COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
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9/5/2005 | | |
10h38min | |
| Complementando: não sei se "Reencarnação" é o pior filme que vi. É um dos três ou quatro piores... Talvez o título nacional esconda a verdade: o roteirista deste filme deve ser o próprio Edward Wood Jr. reencarnado!
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10/5/2005 | | |
00h19min | |
| Marcelo, é verdade que tem aqueles que não entendem nada e querem opinar com toda a sabedoria do mundo. Deve-se ter paciência com eles, porque quase todo mundo faz isso e não percebe o trabalho que o crítico tem para se tornar conhecedor de toda uma história para lhe dar uma melhor base ao analisar os filmes. A obra, depois que é feita, passa a ser de quem a assiste, não acha?
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10/5/2005 | | |
08h38min | |
| É um prazer enorme poder ter lido um texto tão bem estruturado com este. Na atual conjuntura, poder ter esse tipo de prazer, ao falarmos de cultura e, principalmente de cinema, é raro. Raro, porque cada vez mais pessoas falam e escrevem o que querem, sem embasamento ou certeza alguma. E você, caro Marcelo, como sempre, nos dá o prazer de ótimos textos, recheados de críticas e sensibilidades ímpares. Mais uma vez, parabéns! Sucesso! E que possamos ter o prazer de suas colunas espalhando-se pelo mundo, talvez aculturado e carente de colunistas competentes como você.
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10/5/2005 | | |
10h36min | |
| Acredito que o cinema hoje em dia tem sido interpretado pelas pessoas da mesma forma como elas interpretam a TV cotidiana. As pessoas avaliam se um filme é bom (ou não) através da quantidade de cenas banais ofertadas: um tiro certeiro, uma bunda em close... e é só! As pessoas estão perdendo a paciência e a capacidade de refletir sobre cenas mais bem trabalhadas do que somente isso. Não têm "paciência" pra assistir uma boa produção ("Má educação", de Pedro Almodóvar, por exemplo), um filme introspectivo ("Moça do Brinco de Pérola", de Peter Webber, outro magnífico exemplo). Essa falta de paciência e sensibilidade esbarra no maior problema do mundo atual: a velocidade de informação! Cabe a nós, sensíveis pelo mundo das artes, despertar, ao menos em nosso meio, a curiosidade da descoberta por esse mundo onde o tempo está a nosso favor, onde um minuto pode até definir a vida de um personagem, mas venha cá, isso acontece de forma tão bem programada que esse um minuto se torna uma eternidade... e a impaciência, se quiser, por favor, que assente ao nosso lado e espere passar um desse eterno minuto por que o filme ainda está no "ar"... Marcelo, parabéns por continuar nos incitando a curiosidade pela sétima arte. E aos outros, paciência!
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10/5/2005 | | |
11h51min | |
| Ótimo, Marcelo. Apenas uma ressalva: se "ela" achou o pior filme da vida dela um filme que agradou a você, a conclusão não poderia ser que ela viu poucos filmes na vida, mas sim que ela viu excelentes filmes na vida, a ponto de um bom filme ser o pior... Valeu! André.
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10/5/2005 | | |
16h53min | |
| Se é consolo saber, Marcelo, não é só nos domínios do cinema que falta paciência. Já experimentou ler as críticas de teatro nos jornais? A distância entre o crítico e o público é cada vez maior porque a distância entre o homem e a arte é muito grande. O papel do crítico é atuar como uma ponte entre a obra e o público, oferecendo referências para a fruição sem invadir o espaço opinativo do leitor. Mas como ser ponte, quando não há o que ligar? O artista fala uma língua diferente do chamado "homem médio".
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11/5/2005 | | |
15h48min | |
| Talvez, uma resposta seja que todos querem mesmo é o familiar. E da mesma maneira imaginam o papel do crítico como sendo o do colega que vai receitar algo familiar. O crítico também tem um segundo papel neste tipo de pensamento: o homem que será o objeto de tudo que achamos ridículo e discordamos... Afinal, nada melhor do que ter um nome associado a coisas que não queremos saber, entender ou discutir.
Alie isso a boa quantidade de críticos que agem como torcida em arquibancada, e você tem uma plausível receita para explicar o que está acontecendo...
Duas questões tostines: Se os críticos são tão irrelevantes porque as pessoas ainda os leem antes ou depois de ir ao cinema? E o pior, porque alguém deixaria de ir ou iria a um filme devido a opinião de um único indivíduo, mesmo que seja mais qualificado? Acho que para você desenvolver seu próprio gosto, tem que assistir muitas coisas diferentes, e no processo quem sabe descobre como apreciar um filme... Viajando um pouco, acho que é o mal dos dias de hoje: tudo tem que ser perfeito, não basta apreciar o que cada coisa oferece de bom....
