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Segunda-feira,
15/2/2016
Carta aberta a quem leu Uma Carta Aberta ao Brasil
Adriane Pasa
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Há muito tempo me intriga o modo como as pessoas no Brasil levam a vida. E desde adolescente eu nunca achei o Brasil um país muito legal, mesmo sendo brasileira. Muita gente acha que criticar o Brasil é ter “síndrome de vira-lata” e agora não se pode falar mais nada que a gente é “vira-lata” ou “não sabe reconhecer o que o país tem de bom”. Eu sei, mas também sei a hora de reconhecer os erros e não misturar as coisas.
Não sou historiadora nem socióloga para escrever um textão bacanudo bem embasado, cheio de argumentos complexos mas acho que falar de visões pessoais também é importante. Afinal, é o que eu tenho, minhas experiências de vida. Vejo tanta gente escrevendo teses sobre os problemas do Brasil há séculos mas sempre o que toca as pessoas são depoimentos pessoais, como este do Mark Manson, que está dando o que falar. A vida é feita dessas coisas e muitos dos maiores problemas da humanidade têm raízes em comportamentos ou linguagem.
Moro em Vancouver, no Canadá. Minha professora de inglês aqui do serviço para imigrantes foi passar as férias no Rio de Janeiro, pela terceira vez, desfilou na Sapucaí de fantasia e tudo. Apareceu até na Globo. Ela adora o Brasil e está aprendendo a falar português. Eu acho fantástico, fico feliz quando elogiam o meu país. Eu adoro quando falam bem do Brasil e aqui o povo acha a gente o máximo. Por quê? Primeiro porque temos muitas coisas boas mesmo, somos um povo interessante e charmoso. Mas também porque eles estão longe de viver o nosso dia a dia, porque eles gostam do que chega para eles: carnaval, futebol, mulheres lindas, praias maravilhosas, calor, bossa nova, samba, Neymar. Só coisa boa! Tudo clichê bom. Brasil, parabéns pelo trabalho de branding, construiu uma imagem bacana aqui pra essas bandas. Eu fiquei surpresa em ver como o Brasil ainda é estereotipado mesmo com tanta informação por aí nesse mundo globalizado. Já chegaram a me perguntar o que eu estou fazendo aqui e se eu não gosto de calor e praias. E quase ninguém sabe o quanto o Brasil é perigoso. Esses dias um tiozinho na rua me disse “ah sim, já ouvi falar sobre a violência no Brasil. É como nos EUA, né?”. Santa ingenuidade.
Quando eu digo que não sou do Rio e não sou muito ligada em Carnaval ou futebol eles fazem uma cara de decepção. Não sou uma brasileira interessante ou “exótica”, quebrando com um mito construído há séculos. São ignorantes? Todos somos. É a mesma coisa quando achamos que todo francês gosta de vinho ou todo indiano pratica meditação e usa turbantes e a gente puxa esses modelos fantasiosos nas nossas cabeças.
Mas viver mesmo, conviver com os problemas e mazelas, só quem mora um tempo no lugar para sentir. Por isso que as cartas abertas dos gringos que nos criticam geralmente são de pessoas que passaram maus bocados pelo Brasil ou que tiveram tempo suficiente para abstrair a ideia de carnaval-paisagem-cultura exótica e feliz e criar um pensamento mais dentro da realidade. A do Mark não é a única. Muitos “gringos” já escreveram muitas coisas. Quem não lembra do post de um suposto coreano indignado que virou meme com seu “Brasil crime ocore nada acotece feijoada”? Não precisa muito para perceber algumas coisas, alguns meses num país e uma boa percepção e sensibilidade já nos dão um ótimo panorama.
Não vejo realmente problema nenhum no depoimento do Mark Manson. Mas tem gente que ficou incomodada e rebateu até com depoimentos de gringos famosos elogiando nossa cultura, como o Carnaval. Ora, óbvio que é lindo, óbvio que um gringo vai amar. Eles amam tudo o que é exótico e faz parte do folclore porque eles têm uma educação voltada para admirar o belo e o que é local. E eles se realizam com a gente, se soltam, se sentem mais livres. Gente, vocês não fazem ideia de como os gringos ficam encantados com nossas danças, músicas, nosso jeito de ser. Mas isso é outro assunto. Esses dias vi uma entrevista do Vincent Cassel, famoso ator francês que mora no Rio de Janeiro há anos com a sua esposa também atriz linda famosa fantástica italiana Monica Belucci. Mesmo morando há alguns anos lá, tem uma visão romantizada e vai continuar tendo. Aquilo não pertence a ele. Fora que o cara é milionário, famoso, tem o mundo a seus pés. Ele tem o melhor do Rio de Janeiro. Não adianta dizer “olha aí, o cara fala bem da gente e a gente fica se criticando”. Então vou pegar todos os depoimentos de gringos deslumbrados com nossas belezas e cultura e achar que tá tudo certo? Vou usar essas entrevistas glamurosas para rebater críticas? Ninguém mostra os gringos que são atropelados, assaltados, torturados e mortos todos os anos em nossas belas cidades. Mostram, mas muito pouco. Geralmente em veículos de comunicação “alternativos”.
