Voto obrigatório, voto útil... voto nulo | Diogo Salles | Digestivo Cultural

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COLUNAS >>> Especial O Presidente Negro

Terça-feira, 12/8/2008
Voto obrigatório, voto útil... voto nulo
Diogo Salles
+ de 12200 Acessos
+ 21 Comentário(s)

Muito já se debateu a respeito do voto. Voto obrigatório, voto útil, voto nulo ― como escrevi nesse título que te fez clicar no link. De dois em dois anos o brasileiro sempre se questiona sobre isso. O voto. E o debate sempre começa com uma pergunta: devemos votar por obrigação ou por opção? Essa é a questão sempre levantada antes de qualquer outra. Há dois anos, Luis Eduardo Matta se lançou neste debate, aqui no Digestivo. Ele abre sua coluna com argumentações brilhantes sobre a nossa política e, pouco a pouco, vai caminhando para uma visão cada vez mais distante da minha. Visão esta que dá o título ao seu texto: "A favor do voto obrigatório". É a base que dá toda a sustentação à sua tese, e é justamente a parte da qual discordei. Não acredito que o voto facultativo alimentaria ainda mais a política de currais eleitorais (muito pelo contrário). Muito menos que a classe média, supostamente esclarecida (e desiludida), deixaria de comparecer aos pleitos.

Acredito que esses pouco mais de 20 anos desde a redemocratização tenham sido suficientes para que o voto impusesse ao Brasil seu valor. Praticamente todas as esferas da sociedade já foram representadas de lá para cá. Todas as ideologias já foram contempladas: os últimos resquícios de ditadura e o coronelismo de Sarney; o modelo oligárquico de Collor; o nacionalismo folclórico de Itamar Franco; o neoliberalismo tecnocrata de FHC e, finalmente, o sindicalismo neoliberal de Lula.

Veja quantos já tiveram suas chances de colocar suas visões em prática. Se todos decepcionaram o eleitorado e sucumbiram às benesses e pecados da vida palaciana é outra história. Queiram ou não, o fato é que a democracia amadureceu. Chegou a hora dela se impor de outra forma: através do voto facultativo. Durante todos esses anos, o brasileiro pôde entender melhor (ou teve a chance, pelo menos) os valores democráticos ― e entendeu que o próprio conceito de democracia sugere o voto por opção, não por imposição. Se nos Estados Unidos apenas cerca de metade do eleitorado comparece às urnas, fica bastante claro que eles também não são assim tão evoluídos, como se convencionou a acreditar.

Meu início como eleitor foi, provavelmente, muito parecido com o seu e com o da maioria da população. Antes que a charge política fosse o meu ganha-pão, eu acompanhava as eleições na medida do possível para "poder votar com consciência". Nunca me afeiçoei a ideologias ou bandeiras partidárias. Meu voto se baseava mais naquilo que estava proposto (se é que havia alguma proposta) e escolhia aquilo que mais se aproximava de meus anseios. O resultado era invariavelmente desastroso. Aí residia o meu primeiro erro: eu acreditava nas tais propostas, ludibriado pelo charme da propaganda eleitoral e pelo verniz do marketing político.

No momento em que me tornei chargista profissional (ainda que fosse uma atividade paralela, com parcas compensações financeiras), passei a intensificar a leitura de jornais e, posteriormente, de livros e blogs sobre política e políticos. Quanto mais estudava sobre eles, mais me chegava a revelação de que, se eles não são todos iguais, são assustadoramente parecidos. Nesse período em que eu cursava faculdade, conhecia também os estratagemas mais detestáveis do marketing político. Comecei a entender como essas ferramentas eram usadas unicamente para a promoção pessoal e, conseqüentemente, para se chegar ao poder. Aprendi que o discurso pode até ser diferente, e as maneiras de se vender nas eleições também, mas a finalidade é sempre a mesma. E não importa o que o candidato faça ou diga para chegar lá ― o que importa é que chegue lá.

