Cada poeta é um mundo. Eu
queria me dedicar profissionalmente à literatura. Estava fascinado com a
história da literatura, com os grandes autores do programa, como dizem
os franceses. Tentei fazer mestrado na USP e a burocracia então não me
permitiu. Fui rejeitado como estudante nas duas universidades nas quais
dei aulas, a UNAM, no México, e a USP aqui. Mas depois elas me
contrataram como professor. Vá entender-se a burocracia ibérica. É
impossível.
Creio
ser um bom professor. Me esforço bastante e ganho bem mal. Também creio
ser um bom poeta. Ça arrive.
Em
resumo, creio que para escrever a poesia que eu escrevo, estudar em
Yale, na New York University, grandes instituições de ensino, foi
importantíssimo. Mas não há regras. Um poeta pode também estar fascinado
pela literatura, pela arte, como eu estive, e não necessitar dessa
exposição organizada ao acervo da cultura.
Horácio Costa, que eu descobri na Fliporto, em entrevista.