O difícil diálogo | Guilherme Conte | Digestivo Cultural

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Terça-feira, 19/7/2005
O difícil diálogo
Guilherme Conte
+ de 5200 Acessos
+ 2 Comentário(s)

"Medir as distâncias que separam os seres humanos" - essa é uma boa síntese para o fio condutor do espetáculo Paisagem e Silêncio, do dramaturgo inglês Harold Pinter, em cartaz no auditório da Cultura Inglesa de Higienópolis. O grande objeto em cena: as relações humanas. Sob direção de Denise Weinberg e Alexandre Tenório, tem no elenco Rennata Airoldi, Charles Geraldi e Sérgio Carrera.

São três peças curtas: Silêncio, um entrecortado jogo de memórias que se chocam; Noite, uma inquieta tentativa de construção de um passado comum; e Paisagem, o ápice da distância entre um casal: não um diálogo, mas dois monólogos concomitantes. Por mais próximos que os personagens estejam no palco, há abismos entre eles.

Pinter (nascido em 1930) é, para muitos, o dramaturgo mais importante do século XX. Sua obra toca em uma ferida própria da condição humana: a dificuldade de conversar, de estabelecer um diálogo. Fez bastante barulho na década de 60, em meio à revolução sexual.

As peças são um retrato duro e frio da solidão. Os diálogos são cortantes. Um teatro que incomoda, força a reflexão. A montagem prima pela simplicidade e pela economia - necessárias em se tratando de Pinter. Um reflexo de seu texto, sem excessos, sem palavras sobrando.

É de se comemorar que montagens de dramaturgos como ele ganhem espaço. No Rio, Cinzas a Cinzas e Uma espécie de Alaska, sob a batuta de Ítalo Rossi, estão em cartaz no SESC Copacabana (vale conferir "Autoridade cênica", matéria na Bravo! deste mês). Em meio à profusão de peças marcadamente imagéticas, com shows de luzes e fumaça, Paisagem e Silêncio se sustenta pela palavra. O verdadeiro astro é o texto. É teatro, sem fingir que é cinema.

Dois pontos a se destacar: a tradução de Tenório, que convence e flui naturalmente, sem dificuldades; e o senso de precisão e apuro técnico dos atores, principalmente em "Paisagem".

Não dá muita vontade de comer pizza depois.

A seguir, uma conversa com os diretores Denise Weinberg e Alexandre Tenório:

Eu gostaria que vocês comentassem a escolha das peças, como nasceu a idéia da montagem...

Denise - Eu e o Alexandre somos meio "pintermaníacos". Desde o ano 2000, quando estava em cartaz com Lágrimas amargas de Pietra von Kant, como atriz, e dava uma oficina de Pinter e realismo contemporâneo, venho estudando isso. Ano passado apareceu o Alexandre, que traduziu quase todas as peças do Pinter. Para minha surpresa e alegria, juntamos as forças e começamos a estudá-lo juntos. O Charles Geraldi (um dos atores) tinha feito várias oficinas comigo. Ele me telefonou perguntando se eu não queria dirigir um Pinter. Eu disse que a princípio ficava assustada, porque era só uma estudiosa, mas que toparia se o Alexandre fizesse comigo, pois sabia que ele manjava muito do assunto. Aí eu passei a bola para ele, pegamos essas três peças, chamei o Sérgio Carrera, que já tinha trabalhado comigo (originalmente eram só o Charles e a Rennata), e foi por aí.

Qual é a importância de se montar Pinter hoje? Ele é um autor que esteve muito em voga, sobretudo nos anos 60, e de quem praticamente não se ouve falar hoje em dia.

