COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
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12/6/2009 | | |
13h14min | |
| Confesso que nunca escrevi tanto como atualmente por causa da faculdade. E que mesmo no curso de Graduação de Letras, pelo que percebo, as pessoas escrevem pouco e leem bem menos do que o necessário para obter uma boa formação acadêmica. É triste.
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12/6/2009 | | |
14h51min | |
| Sempre escrevi muito, mas li na mesma medida. Quando você lê algo que te chama a atenção, sente logo vontade de escrever alguma coisa a respeito, ou vê a leitura como fonte para entrar com outro assunto... Só tem conteúdo para desenvolver um bom texto quem lê e interpreta o que leu. Desta forma, aumentamos nosso repertório e a escrita se torna fácil e prazerosa.
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15/6/2009 | | |
11h20min | |
| Se, como disse a Silvia, existe em um curso de Letras a falta de interesse pela escrita e leitura, imagine em um curso de engenharia? Nós da Poli discutimos, semana passada, a invasão policial na USP. Foi lamentável ver os alunos se comportando como animais durante a assembleia. Quem não lê, não tem pensamento crítico e não sabe discutir civilizadamente. Já vi, na Discovery, animais que sabiam fazer contas. Nunca vi um que sabia ler...
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15/6/2009 | | |
11h32min | |
| Nunca tive dificuldade em escrever, e iniciei isto desde muito jovem. O segredo é refletir sempre o máximo sobre aquilo que você ler. O resto é arrumar um problema que cause polêmica, que traga novidade além do senso comum, ou que permita um novo olhar, sobre o objeto proposto.
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15/6/2009 | | |
15h48min | |
| Sou otimista quanto à palavra escrita. Ouvi o professor Cristóvão Tezza observar, e concordo com ele, que com a internet saímos de uma cultura ágrafa - a TV - para um meio que exige o domínio maior ou menor da leitura e da escrita. Talvez alguns digam que o nível da língua usada não é ideal e que destoa por demais da norma culta. Mas a norma culta é apenas uma das normas possíveis. Existem códigos para todas as situações. Creio que se fôssemos fazer um estudo do quanto se escreveu e leu na década de 1990 versus o que se escreveu e leu nesta década que vivemos, esta ganha longe. Embora, scraps do Orkut não contem no currículo, estou certo de que os adolescentes de hoje já trocaram mais mensagens escritas do que eu jamais sonhei trocar em cartas na minha adolescência. Olha que eu sou um cara que gosta de escrever bastante. Considere o fato de que para o domínio de uma linguagem o importante é seu uso, se as coisas continuarem assim, em alguns anos teremos nova geração de bons escritores.
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16/6/2009 | | |
11h06min | |
| A escrita nos dias de hoje - e digo isso com pesar, não com orgulho - tornou-se um ato de resistência. O Lypovetsky fala em "Tempos Hipermodernos" em que o trabalho intelectual é a verdadeira resistência ao espetáculo, pelo seu caráter "artesanal" e seu ritmo lento. Esse último ponto, pra mim, é o que fica: acostumamo-nos ao ritmo alucinamente que é o ritmo de se fazer dinheiro. Há inclusive quem fale em novas escrituras, teses redigidas em "hipertexto", respeitando o ritmo de leitura do homem de hoje. Acho que esse é um dos poucos casos em que eu me ponho ao lado dos apocalípticos...
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16/6/2009 | | |
12h08min | |
| Alguém fez a gentileza de linkar meu comentário anterior à fala do Tezza a que me referi. Embora extrapole o tema do artigo, faço questão de reproduzi-la aqui: "Considero um total equívoco dizer que a internet faz com que os jovens escrevam de forma errada.(...) Nos anos 70 aos 90, a televisão foi o grande agente civilizador do Brasil. E a televisão é a cultura da oralidade. O advento da internet foi uma explosão brutal no sentido contrário - qualquer página que você abre na internet está cheia de coisas escritas. Ou seja, a palavra escrita voltou para o palco. As pessoas estão voltando a escrever - chats, e-mails, blogs, etc. A escrita passou a ser o mediador de toda a comunicação, de todo o processo de informação. A palavra escrita voltou com toda força. É um absurdo encarar a internet como um problema."
