Falar sobre os novos escritores é uma das ocupações prediletas de muitos jornalistas e críticos de literatura. É um assunto "quente". Eu, particularmente, não acredito que tenha algo de muito significativo para dizer a vocês, leitores, mesmo porque entendo que essa é uma das discussões mais tolas em que eu possa eventualmente me meter. Tolas, sim!, primeiro, porque é necessário tomar partido entre as duas opções possíveis (apóia-los ou rejeitá-los) e, também, porque segundo meu humilde e singelo ponto de vista interiorano, escritores novos são lendas urbanas, assim como saci-pererê, ET de Varginha e harmonia em algum funk carioca. Alguns desocupados é que insistem neste assunto...
Apoiar novos escritores significa dizer que é necessário admitir que existam novas pessoas que escrevem bem no cenário literário a ser considerado. Então, se existem, onde estão? Cadê as editoras que os publica? Cadê seus textos nos jornais, nas revistas. Não existem. Cadê seus nomes nas bocas dos bibliotecários? Sei não. Se algum novo escritor publica, podem acreditar, provavelmente ele já é do "meio" editorial, conhece algum escritor, tem algum parente lá, namora alguma editora, trabalha com alguém que conhece alguém lá, enfim, essas relações oligárquicas. Ok, não deixam de ser "novos" escritores, afinal, são debutantes, mas, todavia, não se constituem na nova literatura... Os novos escritores, que eu imagino, não chegam as livrarias, nem são recebidos nos corredores editoriais, e, portanto, infelizmente não os considero escritores. É triste isso, mas é verdade. Se o sujeito escreve divinamente no seu blog, ele é um blogueiro, jamais um escritor. Escritor implica, até o presente momento, em ter um papel impresso com seu nome na capa. Blogueiro não tem isso. É possível que em 10 anos esse cenário se altere e tal conceito se torne ultrapassado, porém, hoje é assim que tudo funciona. Escrever em um blog qualquer pessoa com acesso a internet pode fazê-lo, de modo que ter um blog não caracteriza nenhuma habilidade literária ou intelectual. Isso, geralmente, descaracteriza o escritor. O escritor modelo, o tradicional, aquele que se imagina, é um sujeito que escreve melhor do que as demais pessoas, e, por isso, as editoras fazem propostas para que ele publique seus livros. Conheço pessoas descobertas nos seus blogs, mas estes são muito raros. Escritores de web, infelizmente, ainda não são escritores. E, como é lá que estão os novos confeccionadores de textos, não temos, então, novos escritores. Temos novos bloqueiros. Bons blogueiros, é verdade, mas só isso.
Rejeitar novos escritores significa dizer que os clássicos e consagrados são tão bons e tão superiores que os novos escritores devem ser negligenciados em favor daqueles. Muita gente - muita mesmo - pensa assim. Pessoas cultas, sábias, grandes intelectuais, formadores de opinião, etc., não é qualquer tonto por aí que diz isso. Parece-me, ainda assim, uma visão tão boba que eu acredito até que não tenha entendido direito o conceito. Em qualquer modalidade de trabalho intelectual humano, incluindo as artes, a todo momento surgem novas pessoas talentosas. É claro, existem os gênios, que escreveram há centenas de anos e ainda são sensações, mas, se não viesse nada de bom depois deles, é como dizer que o ser humano estagnou, que não pode mais se superar, produzir nada, que o que fizemos já foi o nosso melhor, o que, evidentemente, não é a realidade. Sempre haverá novos bons escritores surgindo (sempre haverá novos "tudo" surgindo). É possível, até, que grandes escritores que marcarão época estejam nesse exato momento começando a escrever, e ignora-los é uma tolice sem tamanho. Com sorte, um dia eles publicarão...
