Os debates eleitorais para o segundo turno na cidade de São Paulo foram marcados pela agressividade, em especial da candidata Marta Suplicy.
Pelo que ouvi e li a respeito, não foi só em São Paulo que os políticos mais bem sucedidos de suas comarcas usaram tal estratégia. Em Belo Horizonte e Rio de Janeiro os candidatos se valeram da mesma tática.
O que causa estranheza é que os analistas de marketing eleitoral não recomendam que os candidatos se digladiem, afirmando que a história (sempre ela) demonstra que a conseqüência número 1 desta atitude é a queda nas pesquisas eleitorais.
A previsão se confirmou. Na primeira pesquisa pós-debate Kassab abriu 12 pontos de vantagem sobre a petista.
Agora, o que mais me indigna é que a agressividade dos candidatos deveria ser usada para algo mais útil. Em vez de prometerem o inalcançável e ficarem caçando picuinhas na vida alheia, os candidatos deveriam exibir seus currículos e usar suas energias para provar a veracidade deles.
Poderiam, também, usar tamanha disposição em atacar o adversário para matricularem-se em cursos de administração pública, gerência de recursos humanos e finanças.
Ora, todos sabem que o prefeito precisa dominar as técnicas de administração, já que governar é administrar, não é?
Sem uma visão ampla das matérias básicas (e não estou falando de ética, hein?) não é possível fazer um bom governo.
Ou seja, gostaria de ver 10% da agressividade dos programas eleitorais na formação técnica do governante. Se as empresas, privadas e públicas, capacitam cada vez mais seus funcionários, não acredito que nossos governantes não precisem de aulas também. Ou eles são melhores que esses funcionários?
Para finalizar, proponho uma eleição diferente. Uma comissão de experts em Recursos Humanos das maiores empresas do Brasil preparariam e aplicariam um processo seletivo nos candidatos a governo. Seria eleito o que se saísse melhor no processo seletivo.
Concordo plenamente com a avaliação do autor deste excelente texto. Afinal, não podemos nos esquecer que a administração de uma cidade pressupõe a gestão de dinheiro público, que exige, além de transparência e honestidade, o mínimo de conhecimento técnico e profissional.
Pelo menos o novo prefeito formou-se em Engenharia e Economia e não Psicologia. Mas concordo que umas aulinhas de administração não fariam mal a nenhum governante. Ótimo artigo, parabéns!!!
Discordo totalmente. Prefiro ver meu prefeito escolhido ao acaso pelo auditório do programa do Chacrinha do que por um conselho dos diretores de recursos humanos das maiores firmas do Brasil. Se bem que democracia continua o menos pior dos métodos...