* Mais de um ano de demora para a entrega da renovação da "identidade de residente permanente";
* Um grupo de pessoas competentes literamente expulsas por sua crença religiosa;
* 600 engenheiros barrados pelo corporativismo de um sindicato politicamente aliado a requerimentos burocráticos impossíveis de serem preenchidos;
* Grandes professores e cientistas, refugiados de um país em desmanche, barrados por suas opções políticas e pelo velho corporativismo das universidades;
* Pedido de mais de 5 cartas diferentes, conta bancária, referências... (e nada consta para 5 vistos de "turista" a empresários milionários da Índia...);
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Que país é este? Os Estados Unidos são fogo, não é? Infelizmente, todos os itens acima se referem ao Brasil... O imigrante em questão é minha mãe que mora, aqui, há mais de trinta anos, e que tem de renovar sua carteira de identidade a cada dez anos pela lei.
O grupo de pessoas expulsas foram os judeus que procuraram refúgio em Nova York, formando as primeiras sinagogas, e com sua riqueza alimentando, e construíndo, muito da cultura, inclusive as universidades norte-americanas... (Muitos cientistas judeus foram rechaçados quando tentaram fugir da Rússia, e mais tarde da Alemanha, e vir para o Brasil...)
Os 600 engenheiros chineses estão barrados, conforme notícia no jornal de hoje, num exemplo de corporativismo e falta de vergonha das "entidades profissionais" e do gobierno brasileño. (No resto do mundo, do Canadá ao Paquistão, os engenheiros são bem recebidos, porque os outros engenheiros sabem que sempre podem aprender com eles...)
E o país em desmanche? A União Soviética! Na década de 90, as universidades brasileiras rejeitaram muitas dezenas de grandes nomes da ciência, que fugiam da URSS e viam para o Brasil, um paraíso tropical, onde poderiam continuar suas carreiras... Alguns dos grandes nomes da teoria de controle, por exemplo, da física de semicondutores, do laser... cogitaram refúgio no Brasil (prontamente negado pelas universidades brasileiras). A COPPE no Brasil só foi fundada devido à visão do Prof. Alberto Coimbra, que indo contra tudo, e todos, contratou professores estrangeiros na década de 70... Depois disso, nos fechamos no nosso casulo tropicalóide!
O grupo de 5 seniors indianos... que passou pelo constrangimento? Alguns dos maiores empresários da área química indiana, que queriam passar o carnaval no Rio de Janeiro, e vieram gastar aqui dezenas de milhares de dólares, em produtos e serviços, coisa completamente desnecessária para uma cidade rica como o Rio de Janeiro...!
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Por estas e por outras que, quando Einstein visitou o Brasil em 1925 (e quase foi barrado no aeroporto por alguns funcionários públicos burrocratas), disse o seguinte:
"Em 1º de junho voltei da América do Sul. Foi uma grande agitação sem interesse verdadeiro, mas também algumas semanas de repouso durante a travessia.(...) Para achar a Europa alegre é preciso visitar a América. Na realidade, as pessoas de lá são desprovidas de preconceitos, mas elas são, na sua grande maioria, vazias e pouco interessantes, mais do que as daqui."
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Para aqueles que acreditam que o Brasil é o paraíso dos imigrantes, nada mais longe da verdade. É o paraíso do imigrante que já vem abarrotado de dinheiro, e está aqui atrás de uma esposa ou de uma aposentadoria... No geral, somos um país intolerante com a cultura alheia, extremamente protecionista, e sem nenhuma visão profunda sobre a cultura e o conhecimento... Mais algumas décadas assim e poderemos passar a nos lamentar também que o gigante adormecido não consegue ser igual à China ou à Índia. Agradeçam aos burocratas, profissionais atrasados e sindicatos de plantão.
Como é que a gente faz para barrar os burocratas? De onde vêm esses caras? Estou me lembrando de um episódio em que o Sabin (que fez a vacina que salvou milhões da paralisia infantil) foi barrado no baile do Brasil. Já o Pinochet passeou tranqüilo por aí... Muito bom, Ram. É isso aí.
Realmente todos esses fatos eu não sabia, mas realmente o Brasil é isso mesmo um gigante adormecido, infelizmente, e acredito que por várias gerações ainda.
Não precisa dizer (ou precisa?): quem faz este pais somos nós; cabe aos brasileiros mudar o que está aí errado. Burrocratas são minoria, felizmente. vamos criticar, vamos mudar, vamos acordar.
Quem se reconhece no comportamento descrito? Quem de nós tem orgulho dele? Seremos nós? Quem recusou vantagem ilegal? Um povo é feito de identidades, alimentadas em atos, omissões e vontades, somos a média destas opções; quando não disseminamos valores e eles são equilibrados e éticos, quando não oferecemos referências e elas são honestas; ficamos à mercê de qualquer valor, digo maus e bons valores, ainda que a omissão nos coloque à sorte de valor qualquer. Educar bem meninos, salva homens. Praticar valores que dissemina, oferecer informação ao desinformado, discutir com respeito a formação do outro, não manipular, não praticar deslealdades. Tudo muito difícil nesta neo-sociedade detergente, que descobriu um produto que limpa o caráter de qualquer um. Os heróis são gangstêres; quanto de mídia se oferece ao maluf (em minúsculo mesmo), é o modelo que estimulamos. Que país é este? É a soma de todos os medos; vícios dos médios e gente de terceira num país de terceira, se sentindo reis...