Michael Jordan confirmou seu retorno às quadras, jogando pela equipe do Washington Wizards, em que ele era sócio minoritário há mais de um ano.
Jordan abandonou as quadras em junho de 1998, e aos 38 anos e meio, tomou uma decisão muito arriscada, especialmente para um esportista que sempre representou o que há de melhor no mundo do esporte, obtendo sucesso e reconhecimento em qualquer parte do planeta. É um fenômeno esportivo, econômico e social. Movimenta, direta ou indiretamente, mais de US$10 bilhões por ano, sua fortuna pessoal é superior a US$500 milhões e seu salário na temporada 2001/2002 da NBA será de US$1 milhão (recebia mais de US$30 milhões anuais quando encerrou a carreira em 1998), que será doado integralmente para um fundo de ajuda às vítimas dos atentados terroristas sofridos pelos Estados Unidos no dia 11 de setembro de 2001.
Era o presidente dos Wizards, responsável pelas contratações de atletas, funcionários e comissão técnica. Um cargo de alta responsabilidade e envolvimento dentro do esporte, que pouquíssimos ex-atletas conseguem obter.
Mas a equipe venceu menos de 25% dos jogos na última temporada, com uma campanha vergonhosa, e Jordan teve vontade de voltar às quadras e ensinar pessoalmente seus atletas como se joga basquete. Contratou Doug Collins, seu 1o técnico no Chicago Bulls, treinou exaustivamente por mais de 6 meses, e esta semana confirmou seu retorno.
A pergunta que fica é a seguinte: - O que Jordan poderá fazer para melhorar sua imagem? Quais as vantagens existentes neste retorno? Mais dinheiro? Mais fama? Necessidade de estar sempre no estrelato?
Talvez Jordan seja o ser humano com maior espírito competitivo do mundo: aposta milhões de dólares em cassinos e partidas de golfe, dizem que já perdeu fortunas nos dois. Ele não estava suportando a vida de dirigente, de homem de negócios. Aos 38 anos, ainda poderá mostrar seu jogo, mas até quando? Mais um, dois, exagerando três anos. E então? Será que vai parar e tentar voltar novamente?
A aposentadoria no esporte é um momento muito delicado, Bjorn Borg parou com 26 anos. Era jovem, famoso, um dos homens mais ricos da Suécia. Voltou depois de mais de 5 anos, e foi um fracasso. A profissão de atleta não pode ser comparada com a maioria das profissões dos homens comuns: estão expostos ao desgaste físico e mental constantemente, sofrem assédio ininterrupto da mídia, dos fãs, das mulheres e da família. Viajam sem parar, treinam, competem, são operados e jogam com ossos e músculos parcialmente destruídos.
Não levam uma vida fácil. Mas quando parar? Aos 24 na natação, 30 no tênis, 35 no futebol, 40 no automobilismo? Existem tabus e idades-limite em todos os esportes. Mas estes parâmetros devem ser utilizados justamente como fator de comparação. O atleta profissional de nível excelente deve entender sua posição no cenário esportivo e social. Deve saber em que nível está, seja no seu time, Estado ou Nação. Deve avaliar seus principais desempenhos com aqueles que vem mostrando na atualidade. Saber quais são as conquistas realistas que ainda pode obter. Desta forma, poderá, friamente, analisar sua situação e decidir sobre a hora certa de parar...ou de voltar!
Muito bom o texto do Adriano, a verdade eh que ninguem sabe quando parar. Se param no auge da fama alguns vao dizer que podia ter continuado, se param num momento fraco, pos auge, muitos dirao " Parou tarde demais". Talvez o momento certo de parar eh quando nao se tem mais o mesmo prazer do inicio, mas como eu disse "Ninguem sabe a hora certa de parar!".