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11/5/2005 | | |
21h13min | |
| A verdade é que a paciência deve vir dos dois lados. Mas, se há uma diferença tão grande entre o mundo do crítico e o do leitor, por que as críticas cinematográficas ainda são lidas? O crítico deve "pensar como público" para atingir o leitor? O fato é que quem questiona as opiniões dos críticos é porque lê, e lê porque gosta, porque precisa desse "adendo do filme", por mais que discorde dele. O leitor precisa saber alguma coisa para escolher que filme quer ver. Não que todos os críticos sejam bons, mas depois desse seu texto (escelente, aliás), verei com outros olhos as críticas publicadas nos jornais. Parabéns.
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12/9/2005 | | |
01h32min | |
| Caro, Marcelo, nesta noite por exemplo sem querer me deparei com dois excelentes textos sobre cinema e apreciação estética ao som do Charles Mingus, será que sou um erudito...? Seu texto é perfeito nas considerações secundárias, porém, penso que a questão vem do inicio, quando o moleque não tem nenhum incentivo a uma verdadeira apreciação estética... a sua angústia ao que me parece é que a tese de Walter Benjamim tenha se confirmado, o trabalhador sai do trabalho e vai ver um filme, ele quer ver as bundas e tiros e pronto, entretenimento puro e simples... penso humildemente que é uma questão de educação e curiosidade despertada, no mais, o lance é que o ser humano é descendente direto da girafa. Penso também que é uma questão de embrutecimento do corpo, só respondem aos mesmos estimulos... Excelente texto esse seu.
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15/2/2006 | | |
14h59min | |
| Adorei seu texto mas preciso dizer duas coisas: o talento dramático de Nicole Kidman é comparável ao de um espinafre, mas ela é linda e, nesse filme, está muito bonita; Reencarnação é um dos piores filmes que eu já assisti na vida (e nem é pelo tema - embora devam existir ao menos uma dúzia de filmes sobre o mesmo tema infinitamente superiores). Mas todo filme tem alguma coisa pra dizer para alguém. Você gostou do filme porque o filme te disse alguma coisa. Agora, Elefante é um filme de primeira grandeza. Está na minha lista dos 10 melhores de todos os tempos. Para completar: sim, a televisão nos deixou todos burros demais. Não assisto TV há mais de dez anos e nem sinto falta.
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10/5/2006 | | |
01h30min | |
| Vim ao digestivo cultural meio que sem querer, procurando o nome de algo no google que nem sei ao certo o que foi. Acho que foi o último (muito bom) filme do Spike Lee. Li a matéria sobre ele e acabei indo até ao seu texto incrível sobre a falta de paciencia no cinema, isso que durante tempos me angustiou. Discutia assim como voce com um amigo, dia desses, sobre isso, ele le pouco sobre cinema e me achou arrogante enquanto eu defendia o que era sacar ou nao Encontros e Desencontros da Sofia Coppola. Talvez eu tenha realmente sido, talvez porque eu seja meio leoa em relacao a obras de arte que me tocam de alguma forma. (Continua...)
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10/5/2006 | | |
01h32min | |
| Li teu texto e estou meio que de alma lavada. sendo que no mesmo texto voce falou de filmes belíssimos como O Quarto do Filho. Na verdade percebi que o que voce fez foi uma defesa do cinema em virtude dos roteiros filmados que se espalham pelos movieplex do país. Quando eu digo cinema voce deve saber, aquele da imagem carregada de significado... aquele da imagem. Veja só, acho que estou falando demais, porque sinceramente, esse tema que voce abordou é uma das minhas maiores angústias nesses meus 19 anos de vida. Reflexões sobre cinema, a sua não obviedade... Em outra conversa, discutia com outro amigo sobre o filme O filho, dos irmãos Dardenne (grandes artesãos do cinema), ele me questionava o que eu via naquela chatisse, ou complexidade... eu só conseguia pensar que o que me toca tanto nesse filme, como no já citado da Sofia Coppola, é a forma inacreditalvelmente simples de se fazer uma arte honesta. Quando menos é mais. Quando se fala pouco. Falta paciencia sim, voce tem razão. (Segue...)
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10/5/2006 | | |
01h34min | |
| (Conclusão...) Criou-se uma necessidade no grande público de que cinema há de ser veloz, creio que na velocidade do capitalismo, pode ser... penso em um monte de coisas sobre isso, penso em um Tarantino frenético que no seu volume dois consegue ainda ser honesto. Acho que o segredo está na honestidade. Deve ser isso... Acredito que os pensamentos sobre isso continuam a me perseguir. Mas, depois do teu texto, tenho boas repostas a dar em discussões. Um abraço!
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