Sem saber de todas essas nuances, votei nas figuras mais desprezíveis e acreditei nas maiores mentiras. Busquei vozes das mais variadas no mapa político ― sempre esperando algum eco depois das eleições. Nada. Está bem, se não era por uma forte convicção política, ao menos eu me sujeitava a escolher o "menos pior". Passei a acreditar no voto útil. Sim, por um momento, acreditei que, se existiam dois candidatos ruins ― mas que, se um deles seria pior ― o voto deveria ser naquele que era apenas "ruim". Que beleza de pensamento. Vários prefeitos, governadores e até presidentes já foram eleitos (e reeleitos) por uma maioria que pensa assim. No final, o voto útil comprovou a sua total inutilidade.

Várias são as mazelas possíveis de enxergar a olho nu, através apenas de debates e campanhas de TV. Ataques pessoais a adversários; total ausência de propostas concretas; números inflados sobre dados estatísticos para favorecer o candidato (dados negativos serão sempre culpa do antecessor). Mas o buraco é muito, mas muito mais fundo ― e só vê sua profundidade quem chega à beira do precipício para acompanhar a política de perto. Caixa-dois; lobistas; laranjas; nepotismo; favorecimento a certos grupos empresariais; compra de votos; licitações fraudulentas. Seriam todos eles vítimas da maledicência de seus adversários políticos ou da "imprensa golpista"? Hum... O político é apenas parte integrante de um sistema corrupto e doente, onde ele é obrigado a fazer parte da dança da pizza. Caso se recuse a participar, o "traidor" será expulso da festa a pontapés pelos leões de chácara da corrupção. É por essas (e várias outras) que, já há algumas eleições, anulo o meu voto. Mas não de maneira mecânica ou sistemática, como fazem muitos. Essa opção que fiz é explicada pelas razões que acabei de expor, mas existem outras.

Em mais uma coluna relacionada, também aqui no Digestivo, encontrei as justificativas de Eduardo Mineo para o voto nulo. Embora eu concorde com alguns argumentos e discorde de outros, sua principal razão para o voto nulo é se negar a ajudar o outro a ganhar, já que este seria tão ruim quanto. Ou "menos pior", que seja. Até aí estou de acordo, mas Mineo chegou a colocar em xeque suas próprias noções de cidadania e consciência cívica para explicar sua decisão. O caminho que me levou ao voto nulo foi outro. Antes, em minha ingenuidade, eu acreditava na mudança. Pior: acreditava que existia alguma intenção de mudar. Depois vi que aqueles que decidem os rumos do país serão sempre os últimos a propor qualquer mudança, pois são eles os primeiros a se beneficiar do sistema do jeito em que se encontra. E não vejo um único político ou partido disposto a mudar as práticas que se enraizaram na política. Até já apareceram alguns candidatos a messias, vendendo o discurso da mudança. Lula fez isso aqui no Brasil, há alguns anos, Barack Obama está fazendo agora nos "Estêitis". Lula chegou lá, e não mudou nada. Obama tampouco mudará, caso chegue.

Além disso, nunca deixo escapar qualquer detalhe da biografia do candidato numa eleição ― e todos, todos têm seu telhado de vidro. Talvez eu peque pelo excesso de pesquisa, vai saber, mas não posso ferir esses preceitos, que coloco antes de qualquer outro. Ou talvez seja apenas porque a política é o meu material de trabalho ― e conheço bem demais o fedor de seus bueiros. Você decide.

Há quem diga que isso é uma afronta à democracia. Outros acreditam ser a negação do voto "válido", ou ainda, mero fruto da alienação frente à corrupção sistêmica de nossa política. Seria fácil para mim se fosse qualquer uma dessas razões, mas não é. Mais fácil ainda seria faltar às urnas para curtir uma folga e depois justificar a ausência. Você deve estar se perguntando por que, então, sempre vou às urnas se meus votos nunca são "válidos". Aí é que está a discórdia. Não considero que meu voto não seja "válido".