Vicent Cassel vai morrer achando que o Brasil é lindo e perfeito. Sabe quando você visita uma família cheia de problemas mas ao mesmo tempo acha ela excêntrica e interessante? Não é sua família. Você não faz parte daquele problema. Existe uma proteção entre você e ela e a hora que você quiser você vai embora.
Quando li “Uma carta aberta ao Brasil”, do Mark Manson (nem sei se esse cara existe mesmo mas o texto é bom), eu pensei “nossa, o cara foi na veia”. Porque eu acho que ele tem razão. O problema do Brasil em grande parte está dentro de casa, dentro do ambiente de trabalho, dentro da família, no convívio com os amigos e no apoio que damos a atitudes ridículas, corruptas e egoístas. Na mania de querer parecer sempre bem e rico, na vaidade exacerbada, na falta de coragem de enfrentar conflitos. Como ele diz, “sem confrontos, não existe progresso”. Ele descobriu a América com isso? Não. Tudo tem raiz nisso? Não sei, mas queria ser PhD em alguma coisa bem importante para poder defender isso de forma científica e dizer “Sim, descobrimos a América!”.
Tem textos rebatendo o texto do gringo dizendo que ele está cheio de clichês mas não enxergam quantos clichês estão falando sobre "gringos". E falam mal do cara e de sua suposta página de autoajuda agora sem perceber o quanto isso é infantil. Alguém te critica e você diz "feio!" e mostra a língua. Só pode criticar o Brasil se for o Papa ou alguém vindo dos céus com poderes sobrenaturais. Afinal, somos tão bons, né?
Acho que temos muito a aprender com os países de primeiro mundo sim. “ah não dá pra comparar”. Por quê? Por que não dá pra pegar um bom exemplo? Por que essa mania de achar que quem vem de fora não pode ter uma visão de nossos problemas? É tão quadrado e atrasado pensar assim! Quando Mark diz na carta “O problema é você”, ele abre um conflito enorme, independente de estar certo ou errado, ele fala o que pensa de maneira direta (própria dos gringos) e brasileiros não gostam de pessoas diretas. Brasileiro gosta de tapinha nas costas, gosta do “olha, veja bem, você é o máximo, mas…” Isso é ridículo. Primeiro tem que ter massagem no ego. Ao invés de responder o cara focando no que ele está argumentando, povo já se enche de razão e arrogância e começa a querer dar uma aula para o cara. Aqui no Canadá, se você faz uma crítica ao país, as pessoas param para ouvir e fazem várias perguntas, nunca em tom de defesa. Na escola que eu frequento eles querem saber se achamos o Canadá bom e justo em vários aspectos e por que e pedem pra gente comparar com nossos países de origem. Isso é humildade.
Eu acho o ego inflado do brasileiro muito pior que a “síndrome de vira-lata”.
Mas o que para mim é muito legal neste texto, foi a percepção do autor em algo quase óbvio: o problema está na gente e no que a gente endossa. Existe sim uma falta de moral familiar que se espalha como um câncer. E em todas as classes sociais. Ontem eu peguei um ônibus aqui em Vancouver e um rapaz estrangeiro da porta gritava ao motorista “por favor, abre a porta agora?”, ele estava pedindo para abrir antes da parada oficial porque estava com pressa e tinha alguém o esperando do outro lado da rua. Eu nunca tinha visto isso acontecer aqui. O motorista não abriu, ele insistiu de novo. Ninguém no ônibus se manifestou. O motorista só abriu quando chegou no ponto correto (meia quadra adiante). O cara desceu no ponto certo e o ônibus seguiu em paz.
