O glamour de ter seu nome estampado na lombar de um livro e posicionado à altura dos olhos nas grandes livrarias, com uma editora de respeito por trás e uma distribuição proporcional à sua fama, não tem preço.
Utopia? Sonho pequeno burguês, capitalista ou o nome que vocês quiserem dar? Pode ser. Mas quero deixar claro que não só é escritor quem publica assim. Mas assim é mais charmoso! É mais fantasioso! É mais hollywoodiano! E me parece mais palpável, mais material, mais eterno.
Mas não quero publicar assim por favor, por dó ou me endividando!
Quero publicar assim se meu livro for lido e aprovado por pelo menos um grande crítico ou editor, até porque um grande editor deve ser um grande crítico. Utópico de novo? Talvez porque hoje, infelizmente, para a literatura, mas felizmente para o entretenimento, os editores estejam mais para grandes marqueteiros.
Não quero dizer com isto que preciso ser o Machado de Assis do amanhã e nem que minha obra (será que será uma obra?) precisa ser uma unanimidade dos críticos, um supra-sumo. Pode ser uma boa obra, para ser lida antes de dormir ou até para colocar crianças para dormir... Quero pelo menos passar uma mensagem, idéia ou conforto a alguém. Mas, pelo amor de Deus, que sirva para alguma coisa.
Porém, hoje o começo, e acho que o final, será sempre a Internet. Precisamos aprender a escrever a um contrastante público, que lê rápido, e está conectado com o mundo, da mesma forma que está conectado com as suas poucas linhas.
Precisamos também lembrar que um livro transmite uma mensagem e precisamos de tempo para lê-lo, absorvê-lo, digeri-lo e criticá-lo. Quanto tempo você tem para isto?
Desta forma, concordo com os que dizem que o mercado literário precisa de críticas mais ferozes, de editores mais rígidos, e o leitor merece respeito das prateleiras que encontra nas livrarias.
Preocupo-me, entretanto, com os bons autores que não estarão na hora certa, no lugar certo e no momento certo, três atributos que na religião judaica são o significado da palavra Mazel Tov, para serem publicados. Estes autores amargarão uma derrota que muitas vezes deveria ser mais que uma vitória: uma estátua no meio da praça principal!
Para os infortunados, resta a repescagem e o consolo nas palavras de Wilson Martins: "Não há exemplo de grande escritor, em qualquer lugar do mundo, que tivesse dependido de incentivo externo para se expressar. Quem tem algo para fazer, faz. Se a pessoa tem algo para escrever, não precisa estimular. O iniciante precisa de obstáculos e desafios".
Parabéns, Daniel! Ótimas colocações! Infelizmente na era atual, com a cotidiana correria, não temos mais muito tempo de ler livros, que, justamente pela falta de tempo, demoram dias, senão meses, para serem lidos. Hoje precisamos de bons artigos não muito longos e de fácil acesso para que possamos lê-los em nosso próprio ambiente de trabalho, naquela paradinha para descontração. Não estou dizendo que livros devem ser banidos, mas que justamente para incentivar a leitura, deve-se exercitá-la diariamente e de forma constante, o que conseguimos por meio de blogs e outros sites de informação disponibilizados na internet.