Terminado o CP, fiquei pensando nos vínculos entre as coisas que acompanhei nessa semana e as perspectivas educativas que há nelas.
O Campus Party não é um evento visto como pertencente ao campo da educação. Aliás, chama a atenção que não haja uma área denominada "Educação". Percentualmente, o número de mesas que abordavam diretamente esse tema foi extremamente reduzido.
Por outro lado, em meio à robótica, à música, aos blogs, ao software livre, à metareciclagem, aos designers de games, aos casemodders, etc., boa parte das atividades eram inerentemente educativas.
Eram milhares de pessoas reunidas, envolvidas em aprender mais sobre o seu hobby ou a sua atividade profissional, quebrando a cabeça junto, sapeando na palestra ao lado, se inteirando de temas que eu nunca imaginaria que poderiam estar presentes num evento em que a grande vedete é a cultura digital.
A perspectiva de manter na Rede canais de conversa e acompanhamento das sessões por tantos outros milhares de pessoas que gostariam de estar lá mas não puderam ampliou ainda mais o raio de ação do CP. A popularização de uma única palavra-chave (tag) para indexar todas as postagens sobre o evento (#cparty) e a exibição do ao vivo das entradas na Rede com essa tag em telões (veja aqui, para ter uma idéia), permitiram combinações extremamente variadas de conversações, influências, pressões, enfim, materializaram o enorme potencial de comunicação que está dado agora pelas ferramentas mais diversas. Uma busca por "#cparty", no Google, apontou, nesse momento, 104 mil entradas.
Seria fantástico ver, em outras edições, um convite mais enfático à participação de professores. A agenda "sobre" educação deveria encontrar mais espaço na Campus Party. Mas ainda que ela não esteja presente, o evento serve como uma injeção de inspiração para propor, ao longo do ano escolar, situações de genuino interesse e envolvimento com o conhecimento das coisas do mundo.
Olá, Julio. Gostei de ver este espaço aberto para a educação aqui no Digestivo. A Lilian fez um excelente trabalho, garimpando tudo que fosse interessante para a educação durante o evento. E foi muita coisa, como se pode ver por este texto. Muitas vezes, a dimensão educativa de processos fica escondida ou em segundo plano frente a outras dimensões. E, na base, tudo começa com aprendizagem e apropriação :) E ninguém melhor para falar sobre isso que um professor. Abraços!