver que ao longo desses anos a revista conseguiu crescer sem perder a qualidade.
Clotilde Tavares, em seu site, que, há anos, linca pra nós.
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Julio Daio Borges
3/7/2007 à 00h56
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1º Festival de Samba Paulista
Dona Iná e Teroca garantiram o 1º lugar
Um festival que premia compositores e intérpretes do ritmo tido como o mais representativo do Brasil: o samba. O local? TUCA (Teatro da Universidade Católica de São Paulo), teatro que já abrigou festivais lendários na época da ditadura militar. As pessoas? Gente da capital e do interior, veteranos e novatos, estudantes e amadores. Esse foi o 1º Festival de Samba Paulista.
É fato que em São Paulo existem compositores novos fazendo samba de qualidade. Mas esse Festival veio para colocar a cidade como um dos pólos culturais de samba no país e divulgar o que essa geração de artistas vem fazendo por aí e o que a grande mídia não revela. Mas, apesar da belíssima iniciativa, ficaram faltando representantes de grupos da periferia, como os do Samba da Vela, Comunidade do Cafofo e Samba da Laje, entre outros.
O evento ocorreu nos dias 26 e 27 de junho e contou com 263 composições inscritas, 12 semifinalistas e 6 finalistas. Conduzido pelo jornalista e apresentador de festivais do interior, Clóvis Guerra, o Festival, realizado pela MMP Produções e Eventos em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura, distribuiu R$ 12 mil reais em prêmios aos vencedores.
Presidido por Eduardo Gudin, o júri foi composto pelo historiador e radialista Moisés da Rocha, pelo compositor e diretor da gravadora Dabliú, José Carlos Costa Neto, e pelo cantor e compositor José Luiz Mazziotti. Além da apresentação dos sambas classificados, na terça-feira teve show dos Trovadores Urbanos e na quarta-feira, de Paulo Vanzolini.
A grande estrela da noite foi a cantora Dona Iná, de 72 anos, premiada como melhor intérprete do Festival e que garantiu o primeiro lugar a canção "Bamboleio". Ela iniciou sua carreira na década de 1950, interrompeu por um longo tempo e voltou em 2004, com o lançamento do seu primeiro disco Divino samba meu.
A música que cantou no Festival de Samba Paulista teve um significado especial. Foi por meio dessa canção que ela conheceu o Teroca, o compositor de "Bamboleio". Daí surgiu a amizade e a parceria, que rendeu frutos colhidos no evento paulista. "O samba, como Noel Rosa dizia, não tem barreiras: ele nasce no coração. Basta saber fazer", filosofou Teroca.
Cupinzeiro ficou com o 2º lugar e a melhor letra
O segundo grande destaque do evento foi o grupo de Campinas Núcleo de Samba do Cupinzeiro, que se dedica a pesquisas sobre o samba. Eles levaram o prêmio de melhor letra e ficaram em segundo lugar com a música "Lamento Negro", interpretada pela cantora Anabela, também integrante do Núcleo.
"Apesar de ser popular, o samba não tem o espaço merecido e um festival como esse ajuda a mostrar que existem compositores fazendo música de qualidade e que, por falta de oportunidade de mostrar seu trabalho, acabam esquecidos", afirmou Bruno Ribeiro, autor de "Lamento Negro". "Este festival só nos dá uma certeza: de que não estamos sozinhos, de que estamos no caminho certo, preservando a cultura popular", comemorou Moisés, que entregou o prêmio ao grupo.
O terceiro lugar foi do veterano Waldyr da Fonseca, que já compôs sambas conhecidos como "Samba pra inglês ver" e teve músicas gravadas por Leny Andrade, Beth Carvalho, Arrigo Barnabé, entre outros. Sua canção, "Chá de sumiço", foi interpretada belamente por Bruno De La Rosa, jovem cantor e compositor de Santos. "Eu sinto que a luta da gente no passado não foi em vão. Hoje eu posso dizer que o samba venceu", disse Waldyr, emocionado.
O samba romântico "Início de caso", de João Bid e Robson Silvestrini (ambos do grupo vocal Catavento) ficou em quarto lugar, seguido do partido alto "Brinquedo da noite", de Teleu (integrante da ala dos compositores da Vai Vai), Claudinho Poco Dedo e Sanvita, em quinto, e o samba funkeado "Pimenta", de Dimi Zumquê e Josias Damasceno, em sexto. As seis composições finalistas eram muito boas, de fato, cada uma de uma vertente diferente do samba.
Waldyr e De La Rosa recebendo o prêmio de 3º lugar
Cadê a comunidade?
