Acho que até o homem mais ateu, na hora da morte, clama por Deus. E o mais religioso, desconfia do paraíso!
Estas afirmações não possuem o menor lastro de confiabilidade. Pior, são à prova de comprovações científicas. A única possibilidade seria irmos a um próximo mundo para comprovar (ou isto não seria possível?). Porém, a resposta está no seu íntimo, não está? Na sua essência. Naquele medo que te dá um frio na barriga ao ouvir as palavras "morte", "desconhecido", "espírito", "inferno" e "paraíso". Aparece, também, em falas espontâneas, aparentemente sem sentido: "cruz-credo"; "ave-maria"; "oh Deus!".
O nome que se dá a este sentimento que criou as lendas, as religiões, os mitos e a própria ciência é medo!
Já dizia um famoso filósofo grego que o ser humano é naturalmente sociável. Questiono se esta sociabilidade não decorre do sentimento citado acima, pois sempre é bom estar com alguém quando se está aflito. "Jogue a primeira pedra quem não sente o mesmo"!
Freud, em seu livro O mal estar na civilização, já dizia que a coletividade possui um sentimento de oceanicidade, ou seja, todo mundo quer sempre fazer parte de alguma coisa.
É verdade que, às vezes, me confundo, não sabendo se é medo ou carência o nome desta agonia. Seria a carência decorrente do medo, ou vice-versa? Estamos ou não diante do temor de ficarmos sozinhos, de não ansiar o futuro... ou isso é carência?
Independentemente do que seja, os governos deveriam obrigar, por meio de lei, todas as escolas a oferecerem em seus currículos o ensino religioso. Notem que eu não disse catequese ou aula sobre o primeiro testamento, eu disse ensino religioso, uma espécie de workshop mais aprofundado.
Isto ajudaria as crianças e futuros adultos a estudar os principais fundamentos de cada religião, no que elas se baseiam e por que elas atraem ou não tantos fiéis. De quebra desenvolveriam uma maior tolerância com o "diferente".
Aprendendo suas essências talvez descobrissem mais cedo o que no fundo todos queremos: paz espiritual e respostas, mesmo que estapafúrdias, para não temermos o desconhecido. Se é através do Hinduísmo, da Cientologia ou da pura ciência, não importa. O que vale é a segurança.
Fora isto, vocês já perceberam que várias histórias bíblicas possuem um porquê científico ou moral? A circuncisão, nos meninos judeus recém-nascidos, é uma forma milenar de prevenir infecções. Jesus Cristo, ao transformar a água em vinho, semeou a esperança e o otimismo.
Ora, as religiões de uma forma geral possuem como seus dogmas os acontecimentos inexplicáveis, ou leis para "obrigar" a sociedade a se comportar, se desenvolver, saindo, assim, do mundo das trevas.
Ou alguém dúvida que sem a tábua das dez leis seria impossível estarmos aqui hoje? Na sociedade atual (talvez por isto o número cada vez maior de descrentes) o papel da religião está nas mãos dos juristas, dos médicos e dos cientistas.
Resta, portanto, para a religião, a filosofia e seus ensinamentos, que fazem as engrenagens da sociedade rodar melhor!
Deixemos a discussão entre os teólogos e os cientistas para o que ainda não conseguimos decifrar, mas não podemos esquecer, jamais, de sermos tolerantes, lembrando que a intolerância não encontra respaldo nem na religião e nem na ciência!
Minha sugestão: faça das religiões o seu "big bang", pegue o que há de melhor em cada uma delas, descarte as baboseiras, adapte com a ciência e viva feliz.
Concordo que realmente os adultos de hoje e de sempre têm essa aflição geral, que também não sei se é medo (apesar de não achar q seja da morte) ou carência, mas acredito que a solução não seja aulas de religião nas escolas. Isso porque sempre vai ter aquele que vai puxar a sardinha para o que ele mesmo acredita. Num mundo ideal, onde as pessoas realmente respeitassem as diferenças um dos outros, eu até concordaria com essas aulas, mas infelizmente o ser humano é egoísta (mesmo os bem intecionados), assim, as crianças não teriam conhecimento religioso respeitando o que cada um acredita, mas sim acabariam ouvindo do professor a opinião incrustada de preconceito e descrédito para o que fosse conveniente passar às crianças pelo seu ponto de vista... Acredito que o ensino religioso deveria ficar restrito às casas das pessoas, onde os pais passem as suas impressões para os seus próprios filhos.
Quero dar valor ao Daniel pela sua sensibilidade com respeito às religiões. Eu pertenço a uma das religiões mencionadas, a minha religião aceita todas as religiões e ler algo como acabo de ler é um facto de que o Homem é basicamente religioso e espiritual independentemente se ele é ou não religioso. Robô o homem não é, com certeza. :) Acho que este tipo de mensagem, como Daniel nos acaba de dar, é simplesmente dar valor àqueles que são seres sociais. :)