Acredito que um voto só é válido ― no sentido real da palavra ― quando se vota com convicção no candidato. Quando se acha que haverá realizações, quando se acha que promessas serão cumpridas. Rejeito o conceito do "menos pior". Já tentei acreditar nisso, mas cheguei à conclusão que, esse sim, é um voto que não é válido (com trocadilho, por favor). Quem consegue escolher um candidato "menos pior", é porque está disposto a receber um governo "menos pior". E, convenhamos, é uma concepção bastante medíocre de enxergar o Brasil. Sei que é impossível que um governante consiga implementar todas as idéias propostas durante a campanha, mas é possível (a mim, pelo menos) enxergar quando há uma vontade política por parte de um governo de trabalhar pelo país. Não é o que eu vejo. Nunca vi, aliás. Vejo o contrário. Vejo interesses escusos sempre postos à frente na agenda política. Vejo governantes apenas dispostos a satisfazer suas bases, com cargos, verbas e o que mais for necessário para mantê-la. Vejo poderosos ególatras e vaidosos patológicos cultivando interesses eleitorais e o aplauso das claques.

Claro que, por ter essa visão, sofro ataques constantes dos missionários do maniqueísmo. A turma do "menos pior" exige que eu escolha alguém. Militantes vão além. Não se conformam que eu tenha a petulância de rejeitar (e ainda criticar, veja você) o candidato que eles consideram o melhor. Ou "menos pior"... já nem sei mais.

Há muitos anos, Millôr Fernandes decretou ― com toda a autoridade ― que o Brasil é um país condenado à esperança. Pois eu escapei dessa condenação há algum tempo. Voto nulo, sim. É um voto muito conceitual ― e conceituoso. Não me orgulho disso, mas também não me envergonho. Jamais fiz propaganda anarquista ou antidemocrática e nunca tentei mudar o voto de outra pessoa. É apenas a única alternativa que o ceticismo me deixou. Não quero e não preciso convencer as pessoas de minhas convicções. Apenas não abro mão de tê-las.

Nota do Editor
Leia também "Pelo direito (e não o dever) de votar".


Diogo Salles
São Paulo, 12/8/2008

Quem leu este, também leu esse(s):
01. 2009 e os meus álbuns de Rafael Fernandes
02. Entre o matrimônio e a literatura de Jonas Lopes
03. Sem cortes, o pai do teatro realista de Tais Laporta
04. O que você está lendo? de Luis Eduardo Matta


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Mais Especial O Presidente Negro
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