Bom, dito isso, só nos resta mesmo os novos blogueiros. Estes, embora talentosos, têm pelo menos uma das características dos tradicionais escritores, a arrogância. Os grandes blogueiros que eu conheço são tão metidos que até parecem que são editados em papel, que vendem milhões de exemplares, que são respeitados e até conhecidos. Responsáveis por isso somos nós mesmos, aliás. Ficamos paparicando tanto estes caras, dizendo que eles são a nova literatura brasileira, que não precisam de editoras, que são acima do bem e do mal, que eles se sentem assim mesmo. Nós não precisamos de editoras!, somos bons demais para elas. Prefiro ficar aqui com meu blog e minha "liberdade de criação" Liberdade de criação?!, tá bom...
Dentre os que publicam - aqueles que conhecem alguém nas editoras - temos uma safra interessante também. E estes também têm uma característica interessante, são grandes escritores superficiais. Apontem-me, por gentileza, um único escritor novo que vai fundo na alma, que cutuca a ferida, que machuca, que conhece o coração e a mente humana. Nunca vi nenhum. Os novos escritores impressos só se preocupam em escrever sobre sexo, em usar palavras da internet, em incorporar modernismos nos seus textos, em serem atuais. Os novos escritores são tão atuais que esquecem de mergulhar nos problemas humanos. Limitam-se a serem bons escritores de histórias de passatempo, não aquelas que vão te perseguir por muitos anos. Limitam-se a escrever sobre o mundo fútil e sobre as relações humanas fúteis que os dias atuais produzem? Cadê um novo escritor que vai me fazer chorar ao invés de escrever sobre sexo virtual?
Mas, como não gosto nem de paparicar e nem de descer o cacete nos novos escritores, eu não tenho nada de útil a acrescentar a este assunto. Além do mais, como eu leio livros, primeiramente, por puro prazer, não me importa se o autor é novo, velho ou indefinido. O que me interessa é o que ele tem pra me contar. Quando, concluindo, quero ler algo mais ousado do ponto de vista literário, quando quero me sentir mais vivo, sentir que tem mais gente insana nesse mundo, visito blogs. Quando quero um pouco da literatura "feijão com arroz" (mas sem tempero), que é a nossa literatura atual, compro os novos editados. E, antes que eu consiga esquecer os nomes desses novos escritores sensacionais, alguém aparece com esse assunto, pra encher lingüiça, claro, e impressionar os menos avisados.
Já acabei, mas, só uma pergunta: novos escritores podem ser pessoas falecidas 200 anos atrás mas que só agora foram descobertos? Ou "os novos" é somente a nova geração? Mas 200 anos atrás não existiam blogs... Puxa, que diabo são "novos escritores", hein? Eu percebi que não tenho a mínima idéia do que eu estou falando...
COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
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24/5/2006 | | |
13h29min | |
| "Apoiar novos escritores significa dizer que é necessário admitir que existam novas pessoas que escrevem bem no cenário literário a ser considerado. Então, se existem, onde estão? Cadê as editoras que os publica? Cadê seus textos nos jornais, nas revistas. Não existem. Cadê seus nomes nas bocas dos bibliotecários? Sei não." Será que não existem mesmo, Marcelo? Ou será que por algum motivo que me foge à compreensão a grande maioria dos críticos não deseja admitir que existem "sim" "pessoas que escrevem bem no cenário literário"? Sei lá, quando leio alguns textos como o seu e de alguns outros colunistas desse "Especial Autores Novos", penso que não vale a pena continuar esse ofício tão complexo e sofrido. Mas ser escritor/autor não é bem uma opção, é uma SINA. Portanto, resisto, persisto, apesar dos pesares.
