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Terça-feira,
9/6/2009
Medo do blog da Petrobras?
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[...]Na verdade, os jornalistas e os jornais sempre tiveram o monopólio da fala e se surpreenderam agora com uma reação sintonizada com os novos tempos. Como comunicadores empresariais, sempre advertimos as organizações para a realidade da Web, com a alegação de que com ela a batalha da informação se tornou mais encarniçada. Agora, como jornalistas, temos que dizer para os coleguinhas que isso vale também para nós. Na sociedade da informação, conectada, on-line, global, há várias mediações comunicacionais e parte da sociedade (há os excluídos digitais, vamos reconhecer) não depende exclusivamente dos jornais para obter informações. Se não qualificarmos as informações, se continuarmos dependendo das fontes oficiais, das empresas, das autoridades de plantão, perderemos espaço e é a isso que estamos assistindo neste momento. Corremos o risco de não sermos mais protagonistas ou pelo menos de não o sermos exclusivamente, ou seja, vamos ter que compartilhar, queiramos ou não, este decantado Quarto Poder.
Em segundo lugar, a ANJ deve estar, quando cobra transparência[...], imaginando para o futuro: puxa, se a Petrobras tiver sucesso com o seu blog Fatos e Dados não precisará gastar mais dinheiro (e tem gasto uma grana preta) com cadernos especiais, os malfadados publieditoriais, material pago, nos nossos jornais e revistas. E a gente vai dançar. A ANJ não está defendendo nem os jornalistas nem o interesse público, está fazendo o seu jogo.
Por que digo isso? Porque a imprensa cobra da Petrobras a informação sobre o valor do contrato com a CDN[...] e não divulga quanto ganhou nos últimos anos em anúncios e em cadernos especiais da gigante petrolífera. Como cidadãos, temos o direito (eu gostaria muito) de saber qual a verba gasta pela Petrobras com a Globo, o Estadão, a Folha etc. Para mim, está informação é mais importante do que o valor do contrato com a CDN. Até para dizer para a Petrobras que ela tem gasto dinheiro inutilmente, que ela tem poder de fogo suficiente para não depender de matéria paga em jornal algum. Aliás, deveria diversificar o seu planejamento de mídia, deixando de concentrar a sua verba em veículos ditos de prestigio ou nos monopólios de comunicação que são nefastos para o debate democrático.[...]
A imprensa e os jornalistas precisam abrir mão desta sua face oficialesca, deste vício incontrolável de ficar dependendo das autoridades (evidente na cobertura do acidente da Air France) e de choramingar porque foram traídos (tenham paciência!). Guerra é guerra e assim como jornalistas e jornais fazem as suas investidas contra empresas, governos e cidadãos (às vezes de maneira lastimável como no episódio da Escola Base, do Bar Bodega etc.) podem sofrer reveses dos adversários.[...]
Vamos à forra: façamos também os nossos blogs e entremos firme nesta guerra da informação. Guerra é guerra.[...]
Parabéns para a Petrobras pelo blog. Que outras empresas se disponham a fazer o mesmo[...]
O blog da Petrobras não é um fim[...], mas apenas um começo.[...]
Wilson da Costa Bueno, no Portal Imprensa, sobre a nova guerra (via @andredeabreu).
Postado por Julio Daio Borges
Em
9/6/2009 às 17h14
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