(...)Não peço nada, só quero atravessar minha vida a pé, como se atravessasse um parque, um campo com muitas árvores e algumas flores, com um riozinho correndo. Eu disse que não pedia nada... Mas eu troco tudo isso. Basta eu encontrar você no caminho. Gosto de estar perto de você e entrar numa.
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Ando terrivelmente inquieta. E cansada de gente treinada para ser evasiva e oculta. Gente tão sensível quanto uma porca velha. Com você eu encontro a leveza. Andando por aí, nas ruas, na praia, tomando café, folheando livros, falando sobre música, dançando na sala pouco iluminada, boca lasciva, olhos que giram em órbita, você vertendo seus fluidos como caldo quente.
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Quem sabe o que é perigoso? Quando nos defendemos de nossos próprios medos e dúvidas, fazemos mal aos outros também. Tem quem precise de alguém, e a isso chame o nome amor. Que os céus permitam converter essa frustração em alguma coisa útil... Leia. Escreva. Escrevo e leio muito. Solto meus monstros. Antes um livro monstruoso que uma vida monstruosa.(...)
Nunca estou só, dialogo com minha percepção permanentemente, aí atesto minha dimensão e profundidade. É nestes descaminhos que me agrego e reorganizo para caber na minha pele e explodir além das pálpebras, sentindo no pulso a urgência de se achar no percurso. Reconheço em cada relato a necessidade, que almejo, de não delirar sozinho, quero este surto coletivo que rompe com as linhas dos rituais, as verdades pasteurizadas; e até acredito nestas razões, rasas, fáceis e oportunas. Sou também fruto deste conflito, de aprender a viver, vivendo; e viver é se ver morrendo em cada coisa que se faz. Assim vou amando, o amor que posso e que possuo, às vezes, caio e sinto um claro desejo de recomeço. Certas dores doem pelo avesso. Outro dia me apaixonei, depois desapaixonei e eu estava vivo e tudo que era vivo ardia em mim. Preciosa, Circe, que a intensidade e a volúpia nos consagre e que não conheças o medo; senão o de explodir de tanto amor, e ame. Vai flor, arrase a rosa ao brotar de tanta dor.