Fiquei pensando se fosse no Brasil. Muitos iriam dizer “que motorista babaca” ou “o que é que custa?”. E se tivesse com um amigo puxa-saco com certeza seriam dois berrando contra o motorista. Custa muito. Custa todo um senso de bem coletivo. Custa sair da regra que existe por alguma razão por pura besteira. Quando o autor coloca que pelas nossas famílias fazemos tudo e a corrupção se justifica muito nisso, ele está certíssimo. O falso altruísmo. Quantas vezes já vimos mães e pais defenderem e encobrirem crimes de filhos, burlar a justiça para defendê-los prejudicando várias outras pessoas? Pagar as dívidas de um familiar que foi imprudente é algo bem comum também, como o autor cita no texto. As famílias brasileiras mimam seus filhos e consertam suas cagadas porque querem que eles continuem a parecer pessoas de sucesso, para manter as aparências para amigos e vizinhos, para esconder a vergonha e os erros e porque não conseguem gerir os conflitos na sua própria casa. Afinal, é bem mais difícil. E pior: porque no fundo concordam que a família está acima de tudo, até da moral e do bem comum.
Quantos de nossos políticos ruins hoje são netos de outros políticos que são filhos de outros políticos que dominam a cena por anos?
Os “gringos” são diferentes sim. Eles não compactuam daquilo que não acreditam só para “ser gente boa”, só pra manter as aparências e assim ninguém criticá-los. Aqui ninguém está nem aí com críticas, as pessoas sabem ouvi-las e administrar isso numa boa.
“E sabe o que é pior? Essa vaidade faz com que seu povo evite bater de frente com os outros. Todo mundo quer ser legal com todo mundo e acaba ou ferrando o outro pelas costas, ou indiretamente só para não gerar confronto”, diz Mark.
Boa parte desse comportamento nojentinho dos brasileiros de não saber lidar com confrontos acontece no mundo corporativo também. Trabalhei durante anos em empresas e sempre tem aquele péssimo gestor que não tem coragem de mandar gente incompetente ou mau caráter embora. Por quê? Porque ~não quer ficar mal na fita ~ porque não quer se incomodar, porque quer ser “gente boa”. Porque quer manter as aparências e ser “boa praça” o tempo todo e porque não tem capacidade de lidar com conflitos. Tem preguiça, não tem habilidades de um líder de verdade para lidar com tais situações, que fazem parte da liderança. Até Jesus Cristo que era gente boa pacas deu uns sermões em alguns apóstolos! O que acontece é que aí vai empurrando com a barriga até aquele funcionário mala ou corrupto atrapalhar todo o sistema, corromper mais algumas pessoas ou fazer uma grande merda que prejudica todo o coletivo, até chegar um líder de verdade e resolver o problema que geralmente já está virado num inferno.
Quem pensa diferente no Brasil fica estressado. É massacrado, criticado e boicotado. Está sempre fazendo mil discursos para convencer as pessoas do certo e isso cansa. Seja na família no almoço de domingo, nas reuniões da firma ou na mesa de bar. Mark tocou numa ferida boa. É sempre melhor botar panos quentes do que resolver.
Como ser correto num país do “deixa pra lá”? O “deixa pra lá” é um câncer. Assim como a vaidade exacerbada que ele cita. “É mais importante parecer bem sucedido do que ser bem sucedido de fato.” Nossa, total verdade. No Brasil você pode estar com a meia furada, sem dinheiro pra tomar um café mas tá lá, aparentando estar numa boa, com carro novo e cheio de dívidas. Principalmente na minha cidade, Curitiba. Reduto de ricos falidos que adoram manter as aparências e de gente que valoriza quem tem um bom cargo e um bom carro. Já vi muito puxa-saco de gente mau caráter só porque fulano é CEO da empresa xyz ou gerente de bla bla bla mas no fundo é um imbecil. Aqui o povo valoriza outras coisas e quem trabalha lavando pratos tem tanto respeito quanto um grande executivo. Aqui as ideias, as atitudes e o jeito de pensar das pessoas é que fazem alguém admirá-las ou não. Você pode ser dono de um império mas se falar ou fizer uma merda em público vão te olhar torto sim, vão te criticar – com toda a educação do mundo – mas vão.
A vaidade brasileira é tão perigosa que faz com que as pessoas façam de tudo para “parecer ser” ou “parecer ter”. Isso estimula a corrupção sim. A corrupção é feita por pessoas comuns como eu e você. Por pessoas que se deslumbram com um terno Armani e com uma casa em Miami. No fundo acho que o brasileiro é tão carente que acha que vai deixar de ser amado se não mostrar seu Iphone de última geração em cima da mesa no restaurante. Isso pra não falar na mania de grandeza e de monarquia que se vê muito bem no filme “Que horas ela volta?”, da diretora Anna Muylaert. Os gringos fazem tudo sozinhos. Aqui ninguém tem empregada ou babá e ninguém morre. Aqui ninguém te serve e ninguém morre. No Brasil as empresas lambem a bunda dos clientes, aqui não. No Brasil os pais fazem as coisas mais básicas para os filhos como se eles fossem idiotas ou deficientes, aqui não. Quem pode achar que isso tudo não causa danos à sociedade?
