COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
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11/4/2006 | | |
17h29min | |
| Já conversamos muito sobre isso, mas... Você tem razão quando diz que um leitor não vai deixar de ler Harry Potter para ler Proust. Por outro lado, um leitor de Harry Potter jamais vai ser capaz de, um dia, ler Proust. O problema, meu caro, é mais embaixo. Você foca seu texto nos jovens, mas a relação com a literatura é algo que, na juventude, precisa estar formada já. Sugiro que você leia as coletâneas Contos e Poemas para Crianças Extremamente Inteligentes de Todas as Idades, de Harold Bloom. São textos infantis. Depois compara com a saga superficial, bobinha mesmo, do Potter. Só uma coisinha, Lematta: você escreveu sobre Belíssima?! Belíssima?! Bem, neste caso, acho que entendo seu argumento... Abs forte.
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13/4/2006 | | |
07h50min | |
| Prezado Luis. Vc tem toda razão. Depoimento: quando adolescente, lia Agatha Christie e Mme. Delly. Na falta do que ler, ia de Julia e Sabrina, mesmo, ou qualquer pulp fiction. Isso não me impediu de chegar a Joyce ou Mann, Balzac ou Dostoiévski, Calvino e Goethe, paralelamente ou logo que tive maturidade para tais obras. Sou da opinião de que não dá pra saber o que é bom se não se experimenta o ruim... Há época e momento pra tudo. Detalhe: ao lado da Odisseia de Homero, excelente trad. de Manuel Odorico Mendes que estou relendo com muito prazer em virtude de um trabalho, está o último volume de Harry Potter. E eles não me parecem estar brigando entre si. A proposito deste assunto, tenho um artigo que foi publicado em 2003 no jornal Zero Hora, aqui do RS. abraço
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13/4/2006 | | |
09h35min | |
| Luis Eduardo, muito bom o seu artigo e devo concordar com o seu ponto de vista. A posição daqueles que condenam livros como Harry Potter é preconceituosa e preciosista. É ruim de acreditar que qualquer um desses verdugos de J.K. Howling tenham começado, na infância ou adolescência, pelos chamados clássicos. Creio que todos nós já lemos algo denominado sub-literatura, o que não é de forma nenhuma motivo de vergonha nem perda de tempo. Até para se saber o que não ler, ou para se descobrir do que se gosta, é necessário ler uma cota de porcarias. Acho mais prejudicial uma criança ou adolescente passar tempo em frente à televisão assistindo aos programas idiotas da MTV do que lendo qualquer coisa. Não obstante, há que se reconhecer que mesmo chamado por alguns de "bobinha e superficial", a história de Harry Potter tem seu mérito e por algum motivo é objeto de paixão e até de idolatria de crianças, adolescentes e até adultos. Os críticos ferrenhos não devem saber disso... afinal, não leram.
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17/4/2006 | | |
10h12min | |
| Será que estamos discutindo se uma criança de sete anos teria que ler Proust, Joyce ou Goethe? O que há de errado com o clichê, se ele permitir que uma criança de sete anos como o meu filho tenha devorado todos os seis livros do Harry Potter, enquanto vários colegas da segunda série se recusam a abrir livros de 15 páginas? Atualmente, ele devora a série Deltora e já têm Ruth Rocha e outros autores nacionais na fila. Ele joga vídeo-game, assiste TV, contudo gasta um tempo duplamente maior em frente aos livros, por vontade própria. Será que não é isso que buscamos? Isso é clichê? Eu leio Ruth Rocha tanto quanto Machado de Assis. Eu leio Harry Potter e também Gabriel Garcia Márquez. E será que sou uma ignorante por gostar de Sidney Sheldon e saber apreciar Guimarães Rosa ou Saramago? E não acho porcaria Harry Potter, pois é tão conto de fadas como qualquer um dos clássicos antigos, com a diferença de que estimula a intertextualidade de uma forma muito sutil.
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18/4/2006 | | |
09h16min | |
| Neste país, o "leitor" é mesmo um "pobre coitado", afinal a maioria não tem sequer dinheiro para comprar um livro e, quando tem, não tem sequer o direito de escolher o que ler(!), pois corre o risco de ser taxado de daltônico, ignorante ou coisas ainda piores. Concordo plenamente que a leitura não pode conter nenhum "ritual específico", afinal ler é "simplesmente" um ato de prazer que independe de normas ou qualquer coisa do tipo (Graças a Deus!). Mas sou obrigada a concordar com o Paulo Polzonoff Jr. quando ele diz que "o problema, meu caro, é mais embaixo", pois a questão aqui não é o que o jovem "lê" mas o que o jovem "não lê", afinal esse é um país de "não-leitores", e vamos continuar assim enquanto o leitor não for respeitado. Aliás, nem sequer adianta discutir quem é pior ou melhor com alguém que não lê, não é mesmo? Vamos então nos preocupar primeiro em formar leitores, para então cairmos nessa discussão tola e inútil do pior ou do melhor (escritor).
