O vencedor do Prêmio Nobel de Literatura deste ano foi o escritor turco Orhan Pamuk. Sinceramente, não conheço sua literatura e não havia ouvido falar dele até então. Falha minha.
Ainda este mês sai, também pela Companhia das Letras, Neve (488 págs.), oitavo romance de Pamuk. Desde já incluído na minha lista de futuras aquisições.
Recomendo vivamente a leitura de "Meu Nome É Vermelho", esplêndido retrato da sociedade turca no século XVI, à época à sombra do império turco-otomano, e dos círculos artísticos de então, combinando múltiplos narradores (entre os quais, um cachorro e uma árvore rabiscada num papel) e discutindo a disjuntiva (se é que a há) Oriente x Ocidente, com tintas de romance policial e de especulação filosófica. Como diria Paulo Francis, não é para todo mundo, para o azar de todo mundo. Quanto a Pahmuk, já o conhecia desde o ano passado, quando a escolha para o Nobel de Literatura, comentava-se à boca pequena, teria praticamente rachado o júri entre ele e Harold Pinter, o laureado; em fins de 2005, além disso, Salman Rushdie assinou um artigo no britânico The Times contra as arbitrariedades cometidas pela Justiça turca contra Pamuk, o que lhe (ao Nobel) garantiu maior celebridade na Europa. Torçamos para que, um dia, ao som das fanfarras, o prêmio seja concedido a Philip Roth.