COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
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12/9/2008 | | |
09h29min | |
| Se for, então, estamos no caminho errado. A lei eleitoral, "rigorosíssima", acabou por tirar aquele certo brilho de eleições passadas. Acabou com o brilho, não com as falcaturas de alguns candidatos, que ainda insistem em transformar a votação em um balcão de negócios, e quem acaba pagando o pato é sempre o eleitor, culpado pelos descalabros. Interessante, que, quem julga e condena o eleitor, são os "céticos", pessoas que se dizem politizadas o bastante para rejeitar o processo eleitoral brasileiro (parece que têm saudade dos áureos tempos da ditatura militar), tentando convencer os menos politizados a desisitir de votar, com o discurso de que a política é coisa "de" e "para" bandidos. Se não sei em quem votar, por que não assistir ao horário gratuito eleitoral, apesar da quantidade enorme de bobagens? Sim, preciso assisti-lo para comparar "quem é quem" no jogo eleitoral. Não há nenhum demérito nisso. O país mudou, porque a nossa democria mudou - e para melhor.
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12/9/2008 | | |
17h01min | |
| Caro Luis Eduardo, você situa 1982 como o ano do retorno à democracia no Brasil. Ressalta o prodígio da formação do Parlamento brasileiro em 1823. Contudo, por meio de um breve repasse pela nossa história, fica tão claro que o Brasil é um país tão pouco voltado às práticas democráticas. O Brasil-Império ainda é uma nação voltada aos interesses da Corte portuguesa! Em seguida, nossa República nada mais foi que um acordo firmado entre generais, coronéis e fazendeiros; culminando na Ditadura Vargas! Finda a II Guerra Mundial e após as acomodações das nações no cenário mundial, o Brasil mergulha numa longa ditadura militar. Nesse sentido, como falar de retorno da democracia no Brasil? Desafortunadamente, a nossa história não permite tal assertiva!
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14/9/2008 | | |
18h25min | |
| Para se ter um olhar político, é preciso ter um olhar histórico. Para tanto, nada como a vista de um carioca. Antes de ir à sacada para ver o mar, encaminha-se à lavanderia e se enxerga o enrugar dos morros, onde se acompanha a lenta, mas constante, evolução de seus habitantes. Só então volta-se à sacada, pela cozinha, sentando-se em cadeira confortável, de modesto espaldar, de onde mira a bela paisagem marítima com expectativas menores.
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24/9/2008 | | |
15h15min | |
| Luis, esse seu título é irônico. Como precisamos ser ao falar da nossa política. Eu lembro desse dia claramente, da festa nas ruas, de vestirmos a camisa, literalmente, dos candidatos. E bandeirinhas e bonés. Era uma torcida. Estávamos mesmo esperançosos da seriedade política. Hoje, preciso lhe dizer, nem sei onde está meu título. Alienada? Prefiro. Não tenho a disposição necessária para sair de casa e votar em alguém em que não confio. Não tem um sequer em que eu confie, nem para vereador. E lutamos tanto por esse título de eleitor! Prevejo tempos piores e um longo caminho de trevas pela frente.
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2/10/2008 | | |
11h43min | |
| Luis, ainda que eu discorde da obrigação do voto como um dever social, quero ressaltar aqui a excelência do seu texto. Bom saber que você não é um político porque, na minha expectativa meio anarquista, políticos devem se manter na mediocridade intelectual de sempre (a exceção seria o Gabeira?). Muito bom, meu! Bom mesmo! Abraços!
