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Segunda-feira,
21/7/2008
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Redação
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Oficina de conto na AIC
As oficinas de conto com Marcelino Freire no curso de Criação Literária da Academia Internacional de Cinema poderiam ser comparadas a uma tarde no cabeleireiro: cortar, cortar e cortar. Ok, clichê demais essa comparação: simplesmente corte. "Simplesmente" também não é bom usar... Corte e ponto final! Os textos, depois de passarem por sua caneta, voltavam para os autores bem mais leves e enxutos. As aulas eram verdadeiras caças aos elementos que comprometem a leitura, como advérbios que terminam em "mente", lugares-comuns, redundâncias, palavras "enfeitadas" (sofisticadas), obviedades, entre outros.
Mas sua interferência foi além da linguagem. Marcelino também opinou nos enredos das histórias, despertando nos alunos uma fissura em revelar um final ou um segredo surpreendente no conto. Isso porque o primeiro exercício que deu foi o personagem secreto: distribuiu papeizinhos para cada um, contendo o nome de alguma personalidade histórica ou famosa. O desafio era escrever um microconto (50 letras) sobre o nome sorteado, sem que se revelasse diretamente a identidade do personagem. Depois, tivemos que fazer um miniconto (30 linhas) com um tema secreto, que foi bem variado para cada um, entre eles pedofilia, bissexualidade, suicídio, terremoto e mal de Alzheimer.
O objetivo era treinar nossa capacidade de escrever uma história com "sombras", ou seja, envolta de mistério e metáforas e que, com a revelação do tema (que pode estar no título ou em uma forte referência no final), o texto ganhe mais força. "É o que não está escrito, é o que se revela depois. Um conto se conta mais pelo que não está escrito", diz o escritor. E também deixou bem claro que miniconto, apesar de ter ambigüidades e humor, não é piada ou trocadilho. "Um grande conto pode ter duas linhas, contanto que o autor consiga elaborar uma narrativa que instaure algum tipo de conflito", explica Marcelino que, com base nesse princípio, organizou o livro Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século.
O segundo exercício foi um desafio para os mais tímidos: conto erótico. Foi interessante observar as diferentes abordagens de cada aluno em torno de um mesmo tema (sexo) e ver quantas possibilidades existem para tratar do mesmo assunto. Uns mais escrachados, diretos, outros mais delicados, românticos, poéticos. O último exercício foi uma reconstrução da música "Construção", de Chico Buarque. Tínhamos que escrever a mesma história sob outro ponto de vista. Daí saíram poemas, contos e até piadas.
Diversos alertas foram feitos ao longo da oficina, como dar mais atenção à primeira frase de um conto, afinal, o leitor pode nem prosseguir com a leitura do texto depois de uma frase sem impacto no início. Outro elemento lingüístico que se deve atentar, segundo Marcelino, é o adjetivo. Um exemplo ruim dado por ele é escrever "o homem triste". "Assim, você não precisa criar um ambiente triste, o adjetivo te facilita a vida e ajuda a empobrecer o texto", opina. E uma dica para fugir dos clichês: tentar lembrar de coisas inusitadas para compor uma lembrança, um ambiente. "Me joguem estranhezas. Sem beijo no pescoço, rosas: couve-flor!", brinca.
Mas um dos problemas mais recorrentes nos textos era a burocracia ― ou excesso de explicação. Ao falar de um sentimento, por exemplo, se repetia a mesma sensação descrita com outras palavras, o que engessa o texto, segundo Marcelino. "Tento trazer a voz legítima de vocês. Tem casos em que não reconheço a pessoa no texto. O escrito parece fazer apenas parte de um sistema literário que se estabeleceu como 'o certo', 'o bonito'", interpreta. Dessa forma, nos incentivou a praticar o princípio básico da escrita: a releitura. "O que eu quero dizer com o texto? 'Ah eu escrevi só pra mim e acabou'? Então é isso e acabou. Agora, se você quer dizer alguma coisa, releia para encontrar o sentido", recomenda.
Para ir além
Criação Literária na Academia Internacional de Cinema
Nota do Editor
Leia também "Pequena poética do miniconto" e "Monterroso e a microliteratura".
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Débora Costa e Silva
21/7/2008 às 20h29
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FLIP vai, FLAP! vem...
Arte para a Flap!, por jozz Com o mote "Zona Franca ― Viva la Conexión", a quarta edição da FLAP! acontece em São Paulo entre os dias 1º e 8 de agosto, flertando com outras artes e apostando na integração latino-americana através da poesia e, por que não, pela internet. Por antecedência, a festa literária já começou de certa forma, já que pelo blog do evento são agendados encontros abertos ao vivo pelo sistema Ustream.tv.
