¿Quem sou eu para dar ideias à Amazon e à Google? "Não sou nada, nunca serei nada, não posso querer ser nada." Mas... ¿e daí? Darei as ideias assim mesmo.
Em 2009, postei aqui um artigo intitulado Softwares para ficcionistas. Obviamente, tratava de programas específicos para escritores de ficção, mormente de processadores de texto contendo facilidades tais como "tabelas com o perfil dos personagens, abas para ideias gerais e anotações referentes ao andamento da trama, mapas com eventos importantes da narrativa, tabelas com locações e, claro, a subdivisão do trabalho em capítulos e cenas". Quem nunca escreveu um texto literário com mais de 50 páginas nem imagina o quanto tudo isto pode ser útil. Na época, aderi ao WriteItNow, que comprei baratinho, com o direito de atualizá-lo sempre que novas versões são lançadas. Mas houve um problema: comecei a escrever em vários computadores diferentes, mudei de cidade, depois voltei à cidade anterior, o que, por razões óbvias, me tornou paranoico com tantos becapes e confuso com as cópias do trabalho: "¿Qual é mesmo a mais recente?". Enfim, senti necessidade de um software que salvasse o trabalho na nuvem, tal como o CeltX (cuja versão gratuita tem funções limitadas e só é apta para confeccionar roteiros de cinema) ou o Adobe Story (idem). Ora, ora... Se a Amazon e a Google entraram para valer no mercado de ebooks, ¿por que não oferecem - gratuitamente - um aplicativo semelhante aos citados que possa salvar o trabalho na nuvem? Ambas já oferecem espaço gratuito (Google Drive e Cloud Drive), a Google inclusive oferece um editor de textos simples. ¿Que tal oferecer também um editor para escritores de ficção? Não fosse esse receio de perder o trabalho (e de me perder no meio das várias versões), usaria apenas o WriteItNow. Mas a Google e a Amazon seriam inteligentes em unir o útil ao agradável. O aplicativo poderia inclusive já exportar o documento (ebook) no formato exigido pelas empresas. ¿O que acham?
Sinceramente espero que a Google e a Amazon não te ouçam, pois já estão grandes demais e o que a internet precisa é de concorrência, inspiração, renovação e inovação, e não de monopólio e canibalismo.
De qualquer forma fica o recado para quem quiser desenvolver um software a fim de preencher uma necessidade existente. E eventualmente aparecer, ganhar espaço, enfim, poder se tornar o Instagram do amanhã...
E eu ainda espero que me ouçam, Eduardo. Claro, não apenas essas duas, mas outras empresas também poderiam tomar essa atitude. (Não sou "garoto propaganda".) Se me dirigi à Amazon e à Google, é apenas porque já tenho meus ebooks à disposição em ambas. (Quatro deles estão à venda na Amazon.) Tente colocar seus livros à venda em outras empresas. Há sempre algum empecilho: em geral, só aceitam contas bancárias norte-americanas, só aceitam cartão de crédito de residentes nos EUA, e assim por diante. Estou apenas seguindo o princípio do "menor esforço". Entre as brasileiras, gosto da AgBook e do Clube de Autores, mas ainda cobram um preço muito alto para ebooks. (Embora seu sistema de impressão sob demanda seja muito mais amigável e acessível que o da Amazon.) Quanto ao monopólio, lembre-se que há monopólios que não são nocivos. Procure (via Google) o artigo "Monopólio bom e monopólio ruim - como são gerados e como são mantidos" no Instituto Mises Brasil. Você entenderá a diferença. Abraço!