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24/5/2006 | | |
19h24min | |
| Eu concordo que você não "tenha algo muito significativo para dizer".
| | [Leia outros Comentários de Rina] |
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25/5/2006 | | |
12h54min | |
| Bravo, Marcelo! Bom quando alguém expõe... exatamente o que pensamos. O pior mesmo é ver os "novos autores" discutindo suas experiências do "Orkut". Não merecemos isso...
| | [Leia outros Comentários de Eve] |
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25/5/2006 | | |
22h44min | |
| Enquanto lia seu texto tive a idéia de comentar sobre o escritor Rodrigo M.F. de Andrade, que lançou apenas um livro em 1936, de contos, chamado "Velórios". Jamais teve grande repercussão, a não ser entre alguns intelectuais, a exemplo de Mário de Andrade, Sérgio Buarque de Holanda, Manuel Bandeira, Antônio Candido. Não fosse a CosacNaify reeditar o livro em 2004, e meu professor - também escritor - Mayrant Gallo me recomendar o volume de contos, jamais teria conhecimento de Rodrigo M.F. de Andrade. Para mim ele é um novo escritor. E para você? Nesse caso, cada um tem sua opinião própria, não há e nem pode haver uma verdade absoluta. Se houvesse, não teria graça nenhuma. Outra coisa que gostaria de comentar a respeito do artigo: nenhum escritor conhece o coração e/ou a mente humana. Justamente por não ter respostas, é que escrevem. Estão em busca delas, e nunca as encontram. Ao menos é assim que penso. E se houvesse vivalma que tivesse tal conhecimento...
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25/5/2006 | | |
22h58min | |
| (continuando Rodrigo M.F. de Andrade...) E se houvesse vivalma que tivesse tal conhecimento, a humanidade seria escrava de tal criatura. Não podemos cobrar isso dos escritores. E outra coisa: existem tantos novos autores, que não dá pra generalizar. Existem muito bons novos autores. Mas você pode estar lendo os não tão bons assim... Abraços!
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31/5/2006 | | |
16h44min | |
| Tem razão o Marcelo, blogueiro não é escritor. Onde estão os escritores? Acho que estão escrevendo em seus blogs (ou em sites de contos e poesias, no meu caso) ou sendo recusados em editoras pois NO BRASIL LIVRO NÃO VENDE, então, para quê se dar ao trabalho? Realmente prefiro recolher-me à minha insignificância e poder escrever o que quero em meu site e, se um dia a idéia de ser um escritor não seja apenas a de ter livros publicados, quem sabe não me reconhecem como alguém que participou de uma nova geração. Por fim, acho que o autor deste antipático mas real artigo errou ao dizer que bons escritores não escrevem sobre futilidades, afinal, os maiores e melhores que conheço trataram apenas disso em suas obras, como Bukowski, Sabino e Sônia Coutinho. Ah, não os considera grandes? Bem, azar o seu. Não considero, tb., que eu seja metido, embora critique autores de papel, de computador e até no iorGut.
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31/5/2006 | | |
21h44min | |
| Não vou deixar de existir apesar de sua opinião, tenho dois livros publicados, e existe toda uma efervecência literária fora e dentro da internet. Só uma pessoa com uma visão puramente midiática como fonte de informação pode pensar assim. Aliás sou do interior e penso universalmente, não provincianamente.
Não vou deixar de existir se você não acrtedita em mim. (Acredite: sacis existem, sim, porque minha vó disse pra mim.)