Denise - Pois é, o que é lamentável! Eu acho que nos últimos 20 anos estamos vivendo uma indigência cultural absurda. Tenho muita pena dos jovens. Existem pessoas formadas em Artes Cênicas que nunca ouviram falar em Harold Pinter. E ele é considerado o maior dramaturgo do século XX! Isso é uma loucura! É muito grave. Mas não vamos falar em cultura nesse país porque senão vamos chorar... Acho que antes de qualquer avaliação sobre esse trabalho é importante montá-lo, principalmente essa fase do Pinter. Não é um texto cartesiano como Volta ao lar ou Traições, com início, meio e fim. São textos dos anos 60, ácido lisérgico, Londres bombando com os Beatles, nós aqui com a ditadura. Eles não têm história, mas no fundo têm história sim. A história da incomunicabilidade. O Pinter já falava isso nos anos 60, e hoje continuamos falando a mesma coisa. Acho que até piorou. Ele vaticinou uma época em que as relações, principalmente conjugais, estavam em decadência. Não tinham mais memória em comum - é o caso de Noite. O auge está em Paisagem, em que a relação está completamente destroçada e eles simplesmente se aturam, sem um falar com o outro. Quantos casais você vê em que aconteceu isso! Então acho que é de uma importância cultural, no panorama teatral paulista e brasileiro, fundamental. Eu fico pasma de nunca ninguém montar Pinter. Ele tem coisas fantásticas, e ninguém monta. Acho que é porque é difícil pra burro. A interpretação é de uma dificuldade ímpar, porque exige um virtuosismo, uma vivência absurda.

Alexandre - Na Inglaterra, essas peças são comerciais, batidas, do tipo de coisa que se faz no West End! Tem um publicão, são clássicos, todo mundo já viu, lota teatros de 500 lugares, todos rindo muito. Acho interessante que outras pessoas possam conhecer um mínimo desse outro universo. É uma dramaturgia da qual as pessoas saem e dizem "nossa, que difícil!". Poxa vida, passaram 40 anos e ainda está difícil entender! Tem alguma coisa errada...

O público está pronto para ele?

Denise - Não, não... Dá pena... As pessoas saem de peças fáceis sem entender nada. Essa é a lobotomia cultural. É a pior ditadura que já vivemos no Brasil, a ditadura cultural. É uma lavagem cerebral, as pessoas só entendem novelinha, historinhas com começo, meio e fim, cartesianas. E isso é a pior coisa que pode acontecer com um povo: perder o raciocínio, perder a cultura. As pessoas não têm mais abstração, ou é preto ou é branco. "Mas como assim, não tem fim? Como uma coisa pode não ter fim?" É o mundo contemporâneo. Nós temos que levantar o nível, não dá para ficar fazendo comedinha para as pessoas comerem pizza depois. Teatro sempre foi uma arma de reflexão, eu me sinto quase em uma guerrilha de resistência. Não é possível que as pessoas só saiam para ver Sai de baixo! Tem lugar para Sai de baixo, mas tem lugar para musical, bom experimental, para clássico. São Paulo é uma metrópole tipo Nova York, temos 120 peças em cartaz! E tem público para tudo. Esse preconceito é o que temos que combater com trabalho de formiga. Você pode até não gostar, mas tem que saber que existe, para saber escolher. Temos que mudar a educação. Aí você ouve "não gosto de ópera". Já foi? Não! Como? Então existe uma lavagem cerebral, uma globalização, literalmente, do medíocre, do ruim, da violência, do preconceito. Tem mídia para a trambulhada, para coisa boa não tem. Vamos acordar! É uma guerrilha mesmo.

Pinter é um autor que valoriza o teatro da palavra, é muito ligado ao texto, os cenários são extremamente simples e limpos. Qual é a principal dificuldade para o ator que interpreta Pinter? É falar?