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13/5/2006 | | |
02h32min | |
| Aprecio sua coragem quando expõe suas opiniões isentas de preconceito e sem se importar com o que é ou não politicamente correto do momento. Quem lê Proust talvez não tenha leveza e bom humor suficientes para ler Harry Potter mas quem lê HP pode ler Proust. Eu li os dois. Feliz é o ser humano que consegue ser versátil para encontrar e apreciar o lado bom das coisas. Creio que o contrário de ser versátil é ser engessado. Não importa o que o jovem vai ler, importa que ele abra um livro e leia. Ao ler ele penetra no mundo mágico da leitura e dificilmente se libertará dele. Um dia fará suas escolhas entre as leituras... melhor do que fazê-las fora delas.
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9/2/2007 | | |
01h45min | |
| A bem da verdade não podemos ignorar o trabalho dos críticos literários. O grande problema de livros como Harry Potter, Eragon e As Crônicas de Nárnia são, de fato, o apelo mercadológico em detrimento de uma profundidade. É fácil criar um best-seller como ele e ganhar rios de dinheiro. Difícil é fazer algo que dure anos, séculos. Mas não condeno. Essa literatura ajuda as editoras a se manterem e a publicarem conteúdo de verdade. O que eu penso é que nossa cultura hoje carece de uma formação mais crítica do leitor, que simplesmente se acomoda em literatura fácil.
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11/2/2007 | | |
17h02min | |
| A classificação do leitor é pura soberba, uma arrogância dos que comparam seus atributos com os dos outros. Cada idade ou vivência revela um apetite próprio e ao comparar o princípio da trajetória de um leitor com as escolhas de um leitor experimentado, nada vejo além de preconceito e superestima entre conteúdos. A crítica literária deve servir como uma bússola para a orientação do leitor que necessite de uma informação confiável sobre determinada obra; mas não substitui de forma alguma o senso crítico que cada leitor busca desenvolver. Citar textualmente Harold Bloom não é pecado, mas não se dar conta das suas críticas sectárias é ingenuidade. Qualquer literatura forma o leitor. A sub-literatura de hoje será a energia para a próxima corrente literária, por adesão ou conflito. Outdoor, bula de remédio, até logomarca é capaz de iniciar um leitor, e nem toda a "boa" literatura do mundo é capaz de qualificar leitor sem senso crítico; afinal por que lemos? Boa literatura, para que serve?
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2/3/2007 | | |
09h30min | |
| Sou apaixonada por Harry Potter como meus 4 (QUATRO) filhos. Da existência dele surgiu o interesse dos meus filhos pela leitura, um deles ganhou prêmio de leitor na escola e o outro quis o Harry 5 até em inglês. Já faz muito tempo que não se publica nada que interesse a jovens e crianças desde os tão indicados nas escolas, "Coleção Vaga Lume"... Qualquer coisa tão gostosa como o Harry tem que ser aplaudida de pé, e mais: os clássicos são chatíssimos, adoro um best seller, sem medo de ser feliz ou de não me considerar culta.
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17/7/2007 | | |
16h50min | |
| Para que uma criança, jovem ou adulto, adquira o hábito de fazer algo, tanto a leitura quanto qualquer outra atividade, é necessário que a mesma esteja associada ao prazer. Tem que dar prazer! É dificílimo um jovem de 13 ou 15 anos ver prazer numa leitura como Machado de Assis, por exemplo. O importante é criar o hábito de leitura. Outra coisa importante é que os Clássicos não são pílulas da sabedoria e desenvolvimento cognitivo; algumas obras exigem maturidade do leitor, preparação! Li Kafka (tudo o que encontrei dele) quando tinha 17 anos e fiquei deprimido por muito tempo! Absorvi aquela visão de mundo, coisa que não consigo desvincular de mim mesmo até hoje. Machado de Assis, por exemplo, em sua fase realista consegue provar para o leitor que o mundo é ruim, a vida é ruim e as pessoas são ruins! Não há o que dizer, ele prova! Ele tem o dom da linguagem e da manipulação das evidências. Os puristas devem tomar cuidado...
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10/9/2007 | | |
13h53min | |
| Prezados leitores,
A questão não é se a saga de Harry Potter transformará, no futuro, jovens que só leram best-sallers. Qualquer livro tem o mérito e a intenção de aproximar os leitores da sua língua, tornando-os aptos a escreverem bons textos, a se comunicarem bem e etc, não importando se é um romance policial, um livro de literatura...(e se minhôes de jovens gostam da saga é porque realmente a história é boa).
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10/1/2008 | | |
20h59min | |
| Percebo é que existe muito preconceito contra este tipo de literatura, porém, dentro de minha casa, convivo com um menino de 11 anos que tem a coleção completa dos livros de Harry Potter. Lembrando que meu filho Vinicius começou a gostar de ler os gibis de Mauricio de Souza e hoje lê mais de 700 páginas de aventuras, pois já li os livros de Harry, indicados pelo Vinicius. Ele se expressa muito bem, tem desenvoltura de linguagem e dá show quando explica alguma situação dos livros que lê com palavras que nem eu mesma conheço. Se ler Harry Potter não é bom, então o que é???
Esta literatura forçada pelos professores é desinteressante e sem graça prá eles. E confesso que até pra mim, que faço Letras e adoro ler...
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11/8/2009 | | |
23h29min | |
| Vamos ler "Harry Potter", "Senhor dos anéis", "Crônicas de Nárnia", vamos assistir "Transformers", "A era do gelo", "Homem-aranha". Vamos ficar cada vez mais infantilizados...
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