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Terça-feira, 12/8/2003
Cultura, Manipulação, Pobreza
Maurício Dias
+ de 7300 Acessos
+ 8 Comentário(s)

Começarei a coluna de hoje com uma citação a um texto de Olavo de Carvalho.

À simples menção deste nome muitos torcem o nariz, pois ele é, inequívoca e universalmente tido como um pensador de direita. Discordo do Sr. Olavo em muitos pontos, especialmente na defesa irrestrita da Igreja Católica, que tem em seu histórico uma série de pecados – embora tenha tido um peso civilizatório inegável junto aos povos tribais de todos os continentes, incluindo os pagãos europeus, por mais que o neguem os relativistas culturais. Mas esta e outras divergências não são um impedimento para que eu veja coerência em grande parte do que ele escreve.

Passemos à citação:

"Mas quando o sr. Stédile anuncia seu propósito de reunir um exército de 23 milhões de militantes para 'acabar com todos os fazendeiros', o dr. Márcio Thomaz Bastos, com a cara mais bisonha do mundo, pontifica que o movimento chefiado por esse indivíduo `não é caso de polícia’. O presidente do PT, José Genoino, mais calmante que um Dienpax na veia, filosofa que a tomada de propriedades pela força `é coisa da vida’. E o bispo Casaldáliga, levando sua caricatura simiesca da fé cristã às últimas conseqüências, condena como `satanismo’ a resistência às invasões.

"Por isso é que os fazendeiros se enganam tragicamente quando pensam que, com guardas armados, podem resistir às invasões. Não se vence, com balas, a força da hegemonia, o poder hipnótico de seduções verbais que, ao longo de décadas de `revolução cultural’, enfeitiçaram a alma da sociedade. Não se vence, com resistências locais e avulsas, uma estratégia abrangente e complexa que muito antes de dominar o Estado já dominava todas as consciências." (O Globo, 02/08/03)

Vou explicar o porquê da citação: recentemente comprei vários CDs da Elis Regina. Estavam em promoção nas Lojas Americanas, "dez real" cada. Fui guloso no material mais antigo, a fase pré-César Camargo Mariano. Coisas maravilhosas, Elis cantando "These are the songs" ao lado de Tim Maia, uma versão de "O Barquinho" em ritmo acelerado. Num disco de 1972, "Ela", a belíssima faixa-título, composta por Aldir Blanc e César Costa Filho.

O talento de Aldir qualquer um que tenha acompanhado MPB nos anos 70 conhece. O de César Costa Filho, não. Como Wilson Simonal, ele foi rotulado de direitista e atirado no limbo. Em ambos os casos, decorridos tantos anos, parece não haver provas da acusação. E mesmo que houvesse, trata-se de condenar alguém por posição política, o que é uma restrição de liberdade e violação do direito de escolha. Uma tecla em que sempre se baseiam para criticar os americanos, pelo McCarthismo dos anos 50.

A própria Elis quase dançou nos anos 70. Ao cantar num evento militar foi achincalhada pela esquerda. O cartunista Henfil tinha uma tira em que os colaboradores do governo eram colocados no "cemitério dos vivos". O nome de Elis foi parar lá. Quem nomeou Henfil como reserva moral do país, capaz de apontar e execrar publicamente culpados?

Voltando aos discos de Elis, num de 1966, temos a faixa "Roda", de Gilberto Gil e João Augusto.

Num trecho ouvimos Elis cantar:

“Seu moço, tenha cuidado
Com a sua exploração
Se não lhe dou de presente
A sua cova no chão.”

Peço que voltem à citação de Olavo e leiam os trechos citados (negritos meus).

Acho que não é preciso ser nenhum Voltaire para ver uma relação com a letra da música. E entender qual tem sido a principal função da arte de massa brasileira desde a segunda metade do Século XX – esta música já tem quase quarenta anos. No mesmo contexto pode-se incluir os filmes de Glauber Rocha louvando cangaceiros, até Cidade de Deus, esta mistura de Pulp Fiction com a novela Escrava Isaura.

Quanto à referida música, não sei se Gilberto Gil é o letrista ou só responde pela melodia. De qualquer maneira, participou. E gravou-a no disco Louvação, de 1967. Hoje ele é o Ministro da Cultura.

