Suicídio da razão | Digestivo Cultural

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Quarta-feira, 2/11/2005
Suicídio da razão
+ de 7500 Acessos
+ 34 Comentário(s)

A obsessiva lucidez
me aborrece;
sou capaz de afundar num rio
sonhos e fantasias.
Porém se atiro à água
o meu olho,
ele bóia - e fita o mundo.
E me investiga.

Volta a sensação nítida
- e ela incomoda um bocadinho -
de que eu sinto apenas saudade
de algo que nunca existiu.

Vou pegar minha lucidez
e enterrá-la na areia.
Depois me sento por cima
como já fiz à minha vida.

Rina Bogliolo Sirihal, também no SLMG.


Postado por Julio Daio Borges
Em 2/11/2005 às 17h15

Mais Julio Daio Borges no Blog
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

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Observações:
COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
3/11/2005
19h51min
Eu tenho razões pessoais para gostar muito da autora de "Suicídio da Razão" e de sua obra. Pra quem gostar do poema, como eu, sugiro também a leitura de "Saudação à Vida", romance publicado esse ano pela Profa. Rina Bogliolo Sirihal.
[Leia outros Comentários de Adriana Duarte]
5/11/2005
11h42min
Achei belíssimo o poema "Suicídio da Razão" da profa. R. Bogliolo Sirihal. Parabéns ao Suplemento Literário do Jornal da Secretaria de Cultura do Estado de Minas Gerais que está trazendo a público a obra desta poeta. Ouvi falar que ela vai aparecer, também, no "Labirinto dos Autores", oficina integrange do evento "Fórum das Letras", em Ouro Preto, de 10 a 15 de novembro, com o poema "Ver, para quê?".
[Leia outros Comentários de Andreia Lanza]
5/11/2005
14h23min
Poema lindo, tocante, que evidencia a sensibilidade da escritora. Recomendo aos amantes das coisas boas da vida.
[Leia outros Comentários de Paula Souto]
6/11/2005
04h21min
Muito lindo e profundo... Por que a lucidez faz o seu dia diferente? Quem sabe não é o seu dia, que por ser diferente, lhe faça lúcida? A sua vida, lúcida, lhe fez sábia...
[Leia outros Comentários de Tonha]
7/11/2005
14h44min
muito lindo o poema da escritora rina sirihal. eu já conhecia a romancista de "saudação à vida", a partir de agora vou ficar de olho em seus poemas também. parabéns ao suplemento literário. aguardo notícias do evento em ouro preto.
[Leia outros Comentários de vera guimaraes corre]
7/11/2005
15h05min
o poema de Rina Bogliolo Sirihal remeteu-me à questão da sombra – evidente para os outros mas desconhecida para nós mesmos. Nesta "obra de aprendiz", traz à baila sua extrema sensibilidade, já demonstrada em prosa, e integra a sua sombra pessoal. E, como afirma Jung, a sombra é "ouro puro". Parabéns à nossa poeta mineira, que alça vôos cada vez mais altos, e, merecidamente, – pela sua história de vida trabalhada poeticamente e pela sua garra. Haja força interior! Haja veia poética! E parabéns e obrigada ao Julio Daio Borges!
[Leia outros Comentários de Cássia Vieira Salles]
7/11/2005
22h31min
Quero parabenizar este blog que se dispõe a propagar textos tão fortes e tão maduros como o de Rina Bogliolo. A propósito: conheço o romance "Saudação à vida" da mesma autora e considero-o muito bonito. O tema é bastante atual. O personagem principal, dr. Libânio, é aquele velho que todos nós gostariamos de nos tornar um dia. De novo, meus parabéns.
[Leia outros Comentários de Laura Schreiber]
8/11/2005
01h01min
Suicídio da Razão é um belo e surpreendente poema. Belo pela estrutura e concepção, surpreendente pelo final. Obras assim mostram a vitalidade da poesia brasileira. Parabéns pela publicação.
[Leia outros Comentários de luis giffoni]
8/11/2005
15h26min
Gostei do texto pela sua leveza, objetividade e até mesmo racionalidade. Através da poesia, em poucas linhas transmite uma mensagem tão bela. Parabéns a autora pela delicadeza.
[Leia outros Comentários de Alexandre Sirihal]
8/11/2005
15h40min
Eis que se mostra a mineira que escrevia em silêncio. Mostra-se com sensibilidade e uma lucidez que não se deixa sufocar... A leitura do poema desperta o apetite do leitor. Que venha mais!
[Leia outros Comentários de Nancy Mendes]
9/11/2005
16h21min