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Observações:
COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
12/8/2008
09h04min
É possível que o melhor candidato seja o nosso pai ou a nossa mãe. Por quê? Porque são - talvez - as pessoas mais confiáveis. Esquerda do povo, qual? Onde? Como em todo jogo, no político sempre haverá também mais de uma parte, e interesses opostos. E o marketing? Pobre dele, é sempre o culpado de tudo. Fala-se de vícios. Existiria um "sistema" político não-viciado? Voto conceituoso ou preconceituoso? Não muda nada? É possível que as mudanças não sejam as mesmas. Algumas para melhor, outras, para pior, mas sempre haverá. Retrocessos também são admissíveis.
[Leia outros Comentários de Américo Leal Viana]
12/8/2008
13h49min
Posso entender seu ponto, Diogo, se não fizer parte de certas pessoas que alimentaram por anos a esperança num candidato carismático, dito popular, fincado em flamejante discurso igualitário. Quando este herói subiu ao poder e traiu a nação, o idealismo deste romântico eleitor caiu por terra. Teve que engolir a evidência de ter sido ingênuo e manipulado durante anos, erro logo apontado por seu círculo de amizades, a quem ele atormentou no passado como entusiasta do político traidor. Quis morrer quando vieram lhe dizer: não falamos, bobo, acreditou num salvador da pátria. Não avisamos que nunca existiu um candidato muito bom, apenas um melhorzinho. Daí, tentando recolher os cacos de seu ego em frangalhos, em vez de recolher-se à sã humildade, acha uma resposta aos orgulhosos detratores. Passa a dizer, ainda presa de seu espírito radical e vaidoso, que nenhum candidato é bom, ninguém presta, e assume uma postura de completa desesperança diante de todo, e lento, avanço da humanidade.
[Leia outros Comentários de mauro judice]
13/8/2008
17h13min
A esperança é o tempero da vida. Sem ela, ficamos sem qualquer ânimo para enfrentar esta vida cheia de falcatruas e mentiras. Mas quem somos nós para consertar o mundo? O que nos resta é tentar ser cidadãos honestos, escolhendo nossos candidatos conforme nossas consciências. Minha filha não tirou o título neste ano em que completou dezessete, disse que iria pensar mais. Não questionei, simplesmente disse a ela que pensasse bem, pois voto é compromisso. O mar é feito de vários grãos de areia juntos e, mesmo sendo um grãozinho apenas, faço a diferença.
[Leia outros Comentários de Solange Boy]
19/8/2008
12h50min
A despeito do tom de protesto, acredito que o voto nulo é inócuo. Em compensação sou a favor da não obrigatoriedade ao voto, pois dá a oportunidade de o eleitor simplesmente desistir do jogo político e não votar, como forma de protesto. Além disso, quebra o ciclo vicioso da compra de votos com políticas sociais tão em moda, como também levará a pessoas sem interesse político a deixar de votar (coincidentemente os maiores eleitores de políticos despreparados). A pergunta é: como mudar essa situação, já que esse sistema favorece tanto os políticos oportunistas atuais?!?
[Leia outros Comentários de Daniel M Lisboa]
20/8/2008
19h27min
(1) Américo, como você mesmo disse, sempre haverá mais de uma parte e interesses opostos. Se você consegue escolher um dos lados, não precisa anular o voto, mas deixe-me acreditar nele, já que não me sobraram muitas opções. (2) Mauro, felizmente nunca acreditei em salvadores da pátria. E por isso mesmo nunca acreditei - e nem votei - nesse candidato "carismático" e "popular". (3) Solange, todo mundo tem que fazer a sua parte, mas não podemos esquecer que é exatamente dessa esperança do eleitorado que se alimentam os políticos mais oportunistas. (4) Daniel, boa pergunta. Vai ser muito difícil alguém mexer nessa lei, pois ela interessa tanto aos políticos quanto aos partidos. Quanto ao voto nulo, para mim ele não é inócuo exatamente pelo fato de eu não encará-lo como um "protesto".
[Leia outros Comentários de Diogo Salles]
26/8/2008
09h25min
