- Peraí, Saldanha. Você falou isso em 1982. Não parava de malhar o nosso time.
- Eu sei, eu sei. Mas, olhando esse jogo contra a França, acho que talvez eu tenha sido injusto com você.
- Lembra do personagem do Jô, o Zé da Galera? "Bota ponta, Telê!"
- Eles nunca estão satisfeitos.
- Mas acho que agora tinham razão. Antes, pelo menos, os jogadores corriam. Até o Sócrates.
- É, e eu tinha as minhas feras. Os caras me obedeciam. E conversavam lá dentro de campo.
- Obedeciam você? Você quase barrou o Pelé!
- Isso é conversa. É que nem a história daquele milico, o Médici. Que eu escalava o time e ele montava o ministério.
- É. Tenho certeza de que os nossos times jogavam mais. Podiam perder, mas jogavam. E sem querer comparar, em 1970 o Pelé estava com 29 anos, como o Ronaldo agora.
- Pô, fala sério, aí.
- Ô, Bussunda, você estava quieto esse tempo todo...
- Estava pensando que uns caras desse time amarelo podiam jogar no Tabajara.
Criativo, bem bolado e, essencialmente, bem humorado! E caiu como uma luva para a atual seleção, pois até o Tabajara de Marrentinho é melhor que a seleção de Parreira.
É muito fácil criticar. Os jogadores não tem culpa de nada. Culpados são os responsáveis pelas convocações. Para 2010 devemos focar na técnica e nas condições físicas. Devemos entender que não somos imbatíveis. Nunca fomos. Nós brasileiros usamos muito o coração e deixamos a razão de lado. Ivo Samel