Rina, o Suicídio Da Razão já se dá na imagem que precede o poema, querida! Não faça uma coisa dessas comigo, Bela. O erotismo da imagem, as pernas, as mãos, os pezinhos... e que pernas, mãos e pés mais... esse corpinho falou demais comigo, e não que minha razão esteja suicidada, tanto que volto lá, e... "porém se atiro à agua o meu olho, ele bóia e fita o mundo. E me investiga". Belo poema, e intenso esse trecho que dá a dimensão da importância do olhar em qualquer viagem poética. Beijos do Mário!!!
[Leia outros Comentários de Mário G. Montaut]
9/11/2005
19h36min
Parabéns ao SLMG por publicar textos tão fortes e tocantes como os de Rina Bogliolo e Ildeu Brandão. "Suicídio da razão" impressiona principalmente pelo final inesperado.
[Leia outros Comentários de Thetys G. de Barros]
10/11/2005
00h49min
Gostei imensamente dos textos de Rina Bogliolo e de Ildeu Brandão. Muito bom este blog disponibilizá-los para quem não teve oportunidade de ler o SlMG. O "Suicídio da razão" encanta pela lucidez que deveria ser qualidade e acaba sendo empecilho. O final é surpreendente.
[Leia outros Comentários de Ana Maria Chacour]
10/11/2005
09h17min
Descrição perfeita da máscara/casca que somos obrigados a vestir para continuar a viver "racionalmente", este poema de Rina, se por um lado vem impregnado de um fatalismo, de uma sensação de impotência diante da maneira de ser do mundo, deixa, do outro, um caminho aberto para a esperança, que a autora chama de "saudade de algo que nunca existiu". São nítidas, embora inconscientes, as raízes que o poema tem no judaismo secular, com aquela teimosa característica em sobreviver apesar de tudo, usando um certo autosarcasmo como ferramenta para esconder emoções profundas.
[Leia outros Comentários de Sergio Casoy]
10/11/2005
14h20min
Poema revela a sensibilidade da autora em descrever momentos da alma e evoca sentimentos já sentidos por todos nós. Parabéns à Rina! Aguardamos novos poemas!
[Leia outros Comentários de Roselys Castilho]
10/11/2005
15h52min
Agradeço comovida ao sr. Julio Daio Borges por ter apresentado em seu blog o meu poema "Suicídio da razão", publicado no SLMG do mês de setembro/2005. Muita gentileza de sua parte. Agradeço, ainda, os comentários generosos dos leitores que se manifestaram. Gostaria, entretanto, de comunicar ao sr. Mário G. Montaut que a figura que precede o meu poema não foi de minha escolha e não é de minha responsabilidade. Rina Bogliolo Sirihal
[Leia outros Comentários de Rina Bogliolo]
11/11/2005
11h00min
O poeta é como o artista: só ficará se representar a si mesmo e ao seu tempo. Neste sentido o título do poema de Rina Bogliolo – Suicídio da Razão – é o reflexo de um novo tempo contendo nova ética, que nos causa perplexidade. Ela, a ética, começa a acumular motivos para que a razão se suicide, daí o título e o seu primeiro verso – a obsessiva lucidez me aborrece –, ambos refletindo o cansaço que nos causa a aborrecida lucidez exposta pelos noticiários da televisão diariamente. Rina é parte da geração que acreditou na conversa fiada de que o Brasil é o país do futuro. Nossa geração imaginou que, quando chegássemos na idade de nossos pais, o nosso prometido futuro também teria chegado. Isso não ocorreu, daí sinto apenas saudades de algo que nunca existiu. Justificadamente desiludida, abandona-se. Rina nos apresenta um belo poema, pessoal, político, contemporâneo, registrando-se como uma lúcida antena do nosso triste tempo.
[Leia outros Comentários de Carlos Perktold]
11/11/2005
12h21min
Gostei do poema da minha mãe porque é simples na forma e profundo e quase doloroso no conteúdo: ter-se de destruir a própria lucidez para se ter uma sobrevida digna é coisa melancólica mas real. Alberto Bogliolo Sirihal
[Leia outros Comentários de Alberto Bogliolo]
12/11/2005
10h16min
Rina Bogliolo conseguiu cortar o nó górdio da poesia contemporânea, sendo ao mesmo tempo intelegível e original. Assim foram também os poetas metafísicos ingleses: sua límpida sintaxe não impedia o caráter instigante, beirando o enigmático, de seus textos. O poema de Rina tem, ademais, um tom levemente surrealista, que convém muito à atmosfera de pesadelo do mundo em que vivemos.
[Leia outros Comentários de Solange R Oliveira]
29/11/2005
12h17min
Adorei o poema de Rina Bogliolo. Gostaria de obter mais informações a respeito da escritora. Obrigada. Litza.
[Leia outros Comentários de Litza Costa Nunes]
29/11/2005
12h54min
