Por gerações, as revistas Time e Newsweek brigaram para definir a agenda americana de notícias toda segunda-feira nas bancas. Antes da Internet, da TV a cabo e da revista People, o que as semanais colocavam em sua capa fazia a diferença. Mas essa era está terminando.(...)
As circulações da Time e da Newsweek situam-se agora mais ou menos onde se encontravam em 1966, de acordo com o Audit Bureau of Circulations. "Essas revistas tinham muito mais prestígio naqueles dias", disse Edward Kosner, que começou na Newsweek em 1963 e foi seu editor no final dos anos 1970.(...)
"A era da grandeza, de certa forma, acabou", disse Charles Whitaker, coordenador de pesquisas em jornalismo de revistas da escola de jornalismo da Northwestern University. "Por muito tempo as semanais tentaram ser todas as coisas para todas as pessoas e isso não vai funcionar nesse ambiente estratificado, politicamente polarizado e com muitos nichos em que vivemos hoje."
Jon Meacham, editor da Newsweek desde 2006, disse que o anúncio não foi uma surpresa. "Estamos todos numa crise existencial, não é o que chamaria de decisão chocante", disse ele numa entrevista. "Seria preciso ser uma poliana incorrigível para não suspeitar que viriam mudanças fundamentais pela frente."(...)
(...)A Newsweek registrou prejuízos operacionais de 28,1 milhões de dólares em 2009, 82,5% maiores do que o prejuízo do ano anterior de 15,4 milhões de dólares. Suas receitas caíram 27,2%, de 227,4 milhões de dólares em 2008 para 165,5 milhões de dólares em 2009, afetadas pela diminuição da publicidade e da receita com assinantes.
(...)os programas noticiosos da TV a cabo cresceram em quantidade e popularidade, e a notícia instantânea da internet tornou as semanais envelhecidas quase que por definição.(...) A circulação da Newsweek era de 3,14 milhões na primeira metade do ano 2000. Na segunda metade de 2009, havia caído para 1,97 milhão. A circulação da Time caiu de 4,07 milhões para 3,33 milhões no mesmo período.
(...)muitos anunciantes preferem veicular os anúncios em publicações customizadas, e não nas gerais. "Há desafios cada maiores em ser uma empresa de uma revista única, especialmente uma voltada para a área de interesse geral", disse Jonathan A. Knee, que supervisionou a venda da Businessweek como diretor editorial sênior da Evercore Partners.(...)
Não sei a "quantas andam" as dívidas das revistas semanais do Brasil, mas elas caminham para o mesmo beco: extinção. Só as especializadas sobreviverão. Notícias em jornais diários já chegam atrasadas, por causas da internet, imaginem semana... Nem é bom falar.