Eu acho que essa vaidade não é só um problema das elites. Até porque quem é rico muito rico está cagando. Esse desejo de status está também nas favelas, na classe média, ali na esquina, em tudo. Quando somos assaltados por um bando de garotos bem vestidos com roupas de marca a gente começa a entender isso. Os bandidos querem “parecer ter” também. Querem fazer parte deste pensamento ridículo também. É um way of life que permeia toda a sociedade.
Esses dias eu estava na lavanderia do meu prédio, que é coletiva. Puxei papo com uma vizinha e um determinado momento eu perguntei “você tem pet?” e ela disse “não, gostaria muito de ter um cachorro mas no momento não tenho condições financeiras de manter um”. Nossa, quando na minha cidade alguém falaria isso assim, com tanta naturalidade? Nunca (é exagero dizer nunca, eu sei que existem exceções mas é uma força de expressão). São nessas pequenas coisas que se nota como pensa um povo. Talvez Mark tenha notado muitas dessas coisas também no Brasil. Outro dia conversando com um casal canadense que tinha um bebê no colo escutei “Não, não vamos ter outro filho porque só podemos criar um”. Parece óbvio, né? Pois é. Aqui os gringos pensam assim. Se não pode, não tem. Simples. Eles sabem que uma atitude irresponsável gera consequências para eles e para todo mundo. Aqui eles ficam espantados quando gastamos dinheiro com alguma bobagem e economizar é muito mais importante que gastar.
Agora chovem textos pretensiosos e cheios de ensaios históricos mal feitos para defender o Brasil e os brasileiros das críticas de Mark Manson. Textos que só reforçam o que o gringo falou e além de tudo vêm com aquela equivocada ideia de justificar tudo no colonialismo ou no contraste social. Tudo bem, ninguém gosta de críticas, mas custa fazer uma mea culpa? Custa ter um pouco de humildade e dizer ao forasteiro “ok, em algumas partes você tá certo” e botar a mão na consciência?
Por que tem que sair se defendendo quando as consequências de tal comportamento afetam todo mundo inclusive você que está lendo esse meu texto agora e já ensaiando um mimimi?
Óbvio que é uma análise pessoal, óbvio que é um ponto de vista. E daí? Pega as coisas boas. Pega o tapa na cara. Ou não pega nada mas não dê uma de professor de Deus ofendidinho. O gringo foi bem gente boa e não fez um texto arrogante.
Quando comecei a perceber alguns comportamentos dos gringos aqui no dia a dia eu fui entendendo por quais motivos o Canadá é uma sociedade tão evoluída em muitas coisas. Porque é uma questão de comportamento,linguagem e de punição que funciona há anos. Isso vai construindo uma moral, na minha opinião. No fundo, somos todos como crianças. A gente dá valor para muitas coisas que o Brasil tem quando mora fora? Sim, várias. Mas pra mim tem sido muito maior a percepção das coisas “certas” da outra cultura. Porque no Brasil tá tudo errado. Racismo, machismo, falta de educação básica, crueldade, imoralidade, violência e tudo só piora. Quanto mais poder aquisitivo temos (uma das conquistas dos últimos anos) parece que mais violência e crueldade tem. Então o abismo social não pode ser o culpado por tudo.
Acho que todo mundo pode se ajudar nessa. Pra começar a gente podia parar de ficar elogiando demais os bens materiais dos amigos e dar valor para outras coisas, parar de apoiar coisas erradas, parar de ter mais do que pode, não ter vergonha de dizer que não pode comprar tal coisa, não ter medo de dizer que não concorda com uma atitude que vai prejudicar os outros, não endossar coisa ruim, não contratar gente corrupta, não mentir pelos outros, não acobertar erros, nossa, tanta coisa. Parar de defender as coisas ruins citando coisas boas. É como quando o chefe chama um funcionário pra dar um feedback, faz uma crítica e esse funcionário diz “mas eu tenho coisas boas também”. É preciso parar de ser vítima. Quando um alimento está com a validade vencida, está estragado. A embalagem pode ser linda mas ele continua estragado. A gente perdeu o prazo de validade de algumas coisas e estamos sofrendo com isso.
Vangloriar-se de beleza e cultura para esconder os problemas não cola mais. Se isso desse certo já seríamos o país mais justo desse mundo. Se disserem que você tem “síndrome de vira-lata”, pode ignorar. Você não precisa elogiar e endossar nada de que não concorde, mesmo sendo na sua própria casa.
Adriane Pasa
Vancouver,
15/2/2016
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