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1/6/2006 | | |
16h44min | |
| "A única maneira de suportar a existência é refugiar-se na literatura como numa orgia perpétua." (Flaubert)
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3/6/2006 | | |
13h31min | |
| Oi Marcelo, gostei do seu texto, mas me permita opinar. Se quem publica em blog é blogueiro e não escritor, então quem publica em livro, é livreiro? Ou seria ácaro? É uma idéia simplista, descartável como qualquer cascalho pós-moderno. Penso que é pueril demais preocupar-se com esses rótulos. Escrever ainda é uma incógnita. E, saiba, a maioria dos chamados "escritores novos", beiram aos 50. Alguns desses "novos", já morreram. Por isso nem importa mais se são novos. Reduzir o conceito de escritor ao crivo de uma grande editora é uma apologia a mediocridade de Paulo Coelho. Nos tempos de Gregório de Mattos, existia uma Academia Brasiliana dos Esquecidos. Ainda tem muito escritor novo filiado a ela. A coisa não é tão simples assim. Se passar no crivo de uma editora (comendo alguém ou dando) é critério para se considerar alguém escritor, você me dirá que Lair Ribeiro é um escritor. Aí, definitivamente, fico de mal com você. Um grande abraço! Lau
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4/6/2006 | | |
17h46min | |
| Sr. Marcelo Maroldi: sua "dissertação" sobre os rumos da literatura atual, e seus novos expoentes, é uma afronta a todos que escrevem e sonham um dia ser lidos por alguem, seja onde for. Contudo, em algo o Sr. tem razão: somente com algum tipo de "proteção" pode-se publicar algo neste pais. Carlili
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4/6/2006 | | |
21h40min | |
| Uma coisa é criticar o texto do Maroldi com contra-argumentos consistentes, baseados em algo. Outra coisa é criticar o Marcelo Maroldi pessoa, sem nem ao menos conhecê-lo ou saber de sua vida. Eu não o conheço, não sei da vida dele e, quando critiquei, critiquei o texto. Se querem fazer críticas, façam críticas às palavras, e com bons argumentos. Não vale insultar o "cara" que escreveu o texto. Pega mal.
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4/6/2006 | | |
22h12min | |
| Não creio que o Marcelo Maroldi precise de bajuladores e muito menos de "advogados" para defendê-lo, mas não pude deixar de concordar com o Rafael. Uma coisa é criticar "um" texto, outra coisa é criticar a "pessoa" que escreveu. Eu também não conheço o Marcelo, e não concordo com o texto acima. Mas há textos maravilhosos dele que demonstra sua sensibilidade, sua habilidade como colunista deste site. Abraços.
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5/6/2006 | | |
18h24min | |
| Rafael e Janethe: realmente não compreendo como se pode dissociar o texto do autor. E não se trata de conhecer ou não... Quando leio algo, de imediato visualizo uma imagem física e emocional do autor, mesmo quando utiliza um pseudônimo. Quanto a defesa e bajuladores, estamos em um tipo de fórum, onde estas características se fazem necessárias para uma boa discussão. Abraços. Carlili
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8/6/2006 | | |
15h05min | |
| Carlili, se “bajular” ou “advogar” for algumas das características necessárias neste tipo de fórum, juro que eu preferia fazer o papel de “advogado do diabo”, afinal eu fui a primeira a criticar o texto em questão. Mas, droga, o que falar de uma criatura que ora me parece a sensibilidade em pessoa (veja os textos: "Dos amores possíveis" e "A educação atual de nossas crianças") e ora parece não enxergar um metro diante de seu nariz? A verdade é que o Marcelo Maroldi é uma incógnita, pois é capaz de nos fazer amá-lo por causa de alguns textos e detestá-lo por causa de outros. Creio que você chegará à mesma conclusão se ler os textos que mencionei. (Nota: Caríssimo Marcelo Maroldi, juro por Deus que esta é última vez que te defendo (rsrs). Caso contrário, vou ter cobrar por meus honorários.)
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11/6/2006 | | |
12h43min | |
| Texto excelente, muito bem escrito e bem objetivo. Concordo plenamente. Primeiro que, neste país, não é só na questão de editar livros, tudo funciona assim. Alguém que conhece (ou dorme) com alguém, tem a chance de: editar um livro, gravar um cd, lançar uma exposição ou um papel na televisão. Quantas atrizes já não tiveram que passar pelo famoso "teste do arquivo" para conseguir um papel na próxima novela? Raramente, em qualquer segmento da sociedade, as coisas funcionam de outro jeito. E o pior: as pessoas aceitam isso como modus operandi. E tem a questão das livrarias. As grandes livrias combram "jabá" para colocar o livro lançado em destaque na gôndola. Algo em torno de R$ 5.000,00, dizem por aí. Tal como as rádios fazem para executar uma musica de um novato. E tem o fato também de que muita gente que lê, e defende o lançamento de novos escritores, admite que não compra livros de novos escritores! Logo... Temos que admitir: o brasileiro é um bicho estranho.
| | [Leia outros Comentários de Phylos] |
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20/6/2006 | | |
00h40min | |
| Eu percebi que não tenho a mínima idéia do que eu estou falando... e concordo com tudo que você escreveu, poderia ficar te lendo infinitamente. Ah! quando descobrir estes "tais" novos escritores, não esquece de me avisar, ok? Abraço.