E voltando a Henfil, uma tira dele, ‘Zeferino’, de temática “exploração da miséria - conflito de classes” é anacronicamente republicada diariamente em O Globo. E as organizações Globo, há muito tempo são pró-Lula, ao contrário do que eram quando das eleições em que ele concorreu com Collor pela presidência.

Então vê-se que a mídia e as artes gostam de bater sempre nas mesmas teclas. Evidentemente, isto gera conseqüências: nos centros urbanos, a maioria das pessoas educadas com menos de quarenta anos é de esquerda. Não são de esquerda por um processo de reflexão pessoal que os tenha levado a esta escolha. São porque foram educados para ser assim. Pela mídia e pelos professores.

No segundo grau, meu professor de história ia todos os dias com a estrelinha do PT. Eu achava legal, o cara estava conectado com a nossa (dos jovens) posição. Hoje eu vejo isso como uma violenta e desonesta tentativa de doutrinação. Multiplique isso por milhares de professores, em milhares de salas de aula.

É duro ver a miséria em que se encontra um bom percentual do povo brasileiro. É terrível a situação dos trabalhadores educacionalmente desqualificados. Mas é errado culpar os ricos pela miséria dos pobres. Os ricos geram emprego, gastam em lojas e restaurantes, fazem o dinheiro circular. É bem verdade que a elite brasileira não doa como a americana, que sustenta universidades, teatros e museus. Mas americanos não tem que pagar tantas taxas quanto os daqui – que têm que manter um Estado enorme como um mamute (poderia dizer enorme como um dinossauro, mas citar o paquiderme é melhor, pois ele era mamífero, criado mamando em tetas).

Cada vez que vemos uma criança pobre pensamos de quem é a culpa, e em geral a escolha cai sobre as elites, os americanos, os Rockefeller, etc. Nunca culpamos os pais que têm filhos sem ter nenhuma condição para isso. Tais pais são ignorantes, sim. Isso explica, mas os absolve de culpa? Porque no Fome Zero não se fala em controle populacional? Anticoncepcionais para todos, para termos um "Pobre Zero"?

Quase nunca a mídia toca neste assunto, é politicamente incorreto pensar que o "direito de ter filhos" (sic) possa ser coibido. Drauzio Varella recentemente falou sobre isso num entrevista ao jornal. E FHC também mencionou o assunto – por que não fez algo nos seus oito anos na presidência?

E aqui voltamos aos pecados da Igreja Católica, na sua ênfase ao sexo para procriação. É claro que os jovens que saem trepando a esmo não estão muito preocupados com as posições do Vaticano, mas a ideologia de lá reflete-se na educação e censura a certos assuntos aqui. E gera um silêncio obscurantista.

Neste ponto, viva os protestantes do norte da Europa e EUA, foram mais racionais e há décadas perceberam a relação entre prole excessiva e pobreza - e tomaram medidas quanto a isso.

Já aqui, continuamos gerando massas de modelos para fotos de Sebastião Salgado, a miséria glamourizada em preto e branco. Não faz mal, depois a gente dá um tambor para cada um e pode chamar o Carlinhos Brown para ensinar percussão. De preferência, com verba do Ministério da Cultura (Gil é o Ministro...). E não faltarão figurantes para filmes com meninos de rua e marginais. Sempre refletindo um único ponto de vista. E feitos com o aval do Ministério da Cultura.