Denise - Exatamente. A dificuldade toda está em falar o texto. A palavra é cada vez menos usada. Mesmo assim, se você pegar os textos contemporâneos, como é o caso do Ian Foss, a palavra é muito importante. O vocabulário é paupérrimo, mas ele é todo construtivo, tudo faz sentido. É tudo muito pensado, ele não escreve como eu vejo algumas pessoas escrevendo, contando historinhas. Teatro não é contar uma historinha, não. Não é novela. Teatro é uma outra coisa! Exige uma reflexão, uma brincadeira com a palavra, um aprofundamento da prosódia, de saber falar. O Pinter usa e abusa dessa sintonia, e os atores não estão preparados para isso. A formação dos nossos atores nas escolas de São Paulo é execrável. As pessoas saem sem nunca ter feito um realismo na vida, sem nunca ter construído um papel, um personagem. Como é que vai desconstruir?

Alexandre - Nas escolas não se faz nem exercícios de vocalização, de como articular uma frase. É impressionante. O Pinter exige uma rapidez de articulação para a qual o equipamento do ator jamais pensou em ser treinado.

Denise - É o que eu estava dizendo para os atores agora mesmo. Não dá para fazer Pinter às quartas e quintas. Pinter é algo que se estuda o tempo todo, a vida inteira! Tem que cantar, ouvir muita música, para testar as possibilidades vocais. Não se trabalha voz. Se trabalha muita respiração, desconstruir... isso é bobagem, engodo, é besteira. Tem que saber falar, fazer Molière, Shakespeare. Você pega um ator inglês, com 14 anos ele já fez cinco Shakespeares. Aqui, fazem Nelson Rodrigues e lambem os beiços. E mesmo assim, mal, porque não sabem falar.

E a tradução, como foi? Você já mexe com Pinter há algum tempo...

Alexandre - Eu comecei a traduzir o Pinter bem cedo. Essas peças sempre me fascinaram muito, e chegou uma hora em que pensei "pronto, não dá mais para viver sem traduzir essas peças". As peças dele, à primeira vista, têm algo de lírico, são quase construções poéticas mesmo. Mas você tem que perceber que não é assim, que elas têm uma concretude poética de fala dita que não é nada poética. Procurei não ir pelo lado lírico da história, embora seja altamente elaborada no sentido da música. Mas é uma música mais desconstruída, concreta, e menos romântica, talvez.

Essas peças têm muitas armadilhas para o tradutor?

Alexandre - Muitas... Há um momento em que ele descreve a feitura da cerveja (em Paisagem) que é uma característica marcante do Pinter. Quase todo texto dele tem um momento em que ele traz detalhes de quem conhece o ofício. Ele descreve a feitura da cerveja, um processo que nem se faz no Brasil. Eu tive que entrar mais em contato com a questão sonora, achar referências sonoras daquele universo todo de se fazer cerveja dentro da gente, mas que não fosse muito característico nosso, porque afinal de contas não é nosso. Toda peça tem uma grande armadilha, mas o interessante é que é decifrável. Dá para fazer um meio-termo, achar um correspondente e não ficar muito aportuguesado, abrasileirado. Dá para manter uma certa distância. Isso é fascinante. Traduzir, para mim, é fazer boas opções.

E como é estar na direção, depois de tanto tempo como atriz?

Denise - Para mim, a direção foi uma conseqüência, algo natural. Eu nunca pensei em dirigir, e te confesso que gosto mais de atuar. Apesar de eu adorar tudo em teatro, meu prazer é na atuação, até porque é no que tenho mais domínio, é pelo que me encantei. Mas a direção é muito legal por um outro lado, um lado humano, você cresce muito. A tua compreensão do ser humano vai longe. Você sai do eguinho do ator e vê como é que é do outro lado. Acho que, dirigindo, me torno melhor atriz.

Para ir além
Paisagem e Silêncio - Cultura Inglesa - Higienópolis (auditório) - Av. Higienópolis, 449 - Quarta e quinta, 21h, R$ 15,00. Até 1º/09.
www.haroldpinter.org.


Guilherme Conte
São Paulo, 19/7/2005

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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
20/7/2005
14h13min
Peça, texto, entrevista - tudo ótimo.
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14/8/2005
06h57min
Atualizar é preciso, viver não é preciso...
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