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16/6/2009 | | |
13h03min | |
| "A recompensa do texto é ele encontrar leitores. A graça do autor é saber uma resposta bem-disposta à provocação escrita e, quem sabe, conhecer outros leitores capazes da autoria." Somente quem já sentiu na pele ter escrito algo e lembrar do aforismo do Quintana ("Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro")... quando começam a chover perguntas óbvias e tolas sobre o texto escrito, vai lamentar a profundidade destas tuas palavras, Ana Elisa.
| | [Leia outros Comentários de JLM] |
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16/6/2009 | | |
16h02min | |
| Escrever é uma necessidade, para quem gosta. E uma tortura, para os que dizem não gostar. É um diálogo em que a resposta suscitada pode ou não ocorrer, mas, ainda assim, o escritor sempre insiste, com seu interlocutor invisível, o leitor... Através do que se escreve, pode-se livrar de muitos pensamentos obsessivos, porque insistentes, e passar adiante um tempo, uma imagem, uma sensação, uma reclamação, uma ideia ou um sonho... Quantas coisas se pode passar, através de um texto! Ana Elisa Ribeiro o faz com maestria. É prazeroso ler o que ela escreve, tal como o é esticar um bom papo na beira de um fogão de lenha em noite de inverno. Quem for mineiro, como ela e eu, sabe como é a sensação...
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17/6/2009 | | |
17h38min | |
| Escrevo e escrevo muito. Atualmente escrevo sobre o que outros escrevem. Resenho livros, do ponto de vista do leitor. Em sua maioria sobre ficção científica e fantasia. E o pessoal tem escrito. Muito. As editoras "sob demanda" têm aparecido aos montes. Textos bons e ruins têm aparecido em grande quantidade. Fanzines, eletrônicos ou não, também pululam. Eventos que reúnem escritores têm surgido, não só em são Paulo e Rio como no Paraná, em Pernambuco, no Rio Grnade do Sul. Será que só sabemos lamentar? Seria conveniente sair deste discurso fácil de que no Brasil não se lê ou escreve, baseado no anedotário do ENEM. Isso vem sendo repetido desde que eu era criança e isso faz tempo...
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18/6/2009 | | |
20h20min | |
| Um ato solitário que pode criar laços sociais, escrever coloca o sujeito à prova. Um exercício de ficar à deriva entre os significantes e seus efeitos. Um mal-estar que sustentamos para que talvez algo interessante aconteça. Uma aposta no inusitado que só depois saberemos. Uma possibilidade de confrontar a barbárie cada vez mais presente no nosso cotidiano. O tamanho do texto é somente pano de fundo. Pequeno ou grande, o que ele transmite, o que ele convoca no leitor é talvez a única medida importante para
que o ato de escrever possa ser preservado na cultura.
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19/6/2009 | | |
16h15min | |
| Ana Elisa no seu texto "Escrever? Quantas linhas?" deu uma chacoalhada, um "vamos pensar um pouco", um lamento muito, na grande população brasileira. Meu Deus! Seja adulto ou adolescente. Parece que ela vive dentro da escola pública onde o professor que gosta de ler chora uma lágrima por cada dia trabalhado. Quando os alunos são convocados à leitura dão a cara para bater; daí o professor dá o primeiro passo, com o máximo de sua voz, é claro, para depois ficar triste com as conversas paralelas insuportáveis. E quando estamos entre mulheres de meia idade elas dizem que não têm dinheiro para livros, mas não dispensam um bom vestuário, para não falar dos demais acessórios... Penso, neste momento, nas escolhas que podemos fazer nesta vida e que a maior riqueza que levamos para outra vida é o saber. De onde tiramos o saber? Obrigada a todos que leem e escrevem.
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19/6/2009 | | |
17h02min | |
| Sempre gostei de ler, mas não conseguia me fazer entender na escrita. Faltava me posicionar de maneira mais clara, mais sucinta, não sei bem o que acontecia. Sempre chegava no final dos textos, rasgava e jogava fora. Percebi que somente podemos escrever a partir da leitura e compreensão de tudo que temos a nossa volta. Quando iniciei uma formação superior, percebi que a leitura seria fundamental para meu sucesso e consequentemente passei a ler bem mais, e aos poucos estou conseguindo desenvolver melhores textos. Sou também mineira e gosto muito dos textos de Ana Elisa, e como é agradável ler! Ela tem uma desenvoltura muito grande na distribuição de suas ideias, parece até que estamos em uma roda conversando.
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