Enquanto as edições anteriores tinham como base a Praça Roosevelt, no centro da cidade, a "festa", na versão "2.0", se desdobra com a presença em massa de escritores de diversos países da América Latina e se descentraliza por todas regiões de São Paulo em vinte locais de debates e leituras. Dentre eles, pontos tradicionais da poesia contemporânea, como a Casa das Rosas, a Biblioteca Temática de Poesia Alceu Amoroso Lima; mas também a Faculdade de Letras da USP, a PUC, o Paço Cultural Julio Guerra (Casa Amarela), bares e livrarias. Sem esquecer as origens, haverá também debates no Teatro Satyros I e outros pontos da Roosevelt.
Na programação, que inclui debates sobre música ("Zona Franca v: o rap atura a literatura (e vice-versa)", se destaca a presença em massa de latinos, com mais de vinte escritores (Alan Mills, da Guatemala; Héctor Hernández Montesinos, do Chile; Virginia Fuente, da Argentina; Ernesto Carrión, do Equador; Rodrigo Flores, do México, dentre outros), além dos convidados brasileiros, alguns deles já presentes em outros anos.
Na noite de abertura, dia 1º na Biblioteca Alceu Amoroso Lima, será lançada a edição número 9 do jornal de literatura contemporânea O Casulo, com poemas de Alckmar Santos, Érica Zíngano, Greta Benitez, ilustrações de Rogério Barbosa e entrevista com o poeta e editor Joan Navarro.
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Elisa Andrade Buzzo
21/7/2008 às 13h45
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Primeira postagem
Eu criei esse blog com um objetivo particular. Não pretentendo que este tome a fama de alguns na grandiosa rede de internet, porém ficaria mui grato se um desocupado com certa bagagem de cultura aparecesse por estas bandas. A natureza do
objetivo mencionado é simples e ― bastante ― individual: enriquecer-me a cada dia. Dinheiro? Cultura.
Este espaço será dedicado a música, filmes e, não menos que importante, literatura. Em geral: técnicos, ficção e até auto-ajuda. Quem escreve é um garoto de 19 anos sem nada para fazer e que resolveu gastar alguns minutos da vida neste blog.
Overdose. Fui.
Bruno, inaugurando seu blog, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
21/7/2008 à 00h16
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A verdade na Flip
Para mim, a Flip 2008 foi norteada pela palavra verdade. Não sei se foi intencional ou não, mas foi essa palavra que prevaleceu nas entrelinhas das histórias contadas pelos autores.
A primeira triste verdade é que ninguém se importa muito com Machado de Assis. O objetivo da festa era homenageá-lo, mas, infelizmente, ele não foi muito lembrado.
A segunda verdade é que ninguém agüenta mais os autores lendo parte de sua obra durante a mesa, é insuportável. Espero que na próxima Flip isso acabe, ou pelo menos diminua.
Mas, a maior verdade de todas estava no plano metafísico. Aprendi que ser verdadeiro é mais do que questão de ética, é fundamental para sobreviver em alguns lugares. Explico:
David Sedaris, um dos maiores humoristas norte-americanos, contou que suas crônicas são classificadas pela revista New Yorker como não-ficção. Dessa forma, todas as referências feitas pelos seus textos, das maiores às mais insignificantes, são checadas para garantir que mesmo a piada deve ser 100% verídica. Paradoxal, né?
Duas horas antes, Guilherme Fiúza e Misha Glenny comentaram que a visão ocidental sobre drogas deveria mudar. É antiga e retrograda! Fiúza explicou que o discurso de "não compre drogas porque você está sustentando o narcotráfico" não possui força retórica para conscientizar 95% da população. Glenny arrematou quase que fazendo uma prece: "por favor, vamos ter uma conversa adulta sobre drogas".
Para mim, o que ambos pediam era que colocássemos a hipocrisia de lado e discutíssemos nossos assuntos pautados na verdade e não em mitos sociológicos ininteligíveis.
Na verdade, os dois jornalistas acima pregaram o mesmo que David Sedaris e sua New Yorker: que o mundo seria melhor caso a verdade prevalecesse.
Talvez isso a cultura norte-americana possa nos ensinar: a quinta emenda, da Constituição Federal americana, permite ao Réu não falar, mas, caso fale, presumir-se-á que estará falando a verdade, sob pena de perjúrio.
David Sedaris dá outro exemplo: nos EUA não é vergonha ser rico e ser sincero. Não é falta de educação perguntar quanto você ganha ou quanto custa seu relógio.
Pare um pouco e pense. Imagine um mundo onde a verdade sempre dominasse. Talvez isso eliminasse o tão famigerado jeitinho brasileiro, mas com certeza dormiríamos mais tranqüilos. A prioridade seria pautada pela verdade mais chocante, pela real urgência.
