"Durante décadas nós, na imprensa, fomos muito bons na missão de dizer ao público que não iriamos publicar suas contribuições porque elas estavam fora dos padrões jornalísticos. Treinamos gerações e gerações para serem meros consumidores de notícias. Agora, de repente, dizemos aos nossos leitores, vocês devem participar no noticiário"!
Elisa Andrade Buzzo, por uma outra via, registrou numa matéria do Le Monde Diplomatique a alteração na relação do leitor com a mídia. A mudança de formato, a agilidade e integração dos meios de informação gerou um leitor mais dinâmico, menos pausado, que faz escolhas, e é ele quem determina os novos rumos da comunicação. Os jornalistas tendem a se encantar com os efeitos das notícias; e na matéria no Código Aberto, o negrito registra a conduta dirigista, que assinala adjetivos e conceitos como se o leitor não os pudesse entender. Como certos jornais, alguns jornalistas estão ficando velhos; alguns vão mudar, se adaptar para sobreviver, num darwinismo radical, outros vão resistir e sucumbir num pátio de ruínas. O leitor hoje tem a opção veloz da internet, a interação dos weblogs e a ruptura da dimensão do monólogo jornalístico. Senhores donos da notícia, bem vindos ao mundo novo da interação, do diálogo! Sintam o juízo do leitor; preparem-se para este mundo ou então aceitem a extinção...