Voltei. Desta vez com minhas virtudes mais esquisitas. Se eu me assumi como escritora, saibam que não me assumi como outras coisas. Por exemplo: fui vocalista de banda de rock, mas não me levei a sério, embora muita gente levasse. Toquei piano e achei um porre. Entrei em aula de violão e não tive paciência. Toquei bateria e não tive apoio. Dancei jazz e idem. Fiz krav-magga e fiquei grávida uma semana antes do exame de faixa. Mas a escritora foi a única que ultrapassou todos os obstáculos. Não houve falta de papel nem de caneta. E quando faltou inspiração, eu me olhei bem fundo e o poema veio. Não dependi de ninguém: pai, professor, mecenas. Fui escritora apesar de. E meu filho vem seguindo, ao menos, o caminho de leitor. Por enquanto, pega os livros para comer.
Ana Elisa Ribeiro que - para bem de todos
e felicidade geral da nação - voltou com a sua Estante de livros on-line.
Mas-bah! (como se diz aqui no sul). Ana, tô contigo em todos os graus de tentativa e acerto. Tragetórias semelhantes: sou formada em artes, já fiz cinema, já tive banda, só me sobrou o papel e a caneta (e o computador, por extensão). Depois que a gente tem um filho, as mídias de expressão se minimalizam, e a vida fica mais punk. Tudo pra melhor! Teu guri é tão lindo quanto a minha guria (papo de mãe olhuda). A minha diz que é poeta, e ama instalações e arte cyber-digital. Tem sete anos e meio. Tomara que o teu filho goste de mulher mais velha... Beijão