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Sexta-feira,
24/8/2007
Dingo Bell, dingo bell
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A força matriz, que dá asas à imaginação das pessoas e, conseqüentemente, move o mundo, é a auto-ajuda! Todos nós, quando precisamos de um amigo, de um livro ou de um grupo de pessoas para nos ajudar a aprimorar economicamente, espiritualmente ou emocionalmente estamos nos auto-ajudando. E isto nós fazemos todos os dias, não é?
Neste sentido, temos a festa que melhor representa a auto-ajuda: o Natal. À primeira vista seria uma mera obrigação social, mas não. Você encontrará sua família, se fartará em um banquete e trocará presentes.
Repare nas ações: encontrar a família te dará um suporte emocional e espiritual (ainda mais se você for à missa do Galo); comer bem lhe trará satisfação e bem estar; comprar e ganhar presentes lhe proporcionará, respectivamente, aquela sensação de generosidade e felicidade de ver que alguém pensou em você.
E, de quebra, no Natal você estará se auto-ajudando e ajudando os comerciantes. Como? Isto mesmo: o Natal impulsiona a economia, faz as vendas dos produtos básicos aos sofisticados decolarem.
Do ponto de vista dos comerciantes você nitidamente estará os auto-ajudando (a enriquecer).
Outras festas produzem o mesmo efeito cascata, mas em proporções menores, como o dia dos pais, das mães, das crianças...
Mas por que a auto-ajuda tem papel central em nossas vidas?
Pense, não poderia ser de outro jeito. Somos diariamente invadidos pela onda do querer
por meio de propagandas, filmes, seriados, novelas, etc. Todos querem repetir na vida real o comportamento utópico criado pelo entretenimento. O bombardeamento diário de bem estar, "do final feliz", só poderia gerar a reação automática de carência e depressão.
Qual é a chance de você ser rico, bonito, morar em uma mansão na frente da praia e namorar uma modelo? Ah esqueci: trabalhar pouco também faz parte do pacote!
Desse jeito é razoável que o mercado de livros de auto-ajuda seja paradoxal: muita produção, mas baixo nível técnico.
Duas são as razões: o público alvo, no Brasil, pelo menos, não teria bagagem cultural suficiente para entender um livro de auto-ajuda complexo; as pessoas (e mercado) querem respostas rápidas às suas angústias.
Até porque um dos princípios modernos do capitalismo é a velocidade. No caso do parágrafo anterior a máxima seria: como se tornar um príncipe em menos tempo?
Imagino, entretanto, que a auto-ajuda tenha origens remotas. Isto porque quem não busca em qualquer movimento uma dica à perfeição?
As grandes descobertas da humanidade, por exemplo, são frutos da vontade de saber o novo e suprir as necessidades pessoais e da sociedade com novos adventos.
Já em uma realidade mais próxima, quando lemos um livro, assistimos à televisão, conversamos com os amigos, sempre queremos apreender daquele momento algo que nos ajude, nos aprimore.
Acredito, sinceramente, desde que a humanidade celebrou o contrato social de Hobbes, saindo do estado natural para o estado civil, estarmos em busca da auto-ajuda para nos sentirmos seguros!
Ou será auto-estima?
Postado por Daniel Bushatsky
Em
24/8/2007 às 19h30
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