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Sábado,
26/9/2009
Fim dos blogs (#comofas)
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Quero aqui avisar aos meus leitores ― se é que tenho algum, além de minha noiva ― que estou me despedindo do mundo literário/jornalístico. Decidi que vou mudar o rumo da minha vida. Em vez de continuar trilhando o caminho do jornalismo, vou abrir uma funerária. Já tenho até o slogan: "Funerária Rodrigues: sua morte em bom caixão". Afinal, o rádio já morreu, a televisão está morrendo, os jornais e os livros impressos também. É tanta coisa pra ser enterrada que vai faltar gente pra organizar a situação. É aí que eu entro e ganho uma baita grana.
Ainda mais agora, com a morte dos blogs sendo decretada por aí. Ora, existem quinzilhões de blogs no mundo todo. Se eu conseguir enterrar só os daqui da Bahia, já faço meu primeiro milhão antes de 2011.
Falando sério: qual o problema com esse povo? Não se pode mais inventar nada sem matar algo que veio antes?
Os blogs não estão morrendo, nem vão morrer. Como é que a maior revolução dos últimos anos pode acabar assim, de uma hora para a outra? A internet em si é uma revolução, mas os blogs é como uma revolução dentro de outra. Talvez até maior do que a primeira.
Fala-se muito do Twitter como uma nova revolução e tal, mas não chega a tanto. O pessoal é que é deslumbrado demais. Muita gente já fazia, em seus próprios blogs, o que muita gente faz via Twitter. Ou seja: posts curtos, links para matérias/ textos/ posts/ vídeos/ fotos, essas coisas. E é natural que alguém sem muito tempo para cuidar de um blog passe a ficar mais presente no Twitter. É o que está acontecendo comigo, por exemplo. E isso me deixa um tanto triste, até, porque gosto do meu blog ― mantenho um há 7 anos (não no mesmo endereço), é algo que gosto de fazer. Isso não significa, de forma alguma, que os blogs deixarão de desempenhar o papel importantíssimo que desempenham hoje. Talvez eles finalmente fiquem mais relevantes. Acho até que isso já está acontecendo, inclusive.
Além do que, pensar no fim dos blogs é admitir que a comunicação e a expressão humanas vão ser reduzidas a 140 caracteres (como disse o bom e velho Saramago, "Os tais 140 caracteres refletem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido."). E isso não vai acontecer. Se acontecer, não quero estar aqui para ver.
Postado por Rafael Rodrigues
Em
26/9/2009 às 02h05
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