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25/6/2006 | | |
07h29min | |
| Fiquei muito triste ao ler este texto, sabem. Sou escritor amador, assim me considero, e há pouco comecei a escrever contos de suspense e terror, pretendo caçar uma editora e publicar meu primeiro livro daqui a 6 meses. Uso a internet como veiculo para publicidade e contato com leitores e também para deixar de ser um desconhecido. Mas, e agora? Será que sou um escritor? Será que um dia serei? Aos amigos, um apelo: me digam o caminho a seguir, para que este meu sonho se realize, pois esta, a escrita, com certeza é minha paixão.
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2/11/2006 | | |
13h44min | |
| Só descobri isto aqui hoje. E, por acaso, "fuçando" o Google. Realmente não existem novos escritores, não porque você assim o queira, mas porque nasce-se escritor. É visceral. Desde criança o caderninho na mão, as idéias brotando à revelia numa mente imaginativa... E continua-se vida afora, mesmo sem conseguir ser publicado, porque no universo literário só aparece quem tem "quem indica", o famoso QI. Então sobra o blog como válvula de escape, como meio projeto de sonhos irrealizáveis, como tentativa de "quem sabe?"... Escrever implica em vivências, mesmo que sejam triviais, sexuais, transgressoras ou dramáticas. Mas se desejar ler algo profundamente doído, que o faça perder o sono, aconselho os prontuários médicos do Hospital do Câncer.
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15/6/2007 | | |
13h20min | |
| Se algum novo escritor publica, podem acreditar, provavelmente ele já é do "meio" editorial, conhece algum escritor, tem algum parente lá, namora alguma editora, trabalha com alguém que conhece alguém lá, enfim, essas relações oligárquicas. Ok, não deixam de ser "novos" escritores, afinal, são debutantes, mas, todavia, não se constituem na nova literatura... Os novos escritores, que eu imagino, não chegam às livrarias, nem são recebidos nos corredores editoriais, e, portanto, infelizmente não os considero escritores. É triste isso, mas é verdade. Se o sujeito escreve divinamente no seu blog, ele é um blogueiro, jamais um escritor. Escritor implica, até o presente momento, em ter um papel impresso com seu nome na capa. Blogueiro não tem isso. Kara vc falou tudo!!!
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24/8/2007 | | |
01h13min | |
| Gostei do seu texto. Entendi-o como uma eficiente provocação, e bem intencionada!
Tenho modos menos obreiros que os seus e, portanto, jamais conseguiria propor matéria similar.
Bom que existem leitores, operários feito você, que contribuem com o mundo da literatura com vistas reativas e estimulantes.
O admiro pelas idéias que vêm demolir padrões, principalmente os falsos novos, ditos modernos.
Quando li "um novo escritor que vai me fazer chorar" senti você escrever um nó em minha garganta. Talvez seja meu esse seu choro e talvez a maioria das pessoas esteja congelada e indiferente...
Sou um escritor meu. Tenho um terço de livro crescendo em canteiros de papel e o restante florido dentro de mim.
Tenho tempo.
Será que serei um novo escritor?
Prazer em lê-lo.
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21/9/2007 | | |
08h48min | |
| É verdade, as coisas aqui só vão na base do "jabá". Creio que existem muitos escritores que deveriam estar num merecido patamar, mas infelizmente é preciso ser mais que um escritor e a parte mais difícil está aí.
Como tudo por aqui. Não basta ser um gênio no que faz, é preciso ter "cartucho" para mostrar o que faz.