Maurício Dias
Rio de Janeiro, 12/8/2003

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* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
12/8/2003
15h13min
Prezado Maurício. Tens um nome apropriado e lindo. Já não nos conhecemos do shopping? É verdade. Que coisa absurda continuar se permitindo a produção de pobres. O mercado já está completamente saturado, ainda mais agora com a automatização e a informática. Restam-lhes pouquíssimas funções: fazer comida, entregar pizzas, passar o aspirador no pó, o pó para o aspirador, ah, e o policiamento da cidade, para nos proteger deles mesmos, não é mesmo? E continuam sendo fabricados aos milhões! Será que os fabricantes não vêem que isto avilta o preço da mercadoria. Esta a única exceção, que só confirma a regra de auto-regulação do nosso querido Mercado. Precisamos sim aí de uma forte intervenção do Estado e da Igreja, mas eu acho que os coitadinhos já não mandam nada (risos). E outra coisa que falaste, importantíssima, uma realidade tão gritante e absurda, que eu acho que a maioria faz de conta que não vê, por puro constrangimento: - como! se explora! os ricos! neste! país! Eu, por exemplo (não sou rico ainda, mas estou a caminho), me defendo como posso: sonego desse governo paquidérmico e demagógico e os verdinhos que sobram faço como a nata da sociedade - aplico no exterior. Eu também não sinto a menor culpa por esses sub-produtos sujos, defeituosos, cheios de todas as doenças e vícios, más intenções e maus hábitos que, descartados por seus irresponsáveis produtores, arrastam-se melecosamente pela cidade nos pedindo dinheiro. Não dou. Como disseste, já nos tiram dinheiro demais nos impostos. Ora, a quantidade!! de impostos que temos que pagar para que a escumalha fique quieta! Garrafas e garrafas de Romanée Conti literalmente despejadas no esgoto. E eu que ainda não consegui tomar uma. Não se entristeça por mim, chegarei lá. Apesar de que agora, até esse aí na presidência tendo tomado, já não é a mesma coisa. Que se há de fazer? Só consegui comprar meu primeiro carro importado aos vinte anos, quando a maior parte de meus amigos já os tinha ganho aos dezesseis. E pergunte-me se por acaso eu invadi algum dos seus por causa disto. Mas era de se esperar que desses excedentes de produção, caracterizados pelo que já enumeramos acima, nada melhor brotasse que violência, violência, violência. Eu acho que não bastam medidas castrativas, seria necessária uma dose inicial de extermínio em massa, até desbastar o exagero canceroso que se alastra. Depois então sim, um controle efetivo, para só se produzir os pobres que sejam estritamente necessários.
[Leia outros Comentários de Carlo Buzzatti]
12/8/2003
15h45min
Carlo, não nos conhecemos. Conheço o Dino Buzzatti, escritor italiano - só através da obra. Obrigado pelo comentário, mas acho que escrever: "Eu também não sinto a menor culpa por esses sub-produtos sujos, defeituosos, cheios de todas as doenças e vícios, más intenções e maus hábitos que, descartados por seus irresponsáveis produtores, arrastam-se melecosamente pela cidade nos pedindo dinheiro." não é válido nem como ironia. Somos todos humanos. A miséria do próximo me avilta. Procuro ajudar quando sou solicitado, só não quero que seja responsabilidade minha resolver um problema que existe há séculos, e que não fui eu que construí.

