COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
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5/3/2008 | | |
10h06min | |
| Pobre Saramago, pobre Camões, pobre idioma português! Deu azar de ser falado em nosso país bonito, mas pobre em corpo, mente, alma e ignorante por natureza. Também, ninguém liga para educação desse nosso povo mesclado, é ou não é? No início eram só os degredados, os que, por serem excluídos da vida social européia, já não sabiam falar bem o idioma da terrinha, depois miscigenaram-se com os índios e colocaram palavras de indígenas no nosso vocabulário, e ainda, depois, vieram os escravos que trouxeram palavras de suas tribos. Que mistura, hein, fizemos com a língua dos cajos, ó pá! Mas o pior não é isso... Ruim mesmo são os brasileirinhos atuais, os que já estão grunindo, daqui a pouco poderão até voltar para as árvores e imitar os antepassados monos, gritando pretensas palavras na involução constante. Dá no saco ouvir mocinhas, mocinhos, estudantes e até alguns jornalistas, dizerem: - Vamos estar falando português! Isso sim é o fim do idioma!
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9/3/2008 | | |
15h52min | |
| A língua sempre sofrerá modificações, o que pode ser, inclusive, interessante. Não existe coisa que fique sempre igual, pois a lógica é que esteja em constante movimento. Ao contrário do colega acima, considero o Brasil um país com uma cultura popular rica e uma diversidade encantadora. Os "erros" devem ser levados em conta diante do contexto social ao qual nossa população está inserida - sem esquecer da famosa adequação lingüística. Enfim, mudança não é sinônimo de degradação. Principalmente na fala, que sofrerá diversas alterações, só lembrar do terror que era tentar conjugar o "vós", no colégio. Claro que no campo da escrita a atenção precisa ser considerada, mas existem casos e casos, e mesmo Oswald de Andrade tem um belo poema que retrata bem a questão gramática versus cotidiano: "Dê-me um cigarro/ Diz a gramática/ Do professor e do aluno/ E do mulato sabido/ Mas o bom negro e o bom branco/ Da nação Brasileira/ Dizem todos os dias/ Deixa disso camarada/ Me dá um cigarro".
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20/3/2008 | | |
18h21min | |
| Curioso como me incomodo com gerundismos e outros fenômenos que fazem doer ouvidos mais treinados. Mas o que realmente é perturbador é constatar que pessoas tituladas (seja da área de Língua/Linguagem, Comunicação em geral ou não) não apliquem o bom uso da linguagem e ainda tenham a petulância de se sentir superiores diante do sábio sertanejo ou da molecada cyber. Concordando com o comentário anterior, a vida é movimento, e a linguagem, como capacidade inata do ser humano, sofre (será o termo correto?) com toda essa movimentação. Sinceramente, desprezo todo tipo de segregação, seja de que tipo for, acho blasé e, pior ainda, hipócrita, pois em um país onde encontramos finalmente um presidente (que não tem titulações, diga-se de passagem) que lidera de forma brilhante e carismática seu governo, preocupando-se com a Educação, porém cometendo erros em seu falar que não agradam os ouvidos das minorias, mas FALA com excelência às massas, é totalmente paradoxal e merece nossa reflexão.
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9/5/2008 | | |
15h33min | |
| As línguas são diferentes. Elas sofrem variações diacrônicas (conforme a época), diatópicas (conforme o lugar), diastráticas (conforme a classe social ou especialização dos falantes) e ainda conforme a situação (formal ou informal). Apesar de tudo isso, se a língua estabelecer um canal de comunicação entre os falantes, ela já desempenhou o seu papel. E eu até poderia terminar esse texto por aqui. Mas eu preciso dizer que a mania quase doentia que o brasileiro tem de se diminuir, perante o resto do mundo, dá origem a mais esse mito sobre a língua. Só em Portugal se fala português corretamente. Meus amigos, nós somos, sim, uma antiga colônia de Portugal, mas um abismo lingüístico de 500 anos de evolução e quase um século de independência separa nossas línguas. Diante disso, eu pergunto: por que as pessoas ainda insistem em dizer que os portugueses são os verdadeiros "donos" da língua?
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