Pessoal, talvez o Diogo, ao votar nulo (não faço isso nem estimulo nunca, por convicção) esteja somente se antecipando ao voto facultativo, que ainda não existe. Digo isso depois de ter lido com muita atenção o artigo, os comentários acima e a manifestação de interatividade do Diogo. Poucas vezes encontro um assunto cujos comentários são tão bons, e que engrandecem a matéria de tal modo, que fica difícil não externar a felicidade que isso nos proporciona. Faz a gente acreditar, novamente, que existe vida inteligente atrás do monitor. O que eu gostaria de dizer sobre o tema já foi dito pelos que me antecederam, apenas acrescento que sou, também, pelo voto facultativo, pelo mesmo motivo já apontado pelo leitor Daniel. Abraços a todos. J.P.
[Leia outros Comentários de José Pereira]
28/8/2008
10h56min
Sabia que existem centenas de pessoas em dezenas de comunidades do Orkut que defendem o "voto nulo consciente"? A galera se mobilizou nas últimas eleições se recusando a votar no "menos pior". Resultado: desde as últimas eleições o voto nulo tem o mesmo valor que o voto em branco. Como se a pessoa não tivesse opinião formada e concordasse com a maioria, tirando todo o valor do protesto. Moro numa cidade onde ainda existe o coronelismo (por causa disso, nem jornais impressos o município tem, onde há anos o menos pior é eleito e tudo continua na mesma). E ainda assim o pessoal aqui faz cara feia quando afirmo que já desconfio do cara só por ele ter escolhido ser um político! Vai entender!!!
[Leia outros Comentários de Fabiane Bastos]
1/9/2008
10h17min
Este debate eh muito importante para todos brasileiros, sempre achei que o voto facultativo deveria ser implantado em nosso pais, mas mudei de ideia ao saber que em cidades pequenas como a minha os candidados compram votos de seus cabos eletorais, contratam muita gente para participar da campanha oferecendo R$50,00, sendo que R$ 25,00 antes e mais R$25,00 se for eleito, contratam em sua maioria jovens de apartir dos 16 anos com titulo de eleitor. Acredito que esta pratica exista em todo o pais. Se o voto for facultativo só vota quem receber algo em troca, e de imediato, sem ver as consequencias de seu ato no futuro... Acho que não deve ser tão facil e barato comprar todo o eleitorado brasileiro, então o voto obrigatorio diminui esta safadeza.
[Leia outros Comentários de juarez galindo]
1/9/2008
10h41min
Caros leitores, do meu ponto de vista, creio que a discussão sobre voto obrigatório ou nulo, na atual circunstância política, é de pouca valia diante da disseminação da politicagem local e mundial. Aprendi com Hannah Arendt que devemos refletir sobre as questões urgentes do nosso tempo. Atualmente, dentre elas, o próprio conceito de democracia que, desafortunadamente, no panorama político atual, se confunde com uma espécie de totalitarismo das próprias massas (?!), espúrias politicagens etc. etc. Abraços do Sílvio Medeiros.
[Leia outros Comentários de Sílvio Medeiros]
1/9/2008
14h10min
Embora o voto nulo seja o efeito do descrédito, acho uma forma perigosa de expressão. Meu medo é que o nulo, juntamente com a desobrigatoriedade do voto, aqui no país em que (nem) todos os homens têm um preço, o povo se transforme em espectador de algum governo totalitário. (Onda que, ao que parece, tomou conta da América Latina.) Talvez eu seja a última crédula, mas acredito nos novos políticos. Digo, nos realmente novos, não os do círculo fechado das "velhas raposas", os dos velhos vícios, onde só entram "camaradas", e só saem aqueles "entregarem" o "esquema". Sinto até uma euforia, em pensar que as "velhas raposas" não viverão para sempre. E os novos políticos (?!)... os da geração que ouvem, desde criança, o conceito explícito, e até agora imutável, da políca suja, corrupta... esses não (não?) poderão permanecer inertes e aceitar o círculo, os vícios. Sim, sou sonhadora, acredito no voto e também que ainda existe(?) um político íntegro, fazendo o que deve ser feito!!!
[Leia outros Comentários de Edi Kersting ]
1/9/2008
15h55min
Na Dinamarca, Noruega e Suécia, por exemplo, temos um excelente IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Todos sabemos que lá existe democracia há muitas décadas. Sendo assim, alguém poderia me mostrar um país sob outro regime político que tenha um grau ao menos razoável do conceituado índice? Ou devemos acreditar que a evolução da Escandinávia se deu pela circunstância de viver no local uma raça superior?
[Leia outros Comentários de mauro judice]
1/9/2008
19h23min
