Eu gosto tanto de queijo que pensei em pedir um como presente de amigo secreto. Desisti por dois motivos: um, porque o queijo que queria é de um tipo especial que estava sendo exportado para o Brasil por um preço absurdo e extorsivo - e o amigo secreto só ia até 30 reais. O segundo é porque se na infância eu já era chamada de esquisita, imagine do que iam me chamar no trabalho se pedisse queijo de presente.
Mas já fiquei muito feliz de saber que a onda de consumo gourmet tem elevado a qualidade dos queijos feitos aqui. São mais de 200 tipos e o Brasil já é o sexto maior produtor mundial. Clássicos queijos de receitas francesas e italianas como o camembert, morbier, saint-paulin, parmesão, grana, pecorino, hoje são fabricados em solo nacional e têm qualidade comparável à dos europeus. E possuem preços bem mais acessíveis.
Aliás, os fabricantes têm sido bastante perspicazes ao lançar no mercado embalagens de diferentes tamanhos, para que uma parcela maior de consumidores possa se sentir atraída a experimentar o produto. Como a Tirolez, que lançou recentemente um queijo tipo grana, com maturação de 12 meses, bastante perfumado e que pode ser encontrado em peças inteiras ou em embalagens de 200 gramas. Talvez o que falte agora seja investir na maior divulgação e produção dos grandes queijos 100% brasileiros (receita e produção nacional), como os artesanais queijos-de-minas da região da Serra da Canastra...
Não sei onde nasceu nem onde vive a autora. Porém, preciso dizer-lhe que nasci na primeira Comarca instalada em Minas, nos anos 1700: Serro. Seu queijo foi tombado pelo Isphan como o 1º bem imaterial nacional. Mude a Serra da Canastra por Serro. Eu a levo até lá. Moro em Sampa.
Encontrei alguém que tem a mesma compulsão por queijos que eu. Nesses dias, eu fiz o seguinte comentário: "Prefiro ser diabético a ter intolerância a lactose". Viva ao inventor desse maravilha que é o queijo!