Vc escreveu: “Eu acho que não bastam medidas castrativas, seria necessária uma dose inicial de extermínio em massa, até desbastar o exagero canceroso que se alastra.” Acho que não entendeu a parte essencial do meu texto: se eu condeno a frase de Stédile sobre “acabar com todos os fazendeiros”, como posso concordar com o que vc escreveu?
[Leia outros Comentários de Mauricio Dias ]
20/8/2003
15h07min
Carlo, primeiramente, este não é um site para adolescentes mimados, que ao invés de comentar o texto disponibilizado, prefere de modo grosseiro agredir o colunista, para depois copiar sua resposta num blog de fofocas como se fosse um troféu. Isso é indigno, muito fácil de fazer através da rede, mas não pessoalmente. Quando a pessoa não tem condições de escrever, não escreve. O colunista ainda se deu o trabalho de lhe responder, mesmo sabendo do seu teor irônico e agressivo, em respeito aos demais leitores e a própria coluna, e para que outras pessoas sem educação entendessem e não fizessem o mesmo. Essa atitude é típica de adolescente, e devido ao seu propósito de se anunciar como esquerdista, vê-se que é o próprio comunista limonada, aquele que participa de passeata contra a violência mas fuma maconha, aquele que antes da eleição gritava Lula pelas ruas e hoje participa de passeatas contra o próprio, aquele que defende o governo de Fidel, mas jamais teria coragem de morar em Cuba, aquele que no dia de trote disputa com os pedintes o trocado para tomar cerveja, aquele que adora uma manifestação estudantil para matar aula. E a fase da adolescência não tem nada a ver com a idade, alguns ficam nesta pro resto da vida. Roberto Campos já dizia mais ou menos assim : aquele que não é comunista quando adolescente não tem coração, depois de adulto já é burro. Portanto, continue passeando pelos seus blogs, trocando fotos e deixe os sites sérios para pessoas que realmente tem o que acrescentar.
[Leia outros Comentários de Giuliano Finetti]
25/8/2003
09h29min
Acredito que colocamos muita responsabilidade nas mãos do governo. Vale a pena reparar como as ONG´s e as empresas que prezam por responsabilidade social, e até mesmo a Igreja Católica têm desenvolvido trabalhos ótimos em relação ao bem estar dos que não tiveram oportunidade. Acho que vale a pena refletir: Pagar impostos já nos isenta de qualquer responsabilidade para com aquele que não possue nada nessa vida? Talvez não haja culpados para o problema da pobreza que se encontra no nosso país, porém virar as costas ou simplesmente negar oportunidades aos que nunca tiveram nos tornam engrenagens nessa indústria da injustiça social. A igreja pecou, peca e certamente continuará pecando enquanto ela existir, porque é feita de Homens que cometem erros. Talvez seja ingênua demais em pensar que o problema da pobreza não seja a quantidade de filhos mas sim a relação do número dos que tem tanto para os que nem se pertencem. Ainda não percebemos que procurar os responsáveis pelo quadro que se encontra, nos toma mais tempo do que se buscássemos soluções.
[Leia outros Comentários de vicente]
27/8/2003
12h40min
Caro Maurício. Não concordo com a sua abordagem de que a camada rica brasileira não encontra-se enraizada nos problemas que nosso país enfrenta. Nós, como uma sociedade que, em muitos aspectos, ainda sobrevive sob os ideais escravocratas (deturtados pela modernidade), construimos uma plataforma viciada de governantes baseada simplesmente na mentalidade de manter a mesma diferença social presente nos últimos 500 anos. Não olhar para o senado federal e não ver a elite é puro sinal de ignorância. Apenas o dinheiro eleva uma pessoa ao topo do poder estatal. Indisponibilizar educação à população para não enxergar a gritante injustiça social e facilitar a mamipulação é algo claríssimo. Por isso, todos os problemas sociais são, sim, mesmo que indiretamente, responsabilidades da classe dominante. Isso nos leva a outra de suas abordagens. Como existir uma doutrinação esquerdista nos padrões citados se ainda são os mesmos que disputam cadeiras no legislativo? Condenar artistas por divulgar opiniões comunistas é mais que absurdo. Qualquer pessoa com um pouco de bom senso enxerga aspectos sociais maravilhosos no comunismo, mesmo que seja uma irreal utopia em sua totalidade. Mas, apesar de tudo, concordo com o aspecto de controle de natalidade, não como justiça social mas como uma forma de melhorar as condições sociais futuras do Brasil. Ainda coloco uma opinião que vai de encontro com a do Vicente, acima. O pael das ONG´s e da Igreja deve ser apenas a de fiscalização. Todo ação social deve ser de responsabilidade do Estado. Esta "ajuda tercerizada" cria no povo um sentimento de "trabalho realizado", ou melhor, de imparcialidade entre os miseráveis e o governo. Eliminando esta hipocrisia, teremos uma cobrança pesada ao governo.