Nesse sentido e considerando a utopia que escrevo acima, com os dedos cruzados para poder mentir que prego: conte você também piadas 100% verdadeiras!
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Daniel Bushatsky
18/7/2008 às 19h59
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Da Teoria para a Práxis
O jornalista de centro-esquerda mais querido da blogosfera verde-e-amarela reverberou um lugar comum bastante interessante na sua caixa de comentários: qualquer pessoa é inocente até se prove o contrário. Dizia que em um Estado de leis isso vale para Janaína Leite, para Luís Nassif e para Diogo Mainardi. Querem saber? Dou toda a razão para ele, enquanto falamos em um contexto judicial e "legalista".
O problema é que ao dizer que "são todos inocentes até se prove o contrário", isto implica que acaso alguém tenha cometido um crime, mas não se tenha provas contra essa pessoa, ela é inocente. Collor — condenado politicamente, mas absolvido no STF — é, do ponto de vista da justiça, inocente. E isso é bastante interessante. Ao menos tanto quanto o advogado de Collor à época assumir com toda tranqüilidade, em programa do Roda Viva de 2005, que o ex-presidente deveria ser inocentado, por falta de provas, ao passo que era de fato corrupto. É claro que Roberto Jefferson apenas se viu obrigado a dizer que Collor era culpado (mesmo que tivesse sido inocentado) porque Paulo Markun inquiriu-o fortemente tão logo Jefferson tenha dito que não havia provas suficientes — como talvez não tenha havido para o chamado Mensalão, ou para provar que o assassinato de Celso Daniel foi um crime político.
Não. Do ponto de vista da Justiça não se pode dizer que alguém seja inocente [até] não se prove o contrário. Isso equivale, como eu já disse na caixa de comentários de Doria, a um "it's not wrong when you're not caught" (não é errado quando não se é pego). A justiça humana no Estado democrático de Direito tem de operar com essa presunção de inocência, porque afinal não há homens oniscientes — à exceção dos que trabalham para a Polícia Federal. Mas não é porque o aparelho jurídico do Estado se veja obrigado a funcionar assim que então podemos sair dizendo que todos são inocentes.
Não somos.
Adriano Correia, em seu blog, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
18/7/2008 à 00h38
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distracção: a morte do artista
distraí-me um minuto
e já se escondeu a nuvem
cujas formas eu vinha contemplando.
um gajo não se pode distrair
nem um segundo.
Azia, no seu blog, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
17/7/2008 à 00h54
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Sete vezes Almodóvar
Pedro Almodóvar faz parte de uma seleta lista de cineastas que ainda em vida conseguiram virar verbete na história do cinema. Não apenas pela incrível fotografia de seus filmes, de cores inconfundivelmente vibrantes, mas principalmente por conta do jeito peculiar de ver as relações humanas.
Trafegando entre a comédia e o drama, Almodóvar conseguiu, ao longo de sua já extensa filmografia (que conta com 16 longas), criar um universo cinematográfico único, em que temas como homossexualismo, infância, maternidade e desejo ganham contornos próprios e sofisticados através de suas lentes.
Nascido em 1949, na pequena Calzada de Calatrava, Almodóvar mudou para Madri no fim dos anos 1970, aos 16 anos, com o objetivo de estudar cinema. Por conta da tumultuada situação política que o país vivia, com o fechamento da escola de cinema da Espanha, restou-lhe a prática, que exercitava fazendo curtas-metragens nas horas vagas de seu emprego formal na companhia telefônica nacional. O sonho de se tornar cineasta começou a ganhar forma quando Almodóvar se envolveu com a chamada Movida, um movimento de contracultura que agitou a capital espanhola entre o fim da ditadura franquista e o início do período democrático.
Um pedaço importante da história cinematográfica de Almodóvar, que se inicia oficialmente em 1980, com Pepi, Luci, Bom y Otras Chicas del Montón, pode ser conferido no canal Telecine Cult entre os dias 21 e 27 de julho. A mostra Cores de Almodóvar apresenta sete filmes e faz um bom panorama da obra do cineasta espanhol, mesclando longas do início da carreira (Maus hábitos, 1983), a trabalhos mais atuais (Volver, 2006). A seleção privilegia filmes da primeira fase do cineasta, como O que fiz para merecer isso? (1984) e A lei do desejo (1987), em que Almodóvar começa burilar e dar consistência aos elementos que se tornariam marcas de sua obra, como a crítica à família tradicional espanhola e o retrato peculiar das mulheres. Aliás, a mostra é também uma boa oportunidade para conferir outra característica bem conhecida do diretor: as suas atrizes-fetiche. Carmen Maura, a atriz que estrelou sete de seus filmes, está em quatro longas-metragens da programação, incluindo Mulheres à beira de um ataque de nervos (1988), uma comédia amalucada que colocou o diretor no cenário dos grandes realizadores. Já Penélope Cruz, outra figura marcante de Almodóvar, pode ser conferida em Volver. O único senão da seleção é a ausência de Tudo sobre minha mãe (1999) e Fale com ela (2002), as duas obras-primas do diretor, essenciais para quem quer conhecer o estilo "almodovariano".