A demagogia política consegue aos poucos transformar jovens idealistas em adultos reacionários. O sonho se transforma "nisso que está aí e não vai mudar mesmo". E passamos a "arnaldojaborear" as coisas: aos muxoxos, num pessimismo cúmplice, sem nunca apresentar uma solução concreta. Acredito que há uma solução que aproveita a senilidade institucional ao nosso favor. Se um cidadão brasileiro quite com as suas obrigações pretende prestar concurso público, ele precisa passar num exame de conhecimentos que vão de Português a disciplinas mais específicas ao cargo escolhido. Ou seja, para ter um cargo público, É PRECISO MOSTRAR QUE ESTÁ APTO a EXERCÊ-LO. Aplicando essa forma de avaliação aos futuros candidatos políticos, só quem provasse alguma aptidão poderia concorrer. O que é bom, pois ele passou numa peneira que separa... o joio? Não. A brita do trigo; teríamos uma democracia à prova de idiotas, alguma administração pública de qualidade e quem sabe um pouco da dignidade como eleitores.
[Leia outros Comentários de Leo Cabral]
1/9/2008
20h04min
Caro Leo, a demagogia política está transformando jovens idealistas em adultos céticos, descrentes - e não reacionários, como você colocou. Reacionários são os ideólogos (tanto à esquerda quanto à direita) que se recusam a aceitar o mundo do jeito que é hoje, onde não há mais lugar para as polarizações de ontem. Quanto à "arnaldojaborear" sem apresentar uma solução concreta, acho que o voto livre - que propus nesta coluna - pode ser considerado uma das soluções palpáveis. Seria um novo início, pelo menos. Sua idéia de concursos públicos para candidatos é até bem intencionada, mas um tanto utópica. Você acha mesmo que um proposta dessas passaria pelo congresso? Fora isso, você ainda enfretaria a fúria dos politicamente corretos de plantão, seria taxado de "elitista" e "preconceituoso"... dariam o exemplo do Lula e blá, blá, blá... (todo mundo já conhece o discurso).
[Leia outros Comentários de Diogo Salles]
2/9/2008
13h24min
Você está defendendo o voto livre ou o voto nulo? Se está defendendo a liberdade de votar nulo, vale a pena escrever tanto só para dizer a obviedade de que todos deveriam respeitar sua escolha? Acho que todos estamos querendo saber o seguinte: afinal, você é um descrente e não acredita no voto ou acha que existe algum proveito em votar nulo? Sinceramente, não entendi seu ponto de vista.
[Leia outros Comentários de mauro judice]
2/9/2008
15h22min
Na hora do voto é que temos que ligar nosso "desconfiômetro" e tentar vislumbrar o que queremos para a nossa cidade. Temos realmente que nos imbuir do que será melhor para nós. Devemos parar com a aquela mentalidade de que melhor votar naquele candidato para que aquele outro não entre. Não faça isso. Vote em quem você acredita, em quem você confia. Se não, não vote por votar. O voto é obrigatório, mas isso não quer dizer que você é obrigado a votar errado, ou melhor, obrigado a votar em qualquer um para que outro candidato indesejado, e que tenha chance de vencer, seja declarado o eleito. A maior resposta que poderíamos dar a essa gente toda que acha que não estamos nem aí, que não nos importamos, que não estamos vendo o que está acontecendo ao nosso redor, com deputados sendo cassados, escândalos atrás de outros escândalos, competindo entre si para ver qual o mais escandaloso dos escândalos, seria o nosso voto verdadeiro, aquele que realmente queremos dar.
[Leia outros Comentários de claudio schamis]
2/9/2008
16h31min
Mauro, me parece que você não está querendo entender. Defendo o voto livre e rejeito o voto "útil". Já o voto nulo deve ser uma opção do eleitor. O que escrevi sobre voto nulo é apenas o reflexo diante da nossa situação, de votar por obrigação, de ter que votar no "menos pior". E muita gente que anula o voto é questionada por isso, logo o respeito à essa escolha deixa de ser uma "obviedade". E não, não existe nenhum "proveito" em votar nulo (ele não serve nem como protesto). Quem vota em troca de favores é que está tirando proveito da situação. Apenas resolvi lançar um olhar sobre os diferentes caminhos que levam uma pessoa a anular o voto e enfoquei o meu caso... Se valeu a pena escrever tanto? Tenho certeza que sim.
[Leia outros Comentários de Diogo Salles]
2/9/2008
21h48min