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5/10/2008 | | |
12h11min | |
| Excelente o texto. Parabens, Luis. So discordo um pouco do contexto em que ele e' delineado. Ha' um pano de fundo basicamente otimista, equalizando "evolucao" (de fato entre aspas - palavra do titulo) com amadurecimento politico medido por interesse e tipo de interesse no processo eleitoral. Eu resido em uma pequena cidade do sul das Minas Gerais, e posso lhe dizer que a politica de rua que voce descreve como coisa do passado esta' bem viva aqui, do mesmo jeitinho... sao dois os problemas: um e' a falta de um contexto historico da evolucao da cultura brasileira, como bem comentou o Silvio Medeiros ai' acima; e o outro e' que evolucao real, tanto para politicos como para eleitores, nao pode prescindir de progresso real na area de educacao, e isso infelizmente esta' pela hora da morte neste nosso Brasil, "jogada pras cobras", principalmente nos ultimos 6 anos. Mas guarde o texto, Luis, quem sabe voce o publica de novo quando estiver havendo um progresso real na educacao. Um dia... que bom seria
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6/10/2008 | | |
17h52min | |
| Festa da democracia? Não, caro Luis, isso é o grande engodo. A cada dois anos pode parecer besteira cumprir o "dever cívico", mas não é, não. Exigir cidania ativa a cada dois anos é a grande banalidade que marca o pensamento político brasileiro. A obrigatoriedade do voto não é uma ausência de arrogância, posto que nessa lógica só os pretensos politizados é que votariam; na verdade, acreditar que funcionem instituições como a educação neste país é a garantia que "o povo" será todo ele politizado; e, daí, livres serão os indivíduos que o compõem para votar ou não, seja por descrédito na arena política, seja por mera adesão intelectual a outras formas de participação. Acho difícil ter saudades do mar de cartazes dos anos 80. Embora a fé na política fosse mais popular, os resultados de hoje são filhos do mesmo processo de lá: cidadania vivida a cada dois anos, a manada partindo para o voto, se engalfinhando para eleger esse e aquele.
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12/10/2008 | | |
09h00min | |
| Excelente texto! Concordo com a necessidade de que um povo culto e com maior acesso à leitura fará um melhor exercício de seu direito ao voto. Infelizmente, ao contrário das Diretas já, não há uma mobilização visando "cultura já". Quem está interessado em "cultura já", tem que se conformar com a "cultura desde já", e continuar fazendo seu trabalho de "revolucionário silencioso", sem cara-pintada, mas com um livro embrulhado pra presente para seus sobrinhos. Em vez do palanque, a palestra pra meia duzia de gatos pingados (quené justamente quem não precisa ouvir), em vez do panfleto, artigos em blogs e revistas eletrônicas. A cultura não vem de imediato, e não podemos dá-la apenas promulgando uma lei. O trabalho é longo e árduo. Cultura desde já! E para sempre.
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12/10/2008 | | |
14h17min | |
| As pessoas reclamam dos evangélicos. Tá, eles são chatos. Mas aonde o povão vai achar ética, diretrizes ou valores bem delineados? Os religiosos são maniqueístas? São. Mas o pensamento do povo não é maniqueísta? O povo consegue entender toda essa miríade de óticas, de perspectivas da realidade multifacetada da filosofia moderna? Consegue, mas não antes de passar pela visão dual. As classes cultas largaram o povo na mão dos religiosos e, agora, reclamam de quê? Tornar seus pensamentos mais sucintos, não quiseram. Ah, a verdade é complexa demais, argüiram. Então, como conseguiram ensinar seus filhos na fase da infância? Não tiveram que ser, como dizem, "reducionistas" por algum tempo, até que as crianças tivessem compreensão mais avançada. E por que não agir assim com o povo? Ou, para o povo, a verdade não é passiva de síntese? Então, não reclamem se alguém está se dando o trabalho de sintetizar as idéias, a fim de ensiná-las aos simples...
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12/10/2008 | | |
14h24min | |
| E nem reclamem se um indivíduo de pensamento "reduzido" ensina a um homem do povo, já que este não recebeu orientação melhor, ou uma qualquer. Agora, se desejam impedir a hegemonia do pensamento religioso ou de qualquer princípio totalitário ou alienante, simplifiquem suas idéias, e darão ao povo alternativa, doutores. Um exemplo? Não torçam tanto o nariz às obras de entretenimento. Ao contrário, usem sua inteligência superior para falar com o povo com mais eficácia, através de obras de entretenimento - ponte para as obras de cultura. Cultura, passagem para a emancipação política...
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2/5/2009 | | |
22h09min | |
| A venezuela é - a contar com a mídia - governada por um ditador eleito. Lá, o voto é livre. Aqui - dizem - é democracia plena, e o voto é obrigatório. Mudei eu ou mudaram as definições de democracia, democradura e ditadura?
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