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28/9/2007 | | |
00h11min | |
| Caramba, que guerra! Eu apenas estou me interando dessa nova moda de NOVOS ESCRITORES. E eu que pensava que a tecnologia ia trazer mais portas para novas obras. Eu amo escrever, mas quer saber? Net só quando necessário. O meu negócio consiste em sair com lápis e caderno, mas não por ser à moda antiga. Acredito que não se torna escritor, mas nasce escritor. Você não vai ser um escritor por editar 300 páginas com uma super capa. Um escritor tem que recordar a nossa geração que somos humanos, arrancar lágrimas e ao mesmo tempo falar com o leitor através de seu livro. Um dia editarei minhas obras, mas essa onda de novos escritores tem me preocupado. O que vem a ser um novo escritor? Não tenho pressa para editar um livro, escrevo porque essa é minha paixão, e quando estiver pronta serei uma nova escritora. Marcia Mexico(toluca)
| | [Leia outros Comentários de marcia.] |
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10/1/2008 | | |
19h44min | |
| "... qualquer um pode notar com que largos intervalos aparecem as boas obras, e como são raras as publicações seladas por um talento verdadeiro. Quereis mudar esta situação aflitiva? Estabelecei a crítica, mas a crítica fecunda, e não a estéril, que nos aborrece e nos mata, que não reflete nem discute, que abate por capricho ou levanta por vaidade; estabelecei a crítica pensadora, sincera, perseverante, elevada, - será esse o meio de reerguer os ânimos, promover os estímulos, guiar os estreantes, corrigir os talentos feitos; condenai o ódio, a camaradagem e a indiferença, - essas três chagas da crítica de hoje, - pondo em lugar deles, a sinceridade, a solicitude e a justiça, - é só assim que teremos uma grande literatura."
Machado de Assis, no texto "O Ideal do Crítico"
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11/1/2008 | | |
14h49min | |
| Marcelo Maroldi, parabéns!
Você escreve bem! Será você um "novo escritor"? Escrevendo bem assim, deveria ter livro publicado, mas publicado em papel, não os e-books terríveis e "cancerígenos". Fique na tela de um computador direto, lendo um livro, mesmo que bom, porque a maioria é "triste", e poderá ter câncer no olho! Estou chutando, até porque não sou médico; sou "profeta". Ou posso ser um filósofo, por exemplo, já que filosofia é a arte de especular... e esse câncer é só especulação minha, claro.
Se alguém já teve um câncer no olho, por ler e-books, que me perdoe, a citação é uma mera coincidência...
Agora, você tem razão quando afirma ou sugere que não existe novo escritor; existem somente os "pretensos escritores", nesse caso. E alguns serão pretensos como blogueiros.
Então, e-books e blogueiros são pretensos também; desta vez pretensos livros e pseudos autores... Nada como virar cada página de papel, sentado sob uma frondosa árvore...
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11/7/2009 | | |
07h25min | |
| Os poetas desconhecidos são os filhos bastardos da mídia burguesa.
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4/5/2010 | | |
13h25min | |
| Como assim? Ser escritor agora foi reduzido a ser editado? Devemos concluir, então, que muitos escritores não descobertos em sua época, apenas editados muitos anos depois, não eram escritores; tornaram-se depois de mortos. É isso? Um músico só é músico se grava um CD por uma gravadora? Um pintor só o é se expõe uma galeria? E que são os colunistas, então? Nesta ótica não seriam escritores, porque escritores publicam por uma editora, não é isso? E nem jornalistas, porque jornalistas veiculam notícias, não é? Como classificar? Blogueiros impressos? Acredito eu que ser escritor não signifique apenas publicar pela editora. É reducionismo demais! Não digo que todo aquele que publique um comentário em um blog possa ser considerado escritor... Mas um escritor pode ser blogueiro. E pode, até mesmo, não ser nem blogueiro e nem coisa alguma. Pode simplesmente ser escritor, rabiscando nas horas vagas de seu trabalho, enquanto o patrão reclama dessa sua mania...
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