O Festival surgiu com o objetivo de dar mais espaço e divulgação aos sambistas de São Paulo. No entanto, ficaram faltando representantes das comunidades da periferia que têm feito samba de raiz e revelado novos compositores na cidade. Faltou o tal do samba, aquele feito por grupos de classe social mais baixa, usando a música para retratar o cotidiano popular e suas mazelas. Aquele cantado pelo povo.
De acordo com José Marilton da Cruz, o Chapinha, um dos fundadores do Samba da Vela, os sambistas dessas comunidades não chegaram nem a se inscrever, pois não tiveram conhecimento desse Festival. "Eventos com esse perdem a essência por não incluír todos os movimentos paulistas de samba que acontecem em diversas comunidades", critica.
O fato é que faltou mais divulgação para que o Festival pudesse englobar todas as vertentes, movimentos e compositores de São Paulo, representando de verdade o samba que é feito aqui. Mas de acordo com Moisés, a direção do evento já foi alertada para que isso não ocorra nas próximas edições. "Esse Festival foi o primeiro passo, o embrião. É um ensaio que tende a aglutinar pessoas que defendem o samba e lutam pela cultura popular", argumenta.
Gudin assina embaixo. "A comunidade do samba teria que participar mais. Mas o universo do samba não é fácil conquistar, tem que ir no local, passar a idéia. Mas daqui pra frente, se continuar, tem que haver um trabalho de divulgação maior, procurar as pessoas in loco", acredita o compositor. É pagar pra ver a segunda edição.
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Débora Costa e Silva
2/7/2007 às 23h08
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Uma carta de peso
Trabalho bonito o do sommelier Paulo Rogério Lima Câmara, que elaborou a nova carta de vinhos da churrascaria Vento Haragano. Carta literalmente de peso, diga-se de passagem. Possui 48 páginas, com capa de couro e, mais do que apresentar os 540 rótulos disponíveis na casa (com preços que vão de cerca de R$ 30 a até quase R$ 20 mil), traz informações suficientes para dar uma aula aos comensais.
Começa com a Roda dos Aromas, que vem a ser uma um gráfico que mostra os aromas freqüentemente notados nos vinhos, desde os mais genéricos aos mais específicos, desde os mais bucólicos, como amora silvestre e framboesa até os mais esdrúxulos, como "cachorro molhado", "gambá", "sabonete" e "peixe". Em seguida, são apresentados os principais tipos de uvas tintas e brancas. A viagem pelas regiões e sub-regiões vinícolas, ilustradas com mapas detalhados, completa a aula. Um bom e merecido destaque é dado aos vinhos brasileiros e aos dos vizinhos sul-americanos. Do Chile, por exemplo, aprende-se que hoje o país é o 14º produtor mundial, tendo escapado, graças a altitude, a uma praga que quase dizimou vinhedos em vários países. De lá veio o vinho que degustamos na casa, um Domaine Conté Gran Reserva, metade Cabernet Sauvignon, metade Merlot. Confesso que não sou iniciada ainda na arte da Roda dos Aromas e não saberia dizer nada mais sobre ele além do fato de que ele nos fez muito felizes aquela noite.
No capítulo Brasil, os rótulos são divididos entre aqueles com selo de denominação de origem do Vale dos Vinhedos; os demais produzidos na Serra Gaúcha e os da região conhecida como Campanha, na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai. Vinhos do velho mundo também contam com informações detalhadas na carta. Os franceses, como não poderia deixar de ser, ganharam uma página para cada sub-região, como Bordeaux, Rhone, Borgonha, Champagne, além de menções a Beaujolais, Mandiran, Languedoc, Alsácia e Loire. Carinho especial também é dado aos vinhos italianos, espanhóis e portugueses. Também estão presentes na carta exemplares da África do Sul, Austrália, Estados Unidos, Líbano. No total são 14 os países presentes. A Vento Haragano possui adega climatizada com dois ambientes com temperatura diferenciada para os tintos e os brancos e espumantes.
Para ir além
Churrascaria Vento Haragano - Avenida Rebouças, 1001 - Horário: 11h às 16h e 18h às 00h (sex. até 0h30; sáb. sem intervalo até 0h30; dom. sem intervalo até 23h)
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Adriana Carvalho
2/7/2007 às 18h54
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Ponto
Eu... bem... Eu sou uma geminiana clássica. Faladeira, simpática, instável e inconstante... mudo de humor como mudo de calcinha! Sou MÃE... dedicadíssima à minha cria, DANIELA, minha razão de viver! Sou ESPOSA... tento ser dedicadíssima ao meu marido, DANIEL... amigo, às vezes muito companheiro e às vezes um tanto ausente... AMOR ETERNO! Sou FILHA de pais que AMO de PAIXÃO e são meus únicos exemplos positivos nesta vida! Sou IRMÃ de dois meninos (um de 22 e outro de 13 anos) RAFAEL e RICARDO que são meu orgulho e sonho de consumo de futuros genros! Sou EU...
