Não é novidade que o número de jornais impressos está cada vez menor. Também não é novidade que os grandes jornais estão transitando para a Internet.
Mas então, qual é o futuro da imprensa? Acho que podemos dividi-la em duas grandes frentes.
A primeira a das notícias regionalizadas e por assunto, em jornais pequenos e distribuídos de graça.
Sim, estou falando do Destak e do Metro. Quem ainda não foi gentilmente abordado por uma menina, fantasiada da cor do jornal, oferecendo estes folhetins que trazem os hilights das principais notícias?
As pessoas lêem este tipo de diário da mesma forma que lêem a maioria das reportagens veiculadas na internet: rapidamente e de forma superficial.
A vantagem é que você sabe um pouco de tudo, mas, em contra partida, nada profundamente. Em uma mesa de botequim, ok. Em uma reunião, ferrou!
O segundo tipo será o dos grandes podcastings. Ninguém mais lerá. Você baixa em seu computador ou em seu iPod o seu programa favorito de notícias, do assunto de seu interesse e, automaticamente, ficará informado quanto àquele tema, sempre restrito a um ponto de vista.
Isto porque as pessoas, em geral, são preguiçosas e ninguém irá procurar se informar de uma outra opinião.
Mas é como a propaganda da Folha: dois milhões e meio de leitores e cada um lê um dos cadernos (sem se importar com os outros).
Ora, se a cultura é compartimentada, qual é o problema de somente nos informarmos do que realmente nos interessa?
Uma vantagem será a especialidade do que estamos ouvindo/vendo. Porém, quando um jornalista atua em mais de uma área (tipo economia e cotidiano) você pode ter uma visão mais completa da realidade.
Outra vantagem do podcastig notícia será no âmbito ambiental. Economizaremos papel, tinta, energia, não precisando imprimir um monte de jornal que ninguém lerá mesmo.
E, por fim, nos livraremos de editores que ditam as colunas com a política e interesse dos acionistas sem se importar com os reais fatos, manipulando a informação (tudo bem que todos expressam sua opinião quando falam, mas vocês entenderam o que estou dizendo).
Quanto aos jornais tradicionais, sobreviverão com sensacionalismo, já que: (i) muitas pessoas não possuem internet; (ii) não têm cultura para assuntos mais profundos; e (iii) é isto que vende, não é?
Eu, ao contrário, tenho um sonho: espero que os jornais tradicionais só produzam colunas, crônicas e especiais.
Grandes escritores, grandes jornalistas e grandes revelações. Quero me divertir lendo o jornal! Pensar em coisas diferentes! Ver pensamentos novos.
Até porque preciso cair novamente no tema "publicar em papel": ler o jornal é gostoso. Pegar um café-com-leite e lê-lo tranqüilamente, só reportagens interessantes e profundas, não tem preço!
projeções como a de que grandes podcastings sucederão os jornais precisam ser baseadas em fatos empíricos, dados estatísticos, precedentes. em algum lugar do mundo se oberva esse processo? quais são os números? e por que o rádio e a tv não mataram a leitura? dizer que simplesmente as pessoas são preguiçosas é um argumento insuficiente. o próprio autor, por exemplo, fala do prazer de ler o jornal numa situação mais confortável. além disso, a leitura permite uma assimilação diferente da audição, mais focada e reflexiva do que esta.
Daniel, concordo com a mudança que está no horizonte do jornalismo. Todavia, é preciso divulgar mais as utilidades dos podcastings. Eu, por exemplo, ouço meus pods em um mp4. É possível até em mp3, mas tem gente que ainda pensa que só dá para acessá-los em um iPod. Enquanto a grande maioria não sabe disso, essa constatação é mera suposição. Torço para que isso dê certo. Afinal, é a poderosa força do rádio que está de volta.