No meu tempo de adolescência eu era maluco por CDs. Louco mesmo. Do tipo que estourava o cartão de crédito quando entrava em qualquer lojinha. Curtia ter todos eles ali na estante, com os títulos todos organizados. Alguns eu nem ouvia muito, mas era bom tê-los guardados... Mas isso foi mudando. Hoje tenho pouquíssimos CDs e nem me lembro qual foi a última vez que comprei um. O que causou a mudança? O ilimitado universo digital, é claro. Confesso que demorei a me render ao download, mas quando descobri como esse formato era inovador, virei um adepto ferrenho. Estou falando tudo isso porque, vendo todo esse movimento do universo digital, a revolução do iPod e a consolidação do formato MP3, fico pensando: Por quanto tempo ainda existirão as gravadoras? Na minha opinião, essas empresas, pelo menos do jeito que existem hoje, estão com os dias contados.[...]
Edu, talvez aconteça, com as gravadoras de CDs, o mesmo que aconteceu com as de Long Plays e Compactos. Algumas faliram, outras adaptaram-se e outras mudaram de ramo. Porém, hoje temos colecionadores de vinil que pagam fortunas para adquiri-los e o Brasil tem uma única fábrica de discos de vinil, a Polysom, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Ela foi criada em 1999, quando o CD já se alastrava pelo mercado e hoje é alvo de solicitações como a que foi feita pelo rapper Mano Brown e encaminhada pelo senador Eduardo Suplicy, para que a Polysom seja tombada pelo Patrimônio Histórico. Mas, afinal, quem ainda compra LPs? "Os sebos contribuem para a resistência do vinil", diz a revista Rolling Stone brasileira. "Em comum, todos os aficionados possuem a paixão nostálgica pelo ritual de virar o disco na vitrola, curtir as ilustrações e as fotos das capas, sentir o cheiro do acetato." Talvez, Edu, seja este também o destino dos CDs, quem sabe?