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Luiz Rebinski Junior
16/7/2008 às 19h07
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Dos bons livros (e escritores)
"Todos os bons livros assemelham-se no facto de serem mais verdadeiros do que se tivessem acontecido realmente, e que, terminada a leitura de um deles, sentimos que tudo aquilo nos aconteceu mesmo, que agora nos pertencem o bem e o mal, o êxtase, o remorso e a mágoa, as pessoas e os lugares e o tempo que fez. Se conseguires dar essa sensação às pessoas, então és um bom escritor."
Hemingway, em português de Portugal, no Transcendentalismo, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
16/7/2008 à 00h14
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Machado em exposição
Depois da Flip, agora é a vez do Museu da Língua Portuguesa prestar sua homenagem ao escritor Machado de Assis, que, recentemente, foi tema, também, de um especial neste Digestivo, ocasião em que o colunista Daniel Lopes, entre outros, afirmou não ter lá tanto apreço pelo celebrado Bruxo do Cosme Velho. Pois na exposição Machado de Assis, mas este capítulo não é sério ele teria mais motivos para não gostar do autor e de sua obra. Muito embora a intenção seja, como o próprio nome sugere, mostrar um Machado de Assis menos sisudo e mais íntimo, o resultado acaba por desqualificar essa proposta.
A razão para tanto é (aparentemente) simples: a mostra comete o equívoco de confundir aspectos visuais com elementos verdadeiramente consistentes no que se refere ao universo Machadiano. Nesse sentido, existe, de um lado, a preocupação na disposição dos objetos que, de uma forma ou de outra, pertencem ao ideal de um escritor, tais como livros, manuscritos, estantes. Por outro, nota-se a tentativa de recriar um ambiente mais próximo de Machado de Assis, e daí entram em cena os documentos pessoais e as imagens, com caricaturas e fotos.
Situada em apenas um andar (pavimento) do Museu da Língua, tanta parafernália não dá, em primeiro lugar, espaço para o público se movimentar adequadamente. Em segundo, falta conteúdo efetivamente explicativo sobre Machado de Assis. As poucas palavras dispostas na parede não dão conta do escritor, assim como os guias educativos, que, ainda nesta terça-feira, dia em que a exposição abre para o público, eram instruídos sobre o que falar acerca do autor de Memórias Póstumas de Brás Cubas. Em terceiro e último lugar (até porque a exposição é breve), ao mesmo tempo em que falta substância, sobra espaço para as leituras de Machado de Assis feitas por personalidades.
Como é de costume na sociedade do espetáculo, não basta ser, tem de parecer-ser. Nesse caso, não basta ter leitura dos textos machadianos, mas tem de apresentar personalidades nessa função. Assim, há espaço para nomes como Xico Sá, Zé Celso e até Malu Mader. E o visitante fica sem saber muito bem por que esses nomes foram escolhidos. Ao fim e ao cabo, todo esse desleixo pode ser deixado lado se se lembrar que a mostra é um capítulo que não é sério.
Nota do Editor
Leia também "No Museu da Língua falta o livro" e "Guimarães Rosa no Museu da Língua Portuguesa".
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Fabio Silvestre Cardoso
15/7/2008 às 12h41
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David Lynch em BH
No dia 06 de agosto de 2008, às 10h45, o cineasta norte-americano David Lynch estará presente no auditório da reitoria da UFMG, em Belo Horizonte, participando de um ciclo de conferências.
O diretor de O homem elefante, O veludo azul e Coração selvagem, dentre outros, fará parte de um debate sobre "consciência e processo criativo" com os professores Heitor Capuzzo e Maria Esther Maciel.
Chega a ser engraçado, senão bizarro, que a UFMG ofereça uma oportunidade dessas ao público mineiro, já que até hoje o seu curso de cinema não saiu do papel. Mas numa capital em que o único curso superior de cinema ― de uma faculdade particular, diga-se ― ainda não formou a primeira turma e nem foi capaz de trazer um cineasta desse quilate para a interlocução com interessados e profissionais, toda ação nesse sentido, mesmo que pela metade, é muito bem vinda.
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Pilar Fazito
15/7/2008 às 09h06
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