[Leia outros Comentários de Gustavo Sobral ]
29/8/2003
11h41min
Sr. colunista, só agora tive acesso às suas idéias. Num primeiro momento, imaginei que se tratava de brincadeira. O tom quase malthusiano de suas proposições me pareceu antigo demais para figurar, seriamente, num texto de 2003. Creio que o Carlo já expôs o absurdo de algumas de suas colocações, mas, entre várias afirmações que me aterrorizaram, destaco a pérola em que o Sr. reconhece o “inegável peso civilizatório” que a Igreja levou aos “povos tribais”. É absolutamente impressionante como o Brasil continua essencialmente racista e como tal racismo é exposto desta forma, sem embaraços. Há vários outros pontos que me entristeceram sobremaneira em seu artigo, dos quais gostaria de mencionar sua posição com relação ao controle de natalidade. Lembre-se que houve (e talvez ainda haja) partidários de idéias semelhantes que promoveram a laqueadura em massa de mulheres pobres e jovens, na maioria das vezes sem o conhecimento delas. Como democrata, respeito seus ideais de direita, mas clamo que o Sr. não ignore a realidade de absurda e vergonhosa desigualdade social deste país. Como cidadã brasileira, vinda provavelmente de uma classe social alguns degrauzinhos abaixo do seu, estou certa de que ignorar este fato é desrespeitoso. Para terminar, gostaria de lembrar que na minha época de escola, enquanto raros professores demonstravam bravamente suas tendências políticas, o ensino oficial promovia verdadeiras lavagens cerebrais em favor do sistema de governo militar, seja por via do material didático seja, mais diretamente, nos fazendo hastear a bandeira e cantar o hino nacional todas as manhãs… Isso não lhe parece mais agressivo do que seus professores portando a estrelinha do PT? Atenciosamente, Selma
[Leia outros Comentários de Selma]
30/8/2003
09h50min
Ponto a ponto: ”O tom quase malthusiano de suas proposições me pareceu antigo demais para figurar, seriamente, num texto de 2003.” RE: A mesma idéia foi defendida em jornais pelo médico Dráuzio Varella e por FHC, que entre outras atividades, é sociólogo catedrático da Sorbonne. “entre várias afirmações que me aterrorizaram, destaco a pérola em que o Sr. reconhece o “inegável peso civilizatório” que a Igreja levou aos “povos tribais”. É absolutamente impressionante como o Brasil continua essencialmente racista e como tal racismo é exposto desta forma, sem embaraços.” RE: As religiões primitivas, em todos os continentes realizavam sacrifícios humanos. Todos que condenam a colonização do México como uma brutalidade – o que, sem dúvida, sob muitos aspectos, foi – deviam procurar saber as barbaridades que os astecas faziam com os outros povos da região. Olhamos para o passado com um olhar de século XX, e consideramos tudo bestial. Mas antes era muito pior. O judaísmo, com suas dez normas de conduta para viver em sociedade, e o cristianismo, com sua idéia de compaixão, foram grandes avanços em suas épocas. E a isso chamo peso civilizatório. A acusação de racismo ou é maquiavélica ou é de uma estupidez atroz. “Creio que o Carlo já expôs o absurdo de algumas de suas colocações,” RE: Gostei da intimidade. Se conhecem? “Como cidadã brasileira, vinda provavelmente de uma classe social alguns degrauzinhos abaixo do seu, estou certa de que ignorar este fato é desrespeitoso.” RE: É claro, não estaria completo sem a missivista declarar-se humilde, pois assim a coisa ganha um ar de conflito de classes. Eu sou o agente do imperialismo, e durmo com um chicote debaixo do travesseiro, enquanto uma criança pobre me abana com uma folha de palmeira. “mais diretamente, nos fazendo hastear a bandeira e cantar o hino nacional todas as manhãs…” RE: Que absurdo, cantar o hino nacional fora de época de Copa do Mundo? Devia ser proibido. A vitória da seleção em 70 tb foi um estratagema diabólico da ditadura, junto com a CIA. Recomendo que vc vá ler um pouco, transformaram a Guerra do Paraguai num massacre unilateral (esquecendo que fomos invadidos), eliminaram da memória nacional todo e qualquer ícone que não fosse de esquerda, até Tiradentes e Princesa Isabel: fazem questão de ressaltar que o primeiro foi um bode expiatório e segunda só agiu para agradar aos ingleses. Heróis sem ressalvas, só os guerrilheiros que assaltavam bancos nos anos 60.
[Leia outros Comentários de Maurício Dias]
19/2/2006
11h44min
É interessante observar que, como reação ao texto, temos vários comentários "acusando" o autor do texto de ser de direita. Antigamente, quem discordava era chamado de "de esquerda" e jogado nos porões do DOI-CODI. Agora, quem discorda é chamado de "de direita" e espinafrado em público. De todo modo, ainda vigora o "calaboca". Estamos todos ferrados.
[Leia outros Comentários de Daniela Castilho]
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