COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
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8/9/2008 | | |
23h50min | |
| Ao contrário do que muita gente acredita, vários estudos demonstram que o voto obrigatório em nada garante o desenvolvimento do país, ou promove a cidadania entre os seus habitantes. Como exemplo, basta dizer que o voto nunca foi obrigatório nos EUA e, no entanto, a participação cívica é muito maior lá do que no Brasil. Por outro lado, entendo a preocupação com o voto obrigatório, pois é uma forma de evitar manipulações sistemáticas que impeçam certos grupos ou pessoas de votarem. Por exemplo, donos de fazenda poderiam simplesmente impedir os trabalhadores de votarem etc. Mas mais importante que a obrigatoriedade ou não do voto é discutir como desenvolver a cidadania em um país que vive de paixões momentâneas... Votar não representa nada, se não temos as condições de exigir os resultados dos administradores; e, quando necessário, nos organizar bairro a bairro para administrar o bem público.
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9/9/2008 | | |
10h48min | |
| Obrigatório ou não, o voto sempre será um ato de cidadania. Mas só os que possuem essa "noção" é que tendem a votar. Foi pelo horário gratuito eleitoral que fiquei sabendo de um candidato a prefeito de minha cidade, que vai construir 5 mil casas para distribuir "à população de baixa renda". Que prefeito já fez isso? Tem-se que os professores são os mais esclarecidos (politicamente) do país, mas, por que só uma minoria se elege? Para mim, educação não é parâmetro para formação de "bons" eleitores. Consciente de seus deveres, o eleitor pode, sim, votar ou não, e isso pode ocorrer em qualquer parte do mundo, excluindo-se a idéia de que o sistema eleitoral desse ou daquele país é melhor do que o nosso. O "defeito" está não no processo eleitoral, mas, sim, nos candidatos, porque todo mundo entende que pode ser um, só porque, na maioria das vezes, algum dia, ajudou alguém, até mesmo a tirar o título de eleitor ou porque se acha muito espertinho.
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9/9/2008 | | |
11h48min | |
| Diogo, Parabéns! Claro, lúcido e sem demagogia. Eu já não voto há muitos anos. Uma coisa que você não tocou é que existem interesses financeiros fortíssimos em fazer com que este número enorme de leitores vá às urnas a cada dois anos. Vc tem idéia de quanto o TSE gasta em urnas eletrônicas, serviços de software, serviço de segurança da informação etc.? São centenas de milhões de reais a cada dois anos. A cada eleição eles inventam novas formas de incluir mais gente no bolo analfabetos, 16 anos, presidiários etc.).
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9/9/2008 | | |
16h55min | |
| Diogo, estimado colunista, para quem fez a seguinte colocação: "O Brasil é o país condenado à esperança. Pois eu escapei dessa condenação. Voto nulo sim. É a única alternativa que o ceticismo me deixou"; e para quem afirmou que nenhum político brasileiro foi decente nestes últimos vinte anos de democracia, você é o cético mais crédulo que conheci, ao acreditar que o voto não obrigatório vai levar ao surgimento de políticos honestos, sem passar pela lenta evolução do pior, para o menos pior. E, também, é o cético mais crente na democracia, pois o ardor com que defendeu o voto não obrigatório acaba por prová-lo. Na verdade, hoje, eu consigo entender uma coisa sobre a vida. O caráter é tão pungente em certas pessoas que, não raro, o indivíduo íntegro torna-se um cético, tamanho o seu fervor em acreditar no homem.
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9/9/2008 | | |
17h52min | |
| Voto obrigatório é coisa de ditadura fascista e democracia rota e corrupta. Se é obrigatório, não é direito, e sim imposição de uma elite que se perpetua no poder há dezenas de anos. Queiramos ou não, somos um país de terceiro mundo corroído pela corrupção, sem respeito aos mais velhos, violento e, é triste dizer, um país indigno, egoísta e com milhões de oportunistas (políticos, autoridades, cidadãos), sempre tentando burlar a lei, dando um péssimo exemplos às crianças que nascem e repetirão os mesmos erros de seus pais. Por isso não voto em ninguém há mais de 40 anos, sempre voto nulo.
| | [Leia outros Comentários de Anton] |
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9/9/2008 | | |
20h23min | |
| Caro Mauro, já que você tem se esmerado tanto em encontrar contradições nos meus textos, vamos lá: Eu não disse - e nem acho - que o voto livre levará ao surgimento de políticos honestos (acredito antes em Papai Noel do que nisso). Enquanto continuarmos nessa inércia, o voto nulo continuará sendo uma ótima opção (para mim, pelo menos). O que eu acho é que o voto livre dificultará políticas populistas e currais, logo, seria um aperfeiçoamento do processo eleitoral - uma porta de entrada, um novo início, como coloquei. Me diga: não seria ótimo jogar essa bomba no colo dos nossos ilibados homens públicos? Em vez de acreditar na lenta evolução do "menos pior", que tal se acreditarmos na lenta (ou rápida) destruição de coronéis?