Caro Diogo, se eu escrever dizendo que as mulheres são discriminadas, estarei escrevendo uma obviedade, ainda que as mulheres não deixem de ser diariamente discriminadas, certo? Mas longe de mim dizer que escreveu uma obviedade. Estava apenas querendo entender. Você fez um desabafo no texto contra as pessoas que o pressionam ao voto útil. Sim, sim, entendi. Mas a impressão que deu é que todas as pessoas que criticam seu voto nulo justificam-se pelo voto útil. Tenho certeza de que muita gente acredita em homens públicos melhores, embora não perfeitos. Além disso, fica a dúvida: será que uma pessoa que você toma por votante útil não é, na verdade, alguém que acredita na lenta (tíssima) evolução da democracia? A História não mostrou em todos os países desenvolvidos a secular evolução da democracia? Assim, ao candidato pior, sucede o menos pior, que será sucedido pelo razoável, que será sucedido pelo razoavelmente bom...
[Leia outros Comentários de mauro judice]
3/9/2008
11h08min
Exatamente, Mauro. As pessoas refratárias ao voto nulo ou são militantes de algum partido ou exigem que se escolha o "menos pior". Sobre a teoria da "lentíssima evolução" da democracia, acho que você tem razão - deve ser movida a isso, a idéia do voto útil, ainda que (na minha visão) seja um equívoco. De qualquer forma acho que chegamos num ponto onde o voto obrigatório não permite mais essa evolução. Quando um partido atravessa décadas pregando a ética na política (e olha que era o único que fazia isso), chega ao poder e faz o que faz, algo precisa ser repensado.
[Leia outros Comentários de Diogo Salles]
3/9/2008
11h24min
Falta o voto de qualidade. Voto de qualidade significa eleitor que lê, entende o que leu, pensa, avalia, critica, tem senso ético e moral, e valores tais como honestidade, retidão e compromisso. Analfabeto e garotos baderneiros não produzem congressos de qualidade. Candidatos de qualidade (hahaha) presupõem capacidade técnica para entender a adminstração e as leis do Estado. Presupõem candidatos que não tenham anotações degradantes em seu passado. Pressupõem gente eficaz, competente em suas atividades particulares e inteligência e sensibilidade para as reais necessidades da Nação, e não das suas familias, amantes, acólitos, baba-ovos, amigos, sócios e outros quejandos. Pressupõem gente que seja honesta, correta, digna, séria, competente e corajosa. Tal como está, é pura perda de tempo. São e serão os mesmos, repetindo as mesmas promessas, abraçando os mesmos idiotas e gastando o que não fizeram nada para ganhar...
[Leia outros Comentários de Raul Almeida]
3/9/2008
12h41min
Tanto Alemanha, quanto Inglaterra, que hoje têm uma qualidade de vida superior, tiveram dois estadistas que viveram e refletiram profundamente a política: Bismark e Churchill. O primeiro disse que a política é a arte do possível. O segundo afirmou que a democracia é o pior dos regimes, depois dos outros. Por estas frases, podemos imaginar a fragilidade da democracia de seus países, no período. Fica difícil acreditar que estes regimes não foram construídos passo a passo, ao longo de séculos. Fica difícil crer, ainda, que a melhora de uma gestão para outra não tenha se realizado na base do voto útil, quando os cidadãos se viam obrigados a escolher o menos pior, dando condições para uma evolução efetiva, a despeito de ser tão lenta, que mal podia ser divisada na época.
[Leia outros Comentários de mauro judice]
10/11/2008
17h49min
Boa tarde, Diogo. Eu li sua matéria e, antes de sugerir Protógenes como provável candidato, também escrevi um texto aconselhando o voto nulo e incentivando a população a rever os direitos, e avaliando o significado da palavra democracia, pedi o fim da lei de imunidade parlamentar, pois esta lei nada tem de democrática! Este é o primeiro passo para termos um país verdadeiramente democrático, com direitos iguais e justiça social! E quem quiser ser candidato, que seja, pode até mentir, mas, se roubar, será preso e terá que devolver aos cofres públicos os produtos de suas falcatruas! Pois a oportunidade e a impunidade é que estão fazendo o ladrão neste país. O resto é balela. Que adianta criticar generalizando, se os políticos desonestos continuam aprovando leis e emendas só visando seus benefícios? E se analisarmos corretamente, somos nós mesmos, "esta população inocente", que lhes da à chave do cofre e o poder de semideuses, deixando que desfrutem de imunidade parlamentar!
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