Que poema maravilhoso!!! Tocou minha alma profundamente. Hoje, um dia chuvoso e de melancolia, este poema trouxe à tona sentimentos já esquecidos. É de uma sutileza surpreedente. Só o título já diz tudo. Quem não gostaria de perder a lucidez alguma vez? Parabéns à autora!
[Leia outros Comentários de Rosa]
29/11/2005
16h42min
O poema é muito profundo e nos remete a uma reflexão sobre a nossa lucidez, que nos leva à razão mas também pode nos impedir de fantasiar, o que talvez seja a única realidade. Parabéns à autora pela sensibilidade de tocar sentimentos nobres e contribuir para a nossa decisão de ter lucidez OU NÂO!!!
[Leia outros Comentários de Sílvia Parreira]
29/11/2005
19h20min
A poesia tem elegância. É um desabafo que não agride. Gostei. Parabéns.
[Leia outros Comentários de Edna Markus]
2/12/2005
08h04min
A sensibilidade e a razão estão profundamente apresentadas neste lindo poema. Parabéns!
[Leia outros Comentários de Leila Jane Brum Lage]
2/12/2005
18h34min
Parabens!!! Tudo que sai da alma encanta...
[Leia outros Comentários de Schirley Policario]
4/12/2005
12h08min
É muito interessante ler um poema sobre a razão ou a sua ausência, principalmente porque em tempos tão confusos como os nossos a sensibilidade da autora nos leva pensar com serenidade sobre as coisas que nos rodeiam.
[Leia outros Comentários de Ana Mónica Henriques]
26/12/2005
09h04min
A forma sucinta e sem sentimentalismo, o tom irônico e as fórmulas surpreendentes com que Rina Bogliolo aborda, de modo epigramático, um tema que suscita reflexão aprofundada, denota a verdadeira vocação poética. Parabéns ao Suplemento por divulgar esse talento e ao Digestivo por escolhê-lo, entre os textos publicados, para exemplificar o que se faz de importante, hoje, na poesia de Minas.
[Leia outros Comentários de Lauro Machado Coelho]
2/1/2006
20h06min
David Hume disse que "A razão é, e sempre deve ser, escrava da emoção" e Rina Bogliolo Sirihal soube, misturando lirismo e realidade, mostrar a dificuldade que temos em harmonizar o sentimento e a racionalidade, na busca permanente por nós mesmos, nossas vontades/desejos/limitações. Parabéns, Professora! Alice Lopes Amaral
[Leia outros Comentários de Alice Lopes Amaral]
6/1/2006
12h06min
Fico muito emocionada com as recentes publicações da Rina. A simplicidade da forma do poema "Suicídio da Razão" não esconde a coragem de revelar sucintamente o enigma de nossas vidas, expondo poéticamente o dilema entre lucidez/realidade externa e fantasia/realidade interna. Gostaria de congratular minha irmã que escreve desde que descobriu as letras, usando-as como mágica, sua atual maturidade como escritora revelada em seus livros "Saudação a Vida" e "Liberdade inConditional". Corajosa! Deliciosa leitura! Agora aguardo a publicação do seu livro de poemas. Que não tarde! Agradeço a oportunidade da abertura do diálogo proporcionada neste blog por Julio D. Borges.
[Leia outros Comentários de Anna Rosa Bogliolo]
7/1/2006
21h28min
Minha amiga Rina, que sempre é tão rica em palavras, conseguiu empoucas linhas ser a mais lúcida das escritoras. Beijos e sempre sucesso.
[Leia outros Comentários de Mª Conceição/Neném ]
7/1/2006
21h42min
Gostei muito. Sei que a autora tem a sensibilidade à flor da pele. Como não tenho a verve da palavra do crítico/comentarista literário, admiro o refinamento intelectual alcançado de forma tão sucinta e singela/bela, de notável simplicidade, para conteúdo tão racional/lúcido, emoção/razão, vida/vivida.
[Leia outros Comentários de J. Fernando A. Silva]
7/1/2006
22h56min
Adorei Saudação à Vida e, agora, fico encantado com o novo poema da Rina. Com sua sensibilidade, cultura e estilo, ela vai longe no campo literário e poético brasileiro. Aguardo ansioso o livro de poemas e os novos romances. Parabéns!
[Leia outros Comentários de Saulo da Matta ]
25/1/2006
09h17min
A saudade de algo inexistente é própria do mundo pós-utópico. É uma sensação que todos nós possuímos, creio eu, neste terceiro milênio. Parabéns à poeta por dizer isso em nosso nome; parabéns ao SLMG por publicar a poeta para o Brasil.
[Leia outros Comentários de Monique Bucsan]
14/9/2007
13h59min
"A dor que me consome é a mesma idéia que me corrói"
[Leia outros Comentários de marcus]
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