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9/9/2008 | | |
21h08min | |
| Caríssimos Diogo e leitores, no Brasil, o povo deve ter o direito de participar do jogo político, sim! Não cabe aqui comparar EUA com Brasil (em tantos aspectos o nosso passado ainda é tão colonial!). Historicamente - diferente dos norte-americanos - a independência do Estado brasileiro não foi um projeto elaborado pela sociedade civil, pois apenas cumpria interesses da Coroa portuguesa. Por outro lado, consoante ao que li há pouco (Jornal da PUC-Campinas), a existência de uma sociedade livre e responsável somente é possível caso a política venha a se transformar em algo comparável a um "lento perfurar de tábuas duras" (Max Weber) - a exemplo do presente debate! De outra parte, conforme Tocqueville, a liberdade
nasce no meio das tempestades, concretiza-se por meio de dolorosas discórdias civis; contudo, é somente quando ela envelhece que podemos conhecer seus benefícios. Aguardo, democraticamente e crédulo, todos os nossos futuros benefícios.
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10/9/2008 | | |
13h27min | |
| Diogo, caro, tenho plena certeza de q se cada um de nós, éticos, fizer um pouco mais p/ os excluídos ou os desafortunados, mudamos este país. Vou além: mudamos, se fizermos um pouco mais pelos familiares em situação difícil. Nos acostumamos a nos afrouxar com esta demagógica mentira: o problema vem de cima para baixo. Não! Cada vez q escrevem um texto criticando os políticos, bandidos, empresários, mais sedimentam esta mentira, na medida em q não ressalvam: eles roubam e matam porque nós, Nós, deixamos. Do mesmo modo q põem mais uma pá de terra no ânimo dos honestos ao fazerem crer q apenas uma reforma administrativa vai ajudar de modo significativo. Está certíssimo em procurar saídas (eu acredito no voto facultativo) e, deveras, as questões administrativas precisam postura vígil e cobradora dos q pensam o país. Mas, sem a ressalva de q é um problema menor, de q o problema está sobretudo no Homem, produz-se um discurso desalentador. O dia em q os honestos conhecerem sua força, mudarão o mundo com um gesto lhano.
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11/9/2008 | | |
10h14min | |
| A compaixão, piedade, amor e solidariedade são assuntos de Estado. Ao pagarmos impostos, colaboramos para que educação, saúde e segurança, dos menos afortunados, sejam garantidas. Os fracos, burros, doentes e desprotegidos têm a nossa contribuição para a melhoria das suas vidas, compulsoriamente, asseguradas. Entretanto, sua incapacidade de dicerimento, sua ignorância e sua condição inferior sob todos os aspectos, os transformam em presas fáceis para os espertalhões e desonestos. São eles que validam, com seus votos cegos, congressos e governos pífios, formados por bandidos e malfeitores. Os cultos, bons, bem intencionados, honestos, éticos não formam ou não têm massa critica para neutralizar a patifaria que compra apoios com conversa fiada e presentinhos. Os éticos são minoria. Os éticos inteligentes e preparados, então, nem se fala. O direito a voto deve ser conquistado com qualidade individual. Não é para qualquer um.
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11/9/2008 | | |
18h35min | |
| ... então filosofemos um tiquinho: por mais desfavorecida que seja uma porção da sociedade, a mesma é dotada de uma consciência, pois todos nós nascemos com uma, tenhamos ou não passado por uma escola ou qualquer que seja a forma de instrução. Costumo dizer que os seres humanos vivem numa simbiose, trocando atitudes uns com os outros. Os dez anos vividos em cidade pequena e trabalhando em serviço público municipal me deram a noção de que nada é diferente dentro das sociedades, pois todas são movidas pela política. As pessoas menos favorecidas têm a noção exata do que estão fazendo ao trocarem seus votos por favores, sim. E até a mais favorecida faz o mesmo, tirando proveito nas épocas das eleições. Como tudo evolui, o Brasil, que é um jovem país, ainda passará para a fase do voto facultativo, sim; ainda chegará lá, e por que não?! Poderá (ou não) ter efeitos negativos, como deixar as decisões nas mãos dos menos informados, mas tudo é transitório...
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14/9/2008 | | |
19h01min | |
| É uma pena haver tanta gente que diz estar votando nulo nas eleições devido a um enorme ceticismo, causado pela presença reiterada de mandatários indignos da função que nós lhes outorgamos. Pois, os votos não válidos, do meu ponto de vista, soam sempre como fuga a um desafio que nos parece insuperável, uma atitude meio covarde como a daquele passageiro de uma embarcação, cuja tripulação expõe toda sua irresponsabilidade e ele nem esquenta a cabeça, ainda que saiba do perigo iminente de todos naufragarem. Em segundo lugar, a cada voto que deixamos de dar (votando nulo), estaremos, fatalmente, piorando o já ruim resultado final eleitoral. Sou do tipo que, mesmo perdendo o título do certame, lutará até o fim para tornar o placar menos vergonhoso. Devemos continuar votando validamente e lutando, sim, bravamente, pelo voto facultativo, que sinaliza para uma Nação mais adulta e qualifica o voto, por estar cercado do nosso livre-arbítrio. Abraços a todos. J.P.
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1/5/2009 | | |
22h04min | |
| "Se o país é democrático, por que sou obrigado a votar"? Com o voto livre, se eu achar que nenhum deles merece meu voto, eu não saio de casa, vou tratar de algo que me interesse. Foi assim, nesta última eleição: olhei, não acreditei em nenhum candidato(a) e... fiquei em casa. Melhor pagar a multa do que me irritar no trânsito SEM O MENOR SENTIDO, só pra votar nulo.
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