Lu Ivanike, no seu blog, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
2/7/2007 à 00h18
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Revista Jukebox em São Paulo
capa: Igor Machado
A revista de bolso Jukebox volta a São Paulo neste final de semana para dois lançamentos de seu terceiro número. Dia 30 de junho, sábado, tem festa da revista na casa Fidalga 33 com a presença das bandas Sétima, Manacá (RJ) e Surdo. Tudo a partir das 23h.
Já na segunda-feira próxima, dia 2 de julho, o lançamento se repete na Menor Livraria do Mundo, no Jeremias o Bar. Confira o conteúdo da edição:
Quadrinhos: Paula Jardim, Paco Alcazar (Espanha), Rafael Adorjan, Leon Vilhena, o gaúcho Denny C e as estréias de Tiago Lacerda (RJ) e Miguel Porto (Espanha). Além dos já populares personagens Velória (de Sandro Menezes) e Rocker (de Erik Judson).
Matérias: "Creative Commons" (por Ricardo Schott), "Music under New York" (por Pitti), "Arte Postal" (por Rafael Adorjan), "Fab Two - O encontro de Jack Kirby com Paul McCartney" (por Heitor Pitombo), "Psychobilly no Brasil" (por
Ramon Zé Colméia) e as colunas "Freakcine" (por Sandro Menezes) e "Comics Riffs" (por Heitor Pitombo).
Para ir além:
Lançamento revista Jukebox - 30 de junho, a partir das 23h - R$11 (homens) e R$7 (mulheres) - Fidalga 33 - Rua Fidalga, 32, Vila Madalena - 2 de julho, a partir das 19h - Jeremias o Bar - Rua Avanhandava, 37, Centro.
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Elisa Andrade Buzzo
29/6/2007 às 16h26
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Como é o seu dia normal?
Começando pelo fim, a Carol me "acusa", às vezes, de misturar trabalho com lazer e, de certa forma, de gostar excessivamente do meu trabalhado. Isso é, realmente, um problema para as pessoas que estão próximas a mim, porque, mentalmente, eu nunca paro de trabalhar. Em certas fases, como agora, fico literalmente "tomado" pelo meu trabalho. Aprecio uma frase do Carpinejar, numa Entrevista que ele concedeu a mim: "Como gosto [muito do que faço], posso me esgotar fisicamente sem perceber."
Minha rotina muda sempre. E eu lembro também de uma declaração dos dois do Google, "imagine sua vida mudando a cada duas semanas". A minha não muda tanto, claro, mas estou sempre tendo de reeestruturar o trabalho, porque preciso render mais, colocar mais gente no processo, desenvolver melhor o negocio. O Leonardo (da Vinci) dizia que a grande competição não é contra os outros, é contra você mesmo.
Respondendo: chego aqui umas nove, depois de tomar café com a Carol e passear com o Dinko (nosso cachorro). Mais ou menos pela ordem (porque, às vezes, é tudo ao mesmo tempo): abro o Digestivo, checo os comentários, abro o Gmail do Digestivo, checo a visitação, checo as Parcerias, repasso os releases das assessorias, respondo a duvidas enviadas ao e-mail central do site. Abro meu e-mail, checo as menções ao Digestivo no Technorati, checo o grupo do Digestivo no Orkut (sempre tem gente entrando), checo as contas de banco (minhas e da empresa), pago outras contas. Fico nessas até uma dez e meia, quando não tem muita coisa, e até o meio-dia, quando tem. Estruturo minhas ações depois desse "follow-up". Parece que preciso, diariamente, "me situar" antes de começar.
Quando posso, escrevo à tarde. Ou passo coisas à limpo. Às vezes demoro mais para levar ao ar, com imagens, links, formatação... do que para escrever (também demoro para revisar/ler os textos dos Colaboradores do Digestivo). Tento fechar a Newsletter três vezes por semana, alternando os Banners e as Vitrines dos Parceiros. Fecho Parcerias ao longo do dia. Levo pecas ao ar em todos os horários, também. Visito Parceiros. Marco almoços, ou reuniões aqui, com potenciais Parceiros/Anunciantes. Não tenho tido tempo para projetos extra-Digestivo, como você bem sabe. Faço matérias "pra fora". Quando dá, vou à academia (ultimamente não tenho conseguido). E, num dia bom, chego às 20 em casa, para jantar com a Carol, ver o Dinko, às vezes ler à noite. Às vezes ir a um evento do Digestivo... Durmo entre meia-noite e uma hora da manha.
Eu Mesmo, em entrevista ao Edu Carvalho (sempre ele), porque tem outros trechos, para quem quiser ler...
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Julio Daio